ANSIEDADE X AJUDA MÉDICA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Se não tratada no início, a ansiedade pode se tornar uma doença séria, como sintomas não só psíquicos, mas também físicos.

Várias causas impedem a busca pelo tratamento médico dos transtornos mentais no Brasil. As mais comuns são o desconhecimento sobre as patologias, desconhecimento esse gerado pela falta de políticas públicas; o preconceito contra as doenças mentais; os preços exorbitantes das consultas e dos antidepressivos; e a dificuldade de atendimento nas redes públicas. Tudo isso somado a um tratamento em longo prazo, exigindo muitas vezes licença do trabalho – estando as empresas despreparadas para lidar com tais casos – tem sido exasperante principalmente para as pessoas de baixa renda – faixa em que se insere a maioria dos brasileiros. O mais cruel é saber que, quando não tratada assim que se manifesta, a ansiedade excessiva deixa de apresentar apenas os sintomas psíquicos e passa a incluir os físicos – transformando-se numa doença gravíssima.

O fato de o transtorno de ansiedade apresentar diferentes sintomas torna a sua identificação ainda mais difícil. De maneira geral os sintomas mais comuns são: tensões e medos exagerados; preocupações excessivas; sensação de que algo ruim está prestes a acontecer; incapacidade de controlar os próprios pensamentos, etc. Além disso, algumas pessoas podem sentir sintomas físicos, como: dores de cabeça e sensação de cansaço; dores no peito e falta de ar; dores nas costas; palpitações e contrações musculares; mudanças na temperatura do corpo; palpitações e suor excessivo, etc.  De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, feito pela Associação Americana de Psiquiatria, existem dez subtipos da doença, cada um deles podendo apresentar sintomas diferenciados. Vejamos:

    1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) – trata-se do tipo mais comum e mais frequente. O doente é acometido de uma grande ansiedade e de uma preocupação excessiva, o que lhe traz um intenso sofrimento que interfere em sua saúde física, na vida social e profissional. São sintomas desse subtipo: cansaço, falta de concentração, irritabilidade, inquietação, tensão muscular,  insônia, etc.
    2. Mutismo Seletivo – diz respeito à dificuldade de interação do ansioso com outras pessoas. O doente não gosta de conversar – jamais iniciando uma conversa – e responde com o mínimo de palavras o que lhe é perguntado, isso quando não ignora a pergunta. Embora o mutismo seletivo – muitas vezes associado à timidez – seja mais comum em crianças, ele pode acontecer com pessoas adultas.
    3. Transtorno de Ansiedade de Separação – é mais comum em crianças, porém, adultos também podem ser acometidos por esse problema. A pessoa vivencia um medo exasperador em relação à separação que pode ser de uma pessoa, de um animal, de um objeto ou até mesmo de um lugar (medo de mudar de casa, por exemplo). Se a separação do motivo do apego acontecer, o indivíduo pode apresentar apatia, tristeza, terrores imaginários, dificuldade de concentração ou até mesmo dificuldades de relacionamento
    4. Transtorno de Pânico – a pessoa é acometida por ataques recorrentes de pânico. Tais surtos de medo surgem muitas vezes sem nenhum tipo de gatilho – o que leva a pessoa ter medo de sair de casa –, ocasionando um grande sofrimento ao portador que acha estar tendo um ataque cardíaco, indo muitas vezes parar no hospital. Esses ataques podem durar entre cinco e 30 minutos. Dentre os sintomas estão: sudorese, taquicardia, falta de ar, tremores, sensação de asfixia, dores no peito, tontura, náuseas, calafrios, sensações de formigamento, desrealização (sensação de irrealidade), medo de enlouquecer, de perder o controle e fazer algo que possa colocar sua vida em risco e, sobretudo, medo de morrer. Se não tratados, os ataques de pânico tendem a ser cada vez mais frequentes.
    5.  Fobias Específicas – trata-se do medo de enfrentar situações específicas, como entrar num elevador, ficar em lugares altos, encontrar uma barata, entrar numa piscina, tomar injeção, etc. Sempre que é obrigada a enfrentar uma situação dessas, a pessoa entra em crise, demonstrando um medo sem limites e acaba sendo acometida por um ataque de pânico.
    6.  Fobia Social – refere-se ao medo sem limites de ser exposto à avaliação de terceiros quando em situações sociais. O portador de tal fobia não gosta de falar em público e nem mesmo de ser observado em ações rotineiras.
    7.  Agorafobia (àgora + fobia) – medo doentio de estar em/ou atravessar grandes espaços abertos ou lugares públicos, pois neles não se sente seguro, necessitando da companhia de outras pessoas.
    8.  Transtorno de Ansiedade Induzido pelo Uso de Substâncias – origina do uso abusivo de substâncias ilícitas (maconha, cocaína, ecstasy, etc), excesso de cafeína, álcool, medicamentos como opióides e anfetaminas.
    9.  Transtorno de Ansiedade Devido a Outra Condição Médica – dá-se em razão da condição médica da pessoa, muitas vezes ocasionada por doenças e alterações físicas.
    10.  Especifica e não especificado – refere-se aos casos que não se inserem nos subtipos acima, ou seja, fora dos critérios descritos, embora tragam ao paciente um grande sofrimento.

Fontes de pesquisa
Guia minha saúde/ Editora On line
https://vivabem.uol.com.br/noticias/redacao/2018/12/13/ansiedade-nao-e-tudo-igual-conheca-9-subtipos-que-precisam-de-tratamento.htm

Nota: Cinzas, obra de Edvard Much.

16 comentaram em “ANSIEDADE X AJUDA MÉDICA

  1. Ana Maria

    Querida Lu e queridos amigos!

    Este texto me fez recordar o longo e sofrido caminho que levei até decidir que precisava de ajuda médica. Atualmente não uso mais o escitalopram, mas não falto a uma consulta com a minha psicóloga. Sem a ajuda desta profissional, eu não teria amadurecido tanto e aprendido tanto como administrar o meu transtorno (Agorafobia e SP). Lamento muito pelas pessoas que sofrem, além dos diversos transtornos, o preconceito dos familiares e amigos e não procuram ajuda. Ao me aceitar e me conhecer melhor foi que comecei a respeitar minha mente e meu corpo, o caminho da cura não é fácil, mas eu vou chegar lá!

    Um abraço a todos!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Ana Maria

      É sempre muito bom contar com a sua presença aqui. Quero destacar a sua importantíssima frase: “Ao me aceitar e me conhecer melhor foi que comecei a respeitar minha mente e meu corpo…”. Este é mesmo o caminho.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Maria Claudia

    Lu

    Absorver o apoio de forma completa mesmo, leio os comentários das outras pessoas, e já reli várias vezes o que você escreve pra mim, pois com o passar do tempo vamos vendo nossa evolução e ganhando novos olhares pra outras situações!

    O que mencionou me tirou um “peso”, pois meu desânimo era confundido com preguiça! Muitas vezes o desempenho no trabalho caía por conta disso, por eu estar desanimada, cansada, com sono, e não conseguir “render” muito. O mundo de hoje ainda precisa entender de forma mais ampla os transtornos mentais.

    Quando eu tive Síndrome do Pânico aos 18 anos, os médicos diziam que era coisa da minha cabeça, as pessoas a minha volta não entendiam, era frescura e era só eu colocar na cabeça que estava bem. Como se fosse fácil assim! O que me salvou na época foi a terapia e a medicação. Medicação passada pela minha clínica geral que entendeu que eu precisava de ajuda medicamentosa. Cheguei a ser internada por uma semana, fizeram todos os exames, e não acharam nada no “físico”.
    A médica que me deu alta ainda falou: É só você engravidar e ter filhos que isso passa. Eu escrevi isso agora e depois de mais de 25 anos ainda me soa completamente absurdo!

    Eu preciso de um tempo maior pra determinadas coisas. E tudo bem que seja assim! Sempre vou respeitar meus limites independente do que os outros pensem!
    Grata pela ajuda e pelo apoio! Não vou sumir, não! Retorno pra te dar notícias!

    Beijos

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Cláudia

      Já pensou se todas as mulheres tivessem que engravidar para se verem livre dos transtornos mentais? Por aí você vê como até a medicina não se encontrava preparada para lidar com as doenças mentais. Ainda bem que tudo isso ficou para trás, diminuindo o sofrimento de todos nós – portadores de transtornos mentais. Se quiser ficar ainda mais horrorizada, leia sobre os doentes mentais que viveram na Idade Média (há um texto aqui no site sobre tal assunto).

      Amiguinha, é muito importante o modo como lidamos com nosso transtorno mental. Quem dele faz um bicho de sete cabeças tende a sofrer muito. Diz acertadamente uma expressão popular: “Aceite que dói menos!”. Esta aceitação não significa omissão quanto à saúde. Significa que sabemos que temos a doença e precisamos de tratamento, sem jamais vivenciarmos o papel de vítimas. Você é uma grande guerreira, um exemplo para todos nós. Parabéns!

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Maria Claudia

    Lu

    Cliquei em responder seu comentário mas não está carregando aqui pra mim!
    Gratidão sempre pelas suas palavras, por me entender e me fazer perceber determinadas coisas que eu mesma não consigo ver.

    Você falou uma coisa que me chamou a atenção: a questão de demorarmos mais pra voltarmos a nossa rotina diária. Pensando aqui e lembrando sempre foi difícil pra mim. Muitas vezes me rotulavam de “preguiçosa”, mas eu sempre tive muita dificuldade em retornar de férias, feriados e até finais de semana! Dormir nunca era suficiente, e o desânimo era imenso! Por mais que eu dormisse cedo, me disciplinasse, me alimentasse bem, sempre era um esforço absurdo sair da cama e começar o dia. Eu realmente cheguei a acreditar que era preguiça mesmo! E revendo isso hoje, vejo que melhorei muito com o tratamento, tanto com as medicações como com a terapia.

    Eu tenho enfrentado uma situação pra lá de difícil, e sei que isso tem me fragilizado também. Aos poucos algumas coisas vão entrando nos eixos e outras “escapando” à vontade. Eu já notei que quando me desconecto do mundo virtual, eu vivo muito bem o presente. Ainda não estou 100% mas estou mais “adaptada” a minha rotina.E saber que vou viajar de novo, já me traz um certo sossego! A busca pelo equilíbrio é constante!

    Beijos

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Claudia

      Achei que não estivesse abrindo o comentário para você ler e enviei-o via e-mail… risos.

      Há pessoas cujo organismo necessita de mais tempo para encarar uma nova situação. Você se encontra entre elas. Muita gente confunde isso com preguiça, é fato. Vou lhe enviar um texto que acho muito interessante.

      Não suma!

      Beijos,

      Lu

      Responder
  4. Maria Claudia

    Lu

    Meu médico tirou o Rivotril e a quetiapina que estava me engordando muito. Eu já tomava há 1 ano e precisava dela pra regular meu sono. E foi o q aconteceu, comecei a dormir bem sem ela. Estou na dose mínima da Venlafaxina, muita coisa melhorou, comecei a praticar exercícios físicos, mudei minha alimentação, emagreci dez quilos até agora, no meu ritmo, sem desespero, devagar e sempre!

    Viajei pra casa do meu namorado e foi maravilhoso. Perdi o celular em SP e não tive acesso às redes sociais. Ainda dava uma espiadinha pelo celular dele, mas muito de vez em quando. Vivi os dias de forma presente mesmo, caminhando todo dia, contato com a natureza, comendo comida de verdade, nada industrializado.
    Retornei no último dia 13, e foi colocar os pés aqui que quase tudo voltou ao que era.

