3D – SUICÍDIO OU INOVAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Muitos imaginam que o cinema 3D teve seu início com Avatar/ 2009 (James Cameron). Na verdade, ele nasceu em 1950 nos estúdios de Hollywood. Renasceu em grande pompa com Avatar, que trouxe efeitos mais nítidos e óculos menos desagradáveis.

Avatar (2009) continua sendo o campeão de bilheterias da história do cinema. A pergunta que nos fazemos é se ele é mesmo um bom filme, ou se os milhões de espectadores que o viram, foram seduzidos por sua tecnologia revolucionária. O fato é que os estúdios de Hollywood estão produzindo filmes 3D a todo vapor, talvez obcecados pelo faturamento estrondoso obtido por Avatar. Sem falar que outros filmes com a mesma tecnologia vêm tendo muito sucesso, tais como: Alice no País das Maravilhas, Como Treinar o Seu Dragão e Fúria de Titãs. Mas, nem todos os cinéfilos acham o cinema 3D uma boa ideia.

Roger Ebert, um dos mais respeitados críticos de cinema dos Estados Unidos e jornalista do Chicago Sun-Times, diz odiar o 3D e que muitos diretores, montadores e fotógrafos de cinema concordam com ele. Vejamos os argumentos apresentados pelo brilhante crítico:

1 – É o desperdício de uma dimensão.

Quando alguém assiste a um filme em 2D, a sua mente recebe-o em 3D, usando o princípio da perspectiva, para conseguir a terceira dimensão. De modo que acrescentá-la artificialmente pode ofuscar a ilusão, tornando-a menos convincente. Será que Avatar não teria ido igualmente bem em 2D?

2 – Não acrescenta nada à experiência.

Basta que nos lembremos dos grandes filmes que nos tocaram profundamente. Se fossem em 3D, a emoção teria sido diferente? Um bom filme nos domina completamente a imaginação. Fargo – Uma Comédia de Erros ou Casablanca teriam sido melhores se tivessem sido rodados em 3D?

3 – Pode ser uma distração.

Alguns formatos de filmes em 3D apenas separam os planos visuais, de modo que os objetos movimentam uns na frente dos outros, mas tudo continua em 2D. Enquanto nos filmes em 2D os diretores costumam usar uma diferença de foco, para chamar a atenção do espectador, para o que está à frente ou ao fundo, nos filmes em 3D, a tecnologia sugere que toda a profundidade de campo está nitidamente em foco. Algo totalmente desnecessário.

4 – Pode causar náuseas e dor de cabeça.

Pesquisas feitas com oftalmologistas, por ocasião do lançamento dos televisores 3D (janeiro/2010), comprovam que podemos conviver muito bem com pequeníssimos problemas de vista. Contudo, o 3D oferece uma experiência visual com a qual não estamos acostumados, exigindo um maior esforço mental, o que pode provocar dor de cabeça. Cada olho enxerga coisas a partir de um ângulo ligeiramente diferente. Quando isso é processado no cérebro cria-se a percepção de profundidade. Entretanto, as ilusões, que vemos em três dimensões nos filmes, não estão calibradas da mesma forma que nossos olhos e nosso cérebro. Por isso muitas pessoas sentem dor de cabeça e vista cansada.

5 – É impossível imaginar um drama sério como “Amor sem Escalas” ou “Guerra ao Terror”, em 3D.

A tecnologia parece adequada para produções infantis, animações e filmes como Avatar, que são feitos, principalmente, em computadores.

6 – Os cinemas cobram uma sobretaxa pelo filme em 3D.

Existe certa esperteza no fato. Quando assistimos a um filme em 2D numa sala adaptada ao 3D, os projetores 3D também estão preparados para os filmes em 2D. O cinema usa o mesmo projetor, mas não cobra a mais pelo ingresso. Mas se o filme for em 3D o preço do ingresso sobe, pois a ele se incorpora uma sobretaxa. Muitas vezes, um filme só é exibido em 3D a fim de cobrarem mais pelo ingresso.

Em suma, alega Roger Ebert:

• O 3D não agrega nada de essencial à experiência de ver um filme.

• Para alguns é uma distração irritante.

• Para outros causa náuseas e dor de cabeça.

• São motivados pela venda de custosos equipamentos de projeção e o acréscimo de uma sobretaxa ao valor do ingresso.

• Sua imagem é mais escura do que em 2D.

• É inadequado para produções adultas com alguma seriedade.

• Para o público infantojuvenil, só raramente o 3D oferece uma experiência pela qual valha a pena pagar mais pelo ingresso.

Agora, a tridimensionalidade adentra nas residências através dos televisores 3D. Todos os grandes fabricantes já colocaram seus aparelhos no mercado. O problema para os brasileiros é que as emissoras nacionais de televisão ainda engatinham na produção de programas específicos. Mesmo os filmes blu-ray 3D são muito poucos.

Os interessados no avanço do 3D alegam que haverá uma explosão dos artigos responsáveis pela tridimensionalidade, mas pesquisas indicam que mais de 80% das pessoas no Brasil ainda não têm vontade de comprar tais produtos, alegando que os ganhos visuais são muito pequenos e os preços exorbitantes.

Bem, meu caro leitor, gostaria de saber a sua opinião sobre o cinema 3D. Ele veio para ficar ou se trata apenas de mais um modismo? Você compraria um televisor 3D? Roger Ebert é um retrógrado ou está coberto de razão? Agora a palavra (escrita) é sua.

Fonte de pesquisa:
Revista Veja/ 15 de dezembro de 2010
Wikipédia

2 comentaram em “3D – SUICÍDIO OU INOVAÇÃO

    1. LuDiasBH Autor do post

      Evando

      Obrigada pela visita ao blog e pelo comentário.

      Eu não gostei do 3D até agora. Pode ser que mude.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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