A MÚSICA PODE REALIZAR MILAGRES

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos fala sobre as maravilhas da música em nossa vida.

Os estadunidenses têm usado a música para anodizar. O paciente, com a cabeça coberta por um capacete receptor, através de música que vai ouvindo, despercebe-se da dor. Os sons de baixa frequência ou “sons brancos” têm efeito de bloqueio nervoso e, consequentemente, são anestésicos. O Hospital da Ordem Terceira do Carmo, de Lisboa, fez pioneirismo (1953) em Portugal, na utilização de música durante pequenas intervenções. Em Barcelona (Espanha) um grupo de generosos médicos organizou um coral para levar a musicoterapia aos muitos pacientes hospitalizados. O canto coral, pelo seu alto valor educativo e terapêutico, está se desenvolvendo em instituições com regime de internato, inclusive entre os detentos. No Hospital Juliano Moreira, o Professor Wasson Aranha vem aplicando música no tratamento de doentes mentais.

Como você pode ver, a música, agindo pelo ritmo, ou pela melodia ou pela harmonia, ou por tudo junto e mais algum outro elemento impalpável, pode realizar verdadeiros milagres na preservação e na recuperação do equilíbrio mental e na rearmonização dos sistemas nervoso e endócrino. As divinas vibrações da lira de Orfeu que acalmava as feras e dava placidez ao mar por onde singravam os argonautas, as repercussões cósmicas do canto do mantram sagrado (OM), a tranquilização profunda produzida pelo som branco da ciência eletrônica, finalmente os poderes infinitos do Verbo Onipresente juntam-se numa divina musicoterapia que não podemos ignorar.

As vibrações sonoras que tão beneficamente repercutem em nossa mente, em nossos nervos, em nosso mundo moral, podem também, infelizmente, se dirigidas noutra direção, acarretar prejuízos sérios ao organismo e ao psiquismo. A música também pode irritar, fatigar, entediar, excitar e desequilibrar. A flauta do Deus Shiva levava o bem às almas, mas as trombetas sopradas diante da cidade de Jericó derrubaram-lhe as muralhas. Enquanto a execução de uma sonata de Beethoven deu alívio a uma tísica com hemoptise e febre, uma charanga militar acende o ardor combativo de soldados; enquanto Mozart acalma, pacifica e eleva uma alma em exaltação doentia, a repetição da música rítmica dos jovens acaba excitando, fatigando, instalando na mente um estado desagradável de exaustão e inquietude, podendo destruir o nervo auditivo.

A música de dança dos jovens, quase toda ela à base de ritmo e indigente de melodia e harmonia, fala muito mais às pernas do que à alma. É boa para estimular um deprimido, mas, mesmo esse, acaba cansando com o sensualismo primitivo e monótono de que é feita. Na música atual dos jovens, psicólogos têm assinalado um processo de regressão à mentalidade primitiva. As letras das canções são pobres e, se são expressivas, o são de um nível mental muito rudimentar. Nelas, as palavras são substituídas por gritos guturais, próprios de uma era muito recuada, antes de o homem ter inventado a linguagem articulada.

Aprenda, meu amigo, a tirar da música alívio, saúde, paz e nutrição para a alma. Defenda-se dos malefícios da música nefasta aos nervos e a seu psiquismo. Os jovens precisam experimentar música adulta. Lucrariam muito aqueles que resolvessem tomar coragem de parecerem diferentes da maioria dos de sua idade e, sem que abandonassem os ritmos de seu tempo, também aprendessem a (silentes, atentos, em relax) se deixar tocar pela música santa dos grandes e inspiradores compositores e, com elas, vivenciar as emoções mais ternas, mais suaves e mais repousantes.

Cante, meu amigo. Isto lhe fará muito bem aos nervos. Quem foi que disse que é preciso fazer um curso de canto para ter o direito de cantar? Se você é naturalmente desafinado, cante assim mesmo. Cante baixo para não amolar os outros. Mas cante. Se estiver só, cante alto, mesmo que venha a espantar os pássaros. Se puder se incorporar a um coral, não deixe passar a oportunidade. Vai ver como isto lhe vai ser proveitoso em relação a seu estado nervoso. Vá aprender a cantar em cooperação e ver como seu pianíssimo num instante, seu canto monótono noutro e mesmo seu silêncio, enquanto os outros cantam, criam beleza para si e para os que vierem a escutar.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google.

Nota: obra do russo Leonid Afremov

4 comentaram em “A MÚSICA PODE REALIZAR MILAGRES

  1. Lucas

    Lu
    Não acho que seja impossível existirem mensagens subliminares em sons, vendo pelo lado de que existem sons que nosso ouvido não consegue captar. Até mesmo na frequência de hertz, nosso ouvido só é capaz de escutar entre 20hz até 20.000hz, porém, quando uma nota (qualquer som, até mesmo uma batida na parede) é gerada, outras notas são tocadas junto com elas, notas “invisíveis” chamadas harmônicos(inclusive, todos já ouvimos algum barulho, alguma nota, que simplesmente não fomos com a sua cara, pode ser até a voz de uma pessoa, a culpa é dos harmônicos!).