    A ansiedade começou a aumentar, as notícias de que muitas vezes prefiro ficar distante, as redes sociais, o bombardeio de informações, as cobranças, o trabalho, parece que o mundo caiu na minha cabeça. Tenho me sentido cansada, triste, ansiosa, com dores pelo corpo, vontade de chorar, desânimo, tudo de que eu tinha me livrado. Meu médico disse que o Rivotril era pra situações de emergência e extrema ansiedade, e eu recorri a ele algumas vezes. E só voltei faz 7 dias, mas tem parecido uma eternidade!

    Continuo a terapia, mas o desânimo está imenso. Aqui preciso dar conta de muita coisa, resolver tudo, ter controle de várias situações, cuidar da minha mãe, meu pai, pois sou filha única. Estou sufocando, minha amiga. Uma angústia gigantesca dentro do peito. Eu me afastei das redes sociais, mas mesmo assim me sinto ansiosa. Não consigo meditar pois a inquietação não permite. E fico pensando na tranquilidade que tive na viagem. Os dias passando lentamente, calmaria, sossego, tudo que não tenho aqui. Volto pra lá dia 11/04.

    Tenho fibromialgia também, Lu. Não lembro se mencionei antes. E parece que agora juntou tudo. Tenho dormido de madrugada e acordo com muitas dores, parece que levei uma surra. Estou meio sem saber o que fazer.

    Beijos

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Cláudia

      Realmente é muito difícil retornarmos à lida do cotidiano depois de passarmos por um período de intensa tranquilidade. Presumo que você estivesse mesmo precisando desse descanso, mas ele não foi o suficiente. O bom é que estará retomando-o logo, para usufruir de mais tempo. Não se preocupe com as responsabilidades. Elas fazem parte de nosso dia a dia. O importante é buscar viver um dia de cada vez, com a maior leveza possível. Buscar aceitar as nossas obrigações diárias minimiza os nossos esforços. Pense como é bom ainda ter seus pais consigo, poder cuidar deles – coisa que muitos de nós não podemos mais fazer.

      Amiguinha, as pessoas com transtornos mentais são mais suscetíveis às mudanças. Melhor dizendo: precisam de mais tempo para engrenarem. É exatamente isso o que está acontecendo com você. Logo estará engajada na luta diária. Apenas dê tempo ao tempo. Quanto ao que está sentindo (Tenho me sentido cansada, triste, ansiosa, com dores pelo corpo, vontade de chorar, desânimo, tudo de que eu tinha me livrado), imagino que seja apenas uma fase de adaptação à lida de antes, depois de encontrar-se em grande calmaria. Pense em como é bom sentir-se na sua própria casa, no cantinho onde é livre para fazer o que quiser. Se tivesse ficado muito tempo na casa dos pais de seu namorado, teria tido uma grande vontade de voltar para sua casa. Agora mesmo recebi um convite para viajar com uma prima e ficar 30 dias na Itália, na casa dos pais de seu marido, mas acho que é muito tempo. Não me imagino na casa dos outros (longe do meu cantinho) por tum tempo tão grande.

      AS crises de desânimo – em razão da fragilidade que temos – é uma constante em nossa vida. Precisamos saber conviver com elas, lembrando que passam. O controle de sua ansiedade depende muito de você, do modo como encara a vida.

      Você diz: “Uma angústia gigantesca dentro do peito… Não consigo meditar pois a inquietação não permite. E fico pensando na tranquilidade que tive na viagem. Os dias passando lentamente, calmaria, sossego, tudo que não tenho aqui”. Acontece que a vida de todo ser humano é dinâmica. Não é possível estagnar num só estágio. Saber equilibrar tais fases faz parte de se ter uma vida com qualidade. Busque o equilíbrio sempre. E mais uma vez lembre-se de viver apenas um dia de cada vez.

