A Rev. dos Bichos (2) – PERSONAGENS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

BI

Houve um tempo em que os bichos não apenas falavam, como refletiam acerca da vida que levavam, e também se revoltavam contra os maus-tratos que lhes impingiam os humanos, pois, tudo que é vivo sente dor, aflição e anseia por uma vida melhor, quer seja gente, bicho ou planta. Portanto, não foi à toa que os animais da Granja do Solar, pertencente ao Sr. Jones, num dia em que o dono bebera mais do que poderiam suportar seus sentidos, a ponto de se esquecer de fechar as vigias dos galpões da granja, iniciaram uma revolta, conhecida em todo o mundo como “A Revolução dos Bichos”.

É de conhecimento de todos que, em quaisquer que sejam as sociedades do passado, do presento e do futuro, existiram, existem e existirão sempre os idealistas que, ao contrário dos ególatras, sonham com um mundo melhor para todos. São eles que exercem um papel de suma importância na história do nosso planeta, pois, através de suas buscas e lutas permanentes, contribuem para o progresso do mundo. São os filósofos de um tempo. Possuem uma fé inabalável no valor da vida e no poder da razão, ainda que alguns os chamem de sonhadores. Mas não são os sonhos vislumbres das possibilidades? E o Major, personagem central de nossa história, era o maior idealista da Granja do Solar, pois, até quando dormia, sonhava com um mundo melhor para si e para os companheiros. Tinha consciência da finitude da vida e, principalmente, da sua própria, pois, os 12 anos de vida já lhe pesavam nas volumosas costas. Se já não podia sonhar muito para si, ainda assim sonhava para os outros.

O Major, naquela noite, encontrava-se ansioso para contar seu sonho aos companheiros da granja.  O encontro já estava marcado. Seria no celeiro. E foi assim que, aboletado na sua cama de palha, passou a receber os convidados que iam chegando aos bandos: os cachorros, nominados de Ferrabrás, Lulu e Cata-Vento, os porcos, as galinhas, as pombas, as ovelhas, as vacas, os dois cavalos Sansão e Quitéria acompanhados pelo mais novo potrinho, a cabra Maricota, o burro Benjamim, um bando de pintinhos órfãos, a égua branca Mimosa e o gato. Somente se encontrava ausente o corvo Moisés que estava dormindo em outro lugar.

Antes de prosseguirmos na nossa história, faz-se necessário que conheçamos um pouco da vida de alguns dos personagens, pois bicho é como gente e tem também suas características específicas.

Major – já nos seus 12 anos de idade, era um porco muito estimado pelos companheiros da Granja do Solar. Era um animal sensível e cheio de sabedoria.  Na sua juventude ganhara o primeiro lugar numa exposição, sendo visto com orgulho por todos os companheiros.

Sansão e Quitéria – eram dois cavalos de tração da granja. A égua Quitéria já se encontrava na meia-idade, enquanto seu companheiro era alto e forte, capaz de fazer o trabalho de dois cavalos. Não se pode dizer que ele fosse inteligente, mas, o mais importante carregava dentro de si: bom caráter e aptidão para o trabalho, o que atraia o respeito dos companheiros.

Bejamim – o burro era o animal mais velho da fazenda. O que tinha em idade, também carregava em equilíbrio e seriedade. Ninguém nunca o vira rindo. Taciturno, vez ou outra soltava um discorrimento irônico. Era, sobretudo, um grande observador. Percebia-se que nutria certo afeto pelo cavalo Sansão.

Mimosa – a égua branca era enfunada e frívola, cujo interesse era chamar a atenção, talvez porque fosse responsável por puxar a carruagem do patrão ou nascera assim mesmo, sem a massa cinzenta necessária para compreender com mais clareza a real importância da vida.

Bola de Neve – era um reprodutor suíno, cuja aparência metia medo, além de ser caladão; porém, tinha fama de ser responsável e cheio de força de vontade, gozando do respeito de todos, o que prova que não se pode julgar até mesmo um bicho só pela cara.

Napoleão – outro porco, tinha muitas ideias, era muito falante, mas não tinha boa reputação entre os animais, pois nunca demonstrara que a ética fazia parte de seus princípios. Suas palavras não coadunavam com as suas ações.

Garganta – era um porco gorducho, agitado, falava bem, e tinha grande poder de convencimento, mas se via com clareza que não transmitia o que realmente pensava, mas o que lhe trazia benefício.

Os demais personagens da Granja do Solar serão conhecidos à medida que a história for tomando forma, pois todos eles possuem a sua devida importância na Revolução que ora passa a tomar corpo.

Fonte de pesquisa:
A Revolução dos Bichos/ George Orwell

3 comentaram em “A Rev. dos Bichos (2) – PERSONAGENS

  1. Edward Chaddad

    LuDIAS

    Eu fiquei mais simpatizante do Major. Primeiro, porque queria dividir seus sonhos com os demais. Isto é muito importante. Segundo, porque você revelou que ele,o Major, tinha sabedoria e sensibilidade. A sabedoria e a sensibilidade trazem-nos grandes virtudes e, certamente, fazem com que quem as tenha decida muito melhor do que os demais.
    A sensibilidade nos leva a um outro valor ( humano!?) que é a humildade. E alguém humilde e sábio, realmente tem tudo para melhorar o mundo.

    Gostei da apresentação dos personagens.

    Sou Major e não abro!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Ed

      Também aprecio aqueles que querem dividir seus sonhos com os outros.
      Não querem o bem apenas para si, mas querem compartilhá-lo com o mundo.

      A sensibilidade é a chave que nos abre para a vida, e nos impede de voltarmos apenas para o próprio umbigo.
      É ela que nos torna humanos, na extensão da palavra.

      Na fábula, o Major é realmente “o cara”, ou seria “o porco”?… risos.

      Tenho certeza de que irá gostar da história do meu amigo George Orwell.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Alfredo Domingos

    Lu, você faz uma apresentação muito boa dos bichos. Confesso a minha simpatia pelo burro Benjamim, a começar pelo seu nome. No correr da história, vamos vê-lo atuando. Aguardemos.
    Continue nesse “bom combate” sobre os bichos. Os animais têm tudo a ver com os homens. Parabéns!
    Abraço, Alfredo Domingos.

    Responder

Deixe um comentário para Alfredo Domingos Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *