A EXUBERANTE ARARA-VERMELHA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Araras   Arara

A arara-vermelha (Ara chloropterus) é também conhecida com o nome de arara-verde e arara-vermelha-grande. Situa-se entre as aves de grande porte, com até 90 centímetros de comprimento e chega a pesar 1,5 quilogramas. Trata-se de uma ave que possui uma cauda longa, bico muito forte, cores viçosas e que se alimenta com frutos, sementes, folhas, insetos, néctar e pequenos vertebrados. Além disso, também costuma se alimentar de barro. A explicação mais comum para tal excentricidade é a de que se trata de um hábito que tem por finalidade neutralizar as toxinas ingeridas ao comer frutas verdes.

Essa ave é muitas vezes confundida com outra da mesma família, a aracanga (Ara macao), que também é conhecida como araracanga, ararapiranga, arara-vermelha-pequena, arara-macau ou macau. Embora ambas sejam de coloração vermelha, o vermelho da arara-vermelha é mais escuro. E enquanto ela tem penas verdes no lugar das amarelas, o motivo de também ser chamada de arara-verde, a aracanga tem penas amarelas e não possui uma fina fileira de penas vermelhas na pele facial branca, observadas na arara-vermelha (observem as imagens acima).

As asas da arara-vermelha são azuis com uma faixa verde e a plumagem vermelha se destaca na região da cabeça, pescoço e cauda. Seu bico é encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobre a inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação que é à base de sementes e frutos em geral.  Os machos possuem o bico mais comprido e estreito. Embora traga a cor vermelha no nome, e essa seja a sua cor característica, a arara-vermelha também possui outras cores, o que a torna bem colorida e exótica. O fato de possuir uma cauda bastante longa, muitas vezes superior a um metro, obriga-a a viver em lugares altos. É comum o fato de o ninho conter somente o seu corpo, ficando a cauda para fora, o que denuncia a sua presença.

A arara-vermelha é chegada a uma algazarra, sendo que seu grasnido é alto e penetrante, podendo ser ouvido através de uma longa distância.  Tem a capacidade de fazer grandes voos, mas prefere subir em galhos e fazer acrobatismo. O formato dos pés e do bico, que tem a forma de um gancho, ajuda-a a se locomover com muita facilidade entre os galhos das árvores, e lhe garantem segurança para o seu exibicionismo. Além de ser de fácil convívio, a danadinha ainda adora imitar a voz das pessoas e dos animais, podendo dominar um grande número de palavras.  Assim como na espécie humana, a fêmea normalmente é menor do que o macho. Gosta de viver em bando ou em pares e tem predileção pelas árvores de copas altas. Chega a dividir ninhos com a ararinha-azul. Vive em média 60 anos.

A maturidade sexual da arara-vermelha acontece a partir dos 3 anos de idade. Seu ninho é construído nos buracos encontrados em paredes rochosas e também nos ocos de árvores, na falta dos primeiros. A responsabilidade por cobrir os ovos, cerca de dois a quatro, e aquecê-los com o corpo para a incubação, é da fêmea, período que dura cerca de 29 dias. Ao macho cabe a tarefa de alimentar a mãe e seus filhotes. Ele traz o alimento em seu papo e regurgita ao chegar ao ninho. Além de ser um ótimo companheiro, é fidelíssimo e mantém a ligação com a amada por toda a vida. A arara-vermelha é, portanto, monogâmica, característica da família dos psitacídeos.  O casal é muito cuidadoso com sua prole, protegendo-a dos inimigos naturais tais como tucanos, macacos, cobras, etc. Para isso, aprofunda os buracos que faz em troncos ocos ou em paredões rochosos. Zeloso, não procria até que os filhotes deixem o ninho.

Os filhotes, ao nascerem, não possuem penas. Essas só aparecerão após a quarta semana. Eles só ficam totalmente emplumados por volta da décima semana. Os pequeninos ficam no aconchego do ninho por um período de 3 a 4 meses, sendo alimentados pelos pais com uma papa vegetal, pré-digerida e posteriormente regurgitada. Após esse período, deixam o ninho com a aparência de uma ave adulta. Os carinhosos genitores ainda os alimentam por mais algum tempo, até estarem prontos para encontrar o próprio alimento. Mesmo assim, ainda ficam debaixo das asas dos pais por mais de dois anos.

A arara-vermelha ainda não é tida como uma espécie ameaçada, embora já tenha sido extinta no Espírito Santo, Paraná, parte da Bahia e norte do Rio de Janeiro. No Brasil, encontra-se, principalmente, na Amazônia e também nos estados do Piauí, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Fora de nosso país, está presente em quase todos os outros países da América do Sul, assim como no Panamá, na América Central. Seu habitat natural são as matas de beira de rios em florestas tropicais, cordilheiras e campos com árvores altas e isoladas. Trata-se de uma espécie bastante comercializada, sendo suas penas coletadas pelos indígenas para a confecção de artesanatos. É muito visada pelo tráfico ilegal de animais, sendo vendida no Brasil e para países estrangeiros como bicho de estimação. Vem sendo estudada pela equipe do Projeto Arara Azul por dividir ninhos com a espécie.

Curiosidades sobre a arara-vermelha: (http://www.flickr.com)

  • adora tomar banho de chuva;
  • rói madeira, arrancando cascas de árvores para exercitar a musculatura da mandíbula;
  • é capaz de articular sons imitando palavras humanas ou vozes de outros animais;
  • possui fôlego curto, não cruza longas distâncias, não voa muito, mas está apta a mover-se entre os ramos das árvores, graças ao formato do bico e de suas patas: a posição dos dedos e o bico curvo e rígido que se articula para cima, enquanto o bico inferior articula-se para frente, para trás e para os lados;
  • a terceira pata dos papagaios e araras é uma das mais engenhosas maravilhas adaptativas da natureza. Nas araras, formam poderosas pinças, pois são reforçadas com músculos possantes bem fixados no crânio, sendo que a maxila está ligada ao crânio por uma espécie de dobradiça tendinosa, formando uma alavanca capaz de quebrar as mais resistentes cascas, invólucros de sementes;
  • possui uma grossa língua musculosa e rugosa, coberta por uma epiderme córnea que a protege das ásperas sementes. No caso das araras, é usada para segurar o alimento, enquanto precisam descascar o fruto, apertando-a contra os maxilares;
  • o bico é robusto, em forma de gancho e, dos quatro dedos, dois dirigem-se para frente e dois para trás (pé zigodáctilo);
  • manipula o alimento com o pé. Ao partir em busca de frutas, sementes ou brotos que constituem sua alimentação, emite gritos estridentes, com grande alarido;
  • quando muito faminto, o bando chega a devastar plantações inteiras;
  • como ornamento do primeiro mapa do Brasil, datado do ano de 1502, consta uma arara.

Fontes de pesquisa:
http://www.wikiaves.com.br/arara-vermelha-grande
Projeto Arara-azul
Terra da Gente
O Eco Fauna e Flora

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