      Sei que a fibromialgia não é fácil. Há um texto do Dr. Telmo falando sobre a importância de as pessoas com tal problema tomarem lactobacilos. Aguardo novas notícias suas.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  5. Débora

    Lu

    Fui diagnosticada com TAG e Bipolaridade há um ano. Tomo escitalopram, quetiapina de liberação prolongada e quetiapina ao dormir. Estou me sentido muito bem, como nunca me senti. Até chegar ao meu diagnóstico e assumir que sofria foi muito difícil. Agora sinto que devo tentar me livrar dos medicamentos. Fico me cobrando que não devo ser dependente desses medicamentos. Tentei diminuir por conta própria, cortando tudo pela metade durante uma semana, mas hoje tive uma pequena crise fiquei o dia todo irritada e agora à noite tive uma recaída de tristeza, coisas que não sentia há muito tempo.

    O você pensa que pode estar acontecendo comigo? Devo tentar diminuir minha medicação? Quanto tempo se pode tomar remédios para meus transtornos? Pode tomar remédios para o resto da vida?

    Obrigada por me ouvir!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Débora

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, um dos erros que as pessoas com transtornos mentais podem cometer é o de parar a medicação por conta própria. Isso resulta no retorno das crises ainda mais constantes e mais fortes, tendo que retornar com urgência à medicação, muitas vezes tendo que aumentar a dosagem ou mudar de medicamento. Somente o profissional poderá dizer se o paciente está pronto para abrir mão da medicação. E muitas vezes ele engana, tendo o doente que voltar ao tratamento.

      Débora, os antidepressivos existem para melhorar a nossa qualidade de vida. Devemos vê-los como algo que nos beneficia. Se ler um pouco sobre a história da “loucura” em tempos idos, verá como somos pessoas privilegiadas em nossos dias, ao contar com essas maravilhas descobertas pela ciência. O primeiro passo é aceitar que sofremos de transtornos mentais. Negar isso só atrasa o nosso tratamento e aumenta o nosso sofrimento desnecessariamente. Se você tivesse hipertensão teria que tomar remédio pelo resto da vida. E qual é o problema de tomar antidepressivos? Portanto, não pare por conta própria, pois a Bipolaridade precisa de tratamento sério, assim como todas as outras doenças mentais.

      A falta dos medicamentos em seu organismo está a tirar-lhe o equilíbrio emocional, podendo lhe acarretar crises gravíssimas. E quanto mais tempo ficar sem a dosagem prescrita, maior serão os problemas. Jamais deverá diminuir ou retirar a medicação. Somente o psiquiatra poderá fazer isso. Para que sofrer desnecessariamente, se vem se sentindo tão bem? O tempo de uso do medicamento pode variar. Isso vai depender do transtorno de cada um. Alguns deverão tomá-lo durante toda a vida (meu caso) caso queiram viver com qualidade. Saiba também que os antidepressivos não causam dependência.

      Amiguinha, leve o seu tratamento com seriedade. Seja POP (paciente, otimista e persistente). Não jogue fora o bem-estar alcançado. Aceitar a nossa condição de portadores de doença mental é o primeiro passo para que tenhamos uma vida com qualidade. E sempre que necessitar venha aqui conversar comigo. Não se sinta só.

      Beijos,

      Lu

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  6. Maria Claudia

    Lu

    Texto muito elucidativo! Geralmente as pessoas colocam a ansiedade num mesmo “pacote”, atribuindo somente ao medo, insegurança, o pensar no futuro, antecipação de sofrimento, quando na verdade existe uma classificação médica. Eu já tive Síndrome do Pânico e convivo com a TAG. E não é fácil ser ansioso nesse mundo tão apressado, tão urgente, que só piora nossa condição.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Cláudia

      A vida tem se tornado cada vez mais estressante, principalmente em nosso país, pois vemos o futuro cada vez intrincado, com grande prejuízo para as classes trabalhadoras. Não nos causa surpresa o fato de em 2030 o transtorno de ansiedade ocupar o primeiro lugar na lista de doenças. Temos que trabalhar muito com a nossa racionalidade, aprendendo a viver apenas um dia de cada vez – o que não significa omissão.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  7. Larissa

    Lu

    Eu sempre tive ansiedade, mas tive uma forte crise semana passada, tendo que começar a tomar o reconter.

