ANTIDEPRESSIVOS E GRAVIDEZ

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Autoria de Simone Araújo

Estou exatamente há um ano e um mês tomando Oxalato de Escitalopram. Quero que saibam que a Lu foi uma grande amiga durante o começo do meu tratamento com antidepressivo, sempre me dando suporte emocional.

Iniciei o meu tratamento para o transtorno da ansiedade porque me encontrava num grau muito elevado de ansiedade, de acordo com a avaliação de minha médica. Eu já estava somatizando muitos outros sintomas tais como: pensamentos acelerados ou catastróficos, ânsia, diarreia, fobia de locais cheios de pessoas, etc. Cheguei a ter crises de síndrome do pânico (SP) por três vezes. Mesmo tomando 10 mg do antidepressivo durante um mês tive uma crise de ansiedade quando fui ao dentista. Essas crises perduraram por mais de uma semana. A médica, então, aumentou a dose para 15 mg.  Fiquei ótima.

Ao completar um ano de tratamento, sentindo-me muito bem após a estabilização da dosagem, a médica começou o desmame. Diminui a medicação para 10 mg, que tomei durante um mês. Como eu tinha a receita ainda, pois minha médica me dava sem data, comprei mais uma caixa de 10 mg e resolvi por minha conta própria diminuir para 5 mg, pois, como ela havia me dito pra ir diminuindo aos poucos, achei que não teria problema. Nessa fase senti uma crise terrível de ansiedade com ânsia de vômito, calor no corpo, desrealização momentânea, como se tudo a minha volta não tivesse sentido. Foi horrível sentir isso, passar por aquele desespero. No momento estava sem o Rivotril sublingual de 0,25 mg, o qual durante o tratamento inteiro tomei apenas umas três vezes. Liguei para minha médica e ela reclamou do fato de eu ter diminuído a dose sem a indicação dela. Pediu para eu voltar a tomar as 10 mg, até poder falar com ela pessoalmente, dizendo que não poderia me medicar por telefone, ou seja, teria que pagar por uma nova consulta.

Eu estou com uma grande dúvida. Será que, quando eu diminuir e até mesmo parar a medicação, ficarei sentindo os mesmos sintomas do início? Ou ficarei dependente dos remédios para a vida toda? Acontece que eu quero muito engravidar no próximo ano e estou com medo de ficar tendo crises.

Agradeço pelo seu carinho.

Nota: a ilustração é uma obra de Edvard Munch

5 comentaram em “ANTIDEPRESSIVOS E GRAVIDEZ

  1. Leila Barbosa

    Simone

    Tenho TAG e me trato com remédios e psicoterapia desde 2011. Hoje tenho uma filha de quase dois anos, a Mônica. Assim que fiz o primeiro teste de gravidez, o de farmácia mesmo, comuniquei ao meu psiquiatra. Na época eu estava usando algumas gotas de rivotril, bupropiona e escitalopram. A orientação foi retirar o rivotril e a bupropriona sem desmame. Em menos de uma semana eu já estava sem ambos.

    Não senti falta da bupropriona, mas tive uma abstinência horrível do rivotril. Apesar de ter sido muito ruim, a abstinência durou menos de 15 dias e pensar no motivo desta fase difícil me acalentava. Fiquei apenas com 20 mg do escitalopram. Meu primeiro obstetra disse que eu deveria tirar o remédio. Apesar disso, meu psiquiatra disse que não havia problema em ficar só com o escitalopram. Ele me explicou que bebês de mães que não tratam seus transtornos sofrem muito, podendo nascer prematuros ou com baixo peso, por exemplo. E além disso, os estudos indicam que o escitalopram não prejudica a saúde do bebê. Como eu confiava mais nele do que no meu obstetra, troquei o segundo. Esse me pediu para verificar a possibilidade de trocar para a fluoxetina, pois em relação a este antidepressivo há mais estudos, os efeitos são mais conhecidos, etc… O psiquiatra, entretanto, achou melhor não trocar. Continuei tomando o oxalato de escitalopram e tive uma gestação tranquila, saudável e feliz! Sem crises, sem nenhum problema para minha pequena, mesmo tomando escitalopram durante toda a gravidez.