    Assim como os hertz, existem harmônicos que conseguimos ouvir e harmônicos que nosso ouvido não consegue captar. Muitos dos harmônicos que são tocados juntos com uma única nota, nosso ouvido não consegue captar, mas a vibração chega em nosso tímpano, chega em nosso cérebro. Então, vendo pelo lado mais louco de todo meu conhecimento sobre música, talvez seja possível criar uma música cheia de harmônicos feios, intencionalmente, assim, você pensaria ouvir algo bonito, mas estaria ouvindo algo ridiculamente barulhento. A tendência das pessoas quando escutam muito barulho é a de ficarem bravas, agressivas, então, vendo por este lado, caso conseguissem controlar os harmônicos horríveis também, não é impossível existir mensagens subliminares em músicas. Quanto a frequência de 440hz isolada, creio que seja impossível causar um tipo de “controle mental”, pois se realmente acontecesse, todos estaríamos sob tal controle, já que 90% dos instrumentos estão nessa frequência, apesar que, às vezes, eu quero acreditar que isso é possível, quando procuro uma explicação para tantas pessoas gostarem de tantas músicas ruins…

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Lucas

      Show de explicação. Você é muito sábio. Achei o máximo sua verve humorística:

      “… apesar que, às vezes, eu quero acreditar que isso é possível, quando procuro uma explicação para tantas pessoas gostarem de tantas músicas ruins…”

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Lucas

    Existem vários estudos e teorias (muitas delas conspiratórias) sobre o que a música faz em nosso cérebro, não apenas o estilo rock, reggae, ou as notas (melodias e harmonias), mas a frequência em que a nota está soando, vibrando.

    Há muito tempo atrás (nos anos 50, se não me engano) todos os músicos adotaram, como padrão, a afinação de seus instrumentos em 440hz, e até hoje ela é mantida em todo e qualquer instrumento (ou quase todos na verdade).

    Existem várias músicas pelo YouTube em frequências diferentes, existe a frequência chinesa da cura, existem frequências para meditação, e até para ficar drogado! Existe também um debate que rola por aí desde muito atrás, dizendo que um instrumento afinado em 432hz soa melhor do que um afinado em 440hz. Na minha opinião fica apenas um pouco mais grave, e realmente é isso que acontece quando você diminui a frequência, soa mais grave, quando aumenta, soa mais agudo. Se você tocar em conjunto com instrumentos que estejam em frequências diferentes, vai soar desafinado, porém, afinar um instrumento em uma frequência diferente não é uma tarefa simples! Normalmente se usa um afinador, e mesmo assim ainda é difícil mantê-lo na mesma afinação, a não ser que esteja regulado por um luthier (é como um mecânico, mas de instrumentos musicais). É relativamente fácil afinar um instrumento de ouvido. Dependendo do instrumento, você fica familiarizado com o som e sabe quando está desafinado, ou precisa ter um ouvido mais aguçado, como num piano. Atualmente é mais fácil testar o som de frequências diferentes, em quase todos os teclados, vem um afinador de frequência e você pode colocar qualquer uma.

    Existem milhares de estudos que tentam comprovar que a frequência de 432hz soa melhor que a de 440hz, um deles consiste em pegar um equipamento de som, colocar embaixo de uma placa de metal e colocar areia em cima, aí toca algum instrumento nas duas frequências e, conforme as vibrações das notas atingem a areia, ela vai formando desenhos que ficam mais bonitos na frequência de 432hz, ficam mais bem formados, porém, é muito relativo para tirar qualquer conclusão. Existe também uma teoria sobre o governo ter criado como padrão a frequência de 440hz, porque ela pode controlar a mente das pessoas, colocando mensagens ocultas, subliminares, em seu subconsciente, bizarro, não?

    Eu adorei a imagem, o homem presente nela é o guitarrista Steve Ray Vaughan, guitarrista de blues que reviveu o estilo nos anos 80, poucas pessoas tocavam na época, a maioria eram músicos da era de ouro do blues, até ele aparecer e devolver toda a fama e glória ao estilo. Se não fosse por ele, talvez o blues tivesse sido esquecido, ou pelo menos não teriam nascido tantos músicos. Influenciou toda uma geração com sua técnica e talento sem igual, tocava até com a guitarra atrás da cabeça e usava cordas mais grossas (0.013mm). Infelizmente morreu nos anos 90, vítima de um acidente de helicóptero, mas sua música jamais morrerá.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Lucas

      Mais uma vez você nos presenteia com uma aula completa sobre música, enfocando teorias sobre frequência, afinação e conspirações. Segundo dizem, Hitler usava isso de que fala: “Existe também uma teoria sobre o governo ter criado como padrão a frequência de 440hz, porque ela pode controlar a mente das pessoas, colocando mensagens ocultas, subliminares, em seu subconsciente, bizarro, não?”. Como músico, você acha que pode existir tal possibilidade?

      Adorei, também, as suas informações sobre o fantástico Steve Ray Vaughan:
      ” Steve Ray Vaughan, guitarrista de blues que reviveu o estilo nos anos 80, poucas pessoas tocavam na época, a maioria eram músicos da era de ouro do blues, até ele aparecer e devolver toda a fama e glória ao estilo. Se não fosse por ele, talvez o blues tivesse sido esquecido, ou pelo menos não teriam nascido tantos músicos. Influenciou toda uma geração com sua técnica e talento sem igual, tocava até com a guitarra atrás da cabeça e usava cordas mais grossas (0.013mm). Infelizmente morreu nos anos 90, vítima de um acidente de helicóptero, mas sua música jamais morrerá.”

      Esse nosso menininho Lucas é uma caixa de sabedoria. É muito bom tê-lo entre nós.

      Beijos,

      Lu

      Responder

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