    Eu tenho um preconceito muito forte em usar esses medicamentos e até em ir ao psiquiatra. Acho que é coisa de louco, sendo muito triste eu ter 22 anos e ter que fazer uso disso. Estou fazendo tratamento com psiquiatra e psicóloga.

    A psiquiatra disse-me que daqui a pouco tenho alta e devo continuar só com terapia, sem o reconter. O reconter funciona mesmo? Eu tenho tido um pouco de dor de cabeça, mas a médica disse ser normal no início. E sinto muita fraqueza nas pernas também.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Larissa

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, eu sei que é muito doloroso sofrer com um transtorno mental quando se é muito jovem. Eu mesma tive o meu primeiro ataque de pânico aos 16 anos. Como vê, as doenças mentais não escolhem idade, pois muitos garotos e garotas são acometidos por elas ainda na infância. O importante é saber que a ciência avança cada vez e que já existem medicamentos cada vez mais modernos que permitem às pessoas com transtornos mentais viver com qualidade.

      Larissa, temos batido muito aqui contra o preconceito em relação às doenças mentais, pois eles, além de retardar o tratamento, ainda fazem as pessoas sofrerem ainda mais. Precisamos reconhecer que o cérebro faz parte de nosso corpo assim como o coração, os rins, o fígado, etc. Se você adoece do coração vai logo buscar ajuda médica, não é mesmo? Quem sofre de hipertensão toma remédio durante toda a vida. Quem tem problema renal sério, além de tomar remédio diariamente, muitas vezes tem que passar pelo transplante. Achar que o cérebro não adoece é não querer entender a realidade de nosso corpo. Foi justamente em razão disso que na Idade Média as pessoas eram tidas como “loucas”, jogada em depósitos. Depois vieram os cruéis manicômios e sanatórios. Mas hoje nós podemos levar uma vida normal e, muitas vezes ser curados. Pense nisso!

      A ansiedade excessiva (TAG) é uma das doenças mentais que mais crescem no mundo. Já se espera que em 2030 ela ocupe o primeiro lugar no ranking de todas as doenças. O bom é que os medicamentos estão ficando cada vez mais modernos, possibilitando até mesmo a cura. Sua psiquiatra está certa quando diz que você poderá ter alta do medicamento, mas para isso é preciso ser POP (paciente, otimista e persistente). E, sobretudo, aprender levar a vida com sabedoria. Você deve aceitar seu transtorno (não o negue), fazer o tratamento direitinho e mudar seu modo de ver a vida. Os efeitos adversos citados dizem respeito ao início do tratamento. Logo eles passarão.

      O oxalato de escitalopram tem sido uma das substâncias mais usadas no tratamento dos transtornos mentais, mas lembre-se de que ele é apenas uma parte do tratamento, o outro diz respeito à sua maneira de viver. Comece vivendo um dia de cada vez… Quanto mais leveza depositar em sua vida, mais facilidade terá de livrar-se da TAG.

      Continue em contato conosco.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  8. Cristiane Costa

    Lu,

    ontem comecei novo tratamento, pois minha mãe adoeceu e fiquei muito abalada. Agora a médica associou outra medicação ao exodus. Estou no segundo dia de adaptação ao remédio. Minha ansiedade é tão forte que parece que vou ter um infarte. Agora tomo lamitor 25 mg mais 10 mg exodus. Estou otimista. Não me esqueci que somos POP.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Cristiane

      É muito comum associar um segundo medicamento ao antidepressivo com a finalidade de tratar mais rapidamente a pessoa e diminuir o seu sofrimento. Quanto ao problema de saúde de sua mãe, você deverá ver isso com naturalidade. As pessoas depressivas precisam mudar a visão que possuem em relação aos acontecimentos, buscando sempre o equilíbrio de modo que sua vida fique mais leve. A palavra-chave é EQUILÍBRIO. Busque viver apenas um dia de cada vez. Saiba também que essa sensação de infarte faz parte dos efeitos ruins dos medicamentos. Parabéns por continuar POP!

      Abraços,

      Lu

      Responder

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