    As mulheres que tomam tranquilizantes podem ficar tranquilas em relação a isso, mas sempre é necessário conversar com seus médicos e tentar encontrar um obstetra que esteja alinhado com o psiquiatra.

    Abraços,

    Leila

    Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Caros amigos e amigas

    Tem sido muito comum algumas pessoas não se darem bem com um determinado antidepressivo, mudando para outro. Muitas vezes ficam com o medicamento numa gaveta, sem saber o que fazer com ele. Resolvi pedir-lhes que, quando tiverem uma caixa de antidepressivo em casa e do qual não mais farão uso, falem comigo sobre isso (via e-mail), pois temos muitas pessoas com reais necessidades desses, pois ora elas se encontram desempregadas. Como sabemos, esses remédios são bem caros. Conto com a ajuda de todos, quando possível for.

    Abraços,

    Lu

    Responder
  3. Téh

    Eu comecei o tratamento há pouco tempo e já estava sentindo os benefícios, mas há algumas semanas depois descobri que estava grávida. Minha reação foi instintiva, parei de tomar os medicamentos e estou sofrendo com fortes crises que não me deixan curtir esse momento tão lindo que é a gravidez. Procurei a ajuda do meu médico, mas me chateei com o descaso quanto ao meu problema. Ja estou decidida a trocar de psiquiatra e também evitar o máximo que puder o uso de medicamentos. Vou seguir apenas com a psicoterapia, enquanto puder. Mas sei que isso deve ser analisado, já que a Tag e a SP podem causar sérios problemas ao bebê. No momento só consigo pensar nele!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Téh
      Veja o link que deixei na resposta que dei para a Simone. Ele poderá ajudá-la, pois o artigo médico é muito bom.

      Abraços,

      Lu

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  4. LuDiasBH Autor do post

    Simone

    A TAG acaba sempre resvalando para as crises de pânico, por isso deve ser tratada o mais rápido possível, para que a pessoa não venha a sofrer com essas terríveis crises que acabam acarretando outros pobrelmas, como os citados por você, sendo que muitas vezes até mesmo impede que o portador da síndrome saia de casa. Quanto ao fato de ter tido crises no primeiro mês do tratamento, isto está dentro da normalidade.

    O desmame deve ser feito com muito cuidado, sempre com o parecer médico. Também é comum que, durante o desmame, a pessoa venha a descobrir que ainda não está pronta para deixar a medicação. E foi isso o que me pareceu ter acontecido consigo, pois estava fazendo tudo direitinho, portanto, não se culpe. Pressinto que ainda terá que tomar o antidepressivo por mais tempo, pois seu organismo ainda necessita dele. E você faz muito bem ao tomar o rivotril só quando for extremamente necessário. Tenha tal medicamento em casa apenas para usar vez ou outra. Não faça uso contínuo.

    Amiguinha, não há como lhe dizer se poderá abrir mão do medicamento depois de usá-lo por algum tempo, ou se terá que tomá-lo por toda a vida. Somente o tempo lhe dirá isso. Muita gente costuma ficar um bom tempo sem o antidepressivo, mas volta a ele depois, pois muitos transtornos mentais são recidivos. Mas não se importe com isso. Viva apenas um dia de cada vez. Não carregue nos ombros uma carga desnecessária. O importante é que se sinta bem.

    Simone, já que pensa em ficar grávida, terá que comunicar isso à sua médica. Veja o que diz o Dr. Joel Rennó Jr. sobre o assunto:

    “Apesar da enorme preocupação, grande parte dos antidepressivos não causam malformações fetais, principalmente aqueles do grupo de “inibidores seletivos da recaptação de serotonina” como a fluoxetina e o citalopram – os mais comumente utilizados.”.

    Leia o artigo todo acessando o link: http://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/doutor-posso-tomar-antidepressivo-na-gravidez/

    Abraços,

    Lu

    Responder

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