AFEGANISTÃO – MULHER MUTILADA VOLTA A SORRIR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Nem tudo sobre a vida de Aisha pode ser revelado, como forma de protegê-la. Ela teria sido deixada numa montanha para morrer e, de lá, arrastando-se, conseguiu chegar a uma aldeia próxima. Dali, mesmo se esvaindo em sangue, foi encaminhada aos médicos americanos, numa base militar dos Estados Unidos.

A jovem afegã, com idade em torno de 18 anos, teve o nariz e as duas orelhas decepados à faca. Seu drama ganhou destaque, quando o jornal Time deu destaque a seu rosto mutilado, mostrando ao mundo mais uma vítima da violência do islamismo radical dos talibãs no Afeganistão.

O sofrimento de Aisha começou quando, aos 10 anos, foi dada a outra família, como forma de recompensa, pois seu tio havia matado um parente do homem que se tornaria seu marido. Ela foi usada para pôr fim à animosidade entre as duas famílias. E, segundo a ONG responsável por sua proteção, uma de suas irmãs também foi usada na mesma negociação.

Segundo Aisha, na sua segunda família ela dormia no estábulo até que menstruou e foi tomada como esposa de um dos homens. Era surrada com frequência, costume considerado normal para os islâmicos extremistas. Quando teria entre 16 e 17 anos, sofreu uma surra extremamente brutal e, com a ajuda de um vizinho, fugiu para Kandahar, cidade controlada pelo Talibã na época.

Para quem não sabe, uma mulher não pode andar desacompanhada de um homem, de acordo com o islamismo radical. Aisha encontrava-se exatamente nessa posição, ou seja, sem a proteção de um homem. Assim, tornou-se presa fácil da “polícia da moralidade”. Acabou sendo pega e jogada numa prisão, onde permaneceu por quatro meses. A prisão teria sido um paraíso, nas condições em que a afegã se encontrava, se seu pai não a tivesse encontrado, libertado-a e, conforme o costume, devolvido-a a seu marido.

Se há alguma coisa que o islamismo rejeita é a desobediência feminina, principalmente nos países onde impera o extremismo. As mulheres não só obedecem a seus maridos, mas a toda a ala masculina: filhos, tios, irmãos, primos e, na falta desses, a qualquer outro homem. De modo que a pobre Aisha, ao ser entregue ao marido, supostamente um talibã, sentiu na pele toda a sua selvageria. Enquanto os irmãos dele a seguravam, o marido executava a mutilação. A seguir, foi deixada na montanha para morrer.

Aisha é uma mulher analfabeta, nunca frequentou a escola, e mostra-se extremamente alheia à realidade de tudo que não diz respeito ao universo dos locais onde vivia. E entra em pânico, quando ouve a palavra Talibã. Desde agosto passado a afegã mutilada encontra-se nos Estados Unidos, sob a proteção da Fundação Grossman para Queimados, que custeará todas as cirurgias de reconstrução de seu rosto. Dias atrás, apareceu em público com uma prótese de nariz, conforme mostra a primeira gravura deste texto.

A pergunta que se faz é o que acontecerá a Aisha, quando terminar o seu tratamento. É impossível imaginar que seja enviada de volta para o Afeganistão, onde passou por todo tipo de violência física e psicológica. E ninguém garante que ela possa estar a salvo ali, depois de mostrar ao mundo a crueldade por que passou naquele país. O ódio do marido, que a julgava morta, deve ter atingido as raias da loucura, assim como o dos extremistas islâmicos.

É incrível o poder de sobrevivência dessa mulher, depois de ter as duas orelhas decepadas e o nariz extirpado. Mas uma pergunta fica: Até onde pode ir a maldade humana, afiançada pelo nome de Alá?

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