CAMINHOS PARA VENCER A DEPRESSÃO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

A depressão é um sintoma de falta de conexão consigo mesmo. A pessoa se perdeu e precisa se reencontrar, localizar o propósito de sua vida. E, para tanto, precisa se conhecer. (Júlia Bárány)

O passo principal para a cura da depressão é dado quando o indivíduo aceita que está doente e que necessita de ajuda. Nem sempre isso é fácil, como explica a psicanalista Cristiane Vilaça: “A depressão é um processo muito íntimo, no qual a pessoa rejeita qualquer coisa que venha de fora do seu mundo interno”. A também psicanalista Beatriz Breves mostra o porquê dessa interiorização: “Isso acontece porque a pessoa deprimida, geralmente, não consegue encontrar força nela para solicitar ajuda”. É aí que devem entrar os familiares (ou amigos), porque, como explica a psicanalista Cristiane Vilaça: “A pessoa com depressão só irá entender que está em uma situação que necessita de ajuda quando a dor emocional já se tornou insustentável”.

Além do tratamento psiquiátrico, existem diversos recursos, como a psicoterapia, que agem como coadjuvantes no tratamento ao transtorno depressivo. Segundo o psicanalista Paulo Paiva, “A terapia auxilia a pessoa a explorar a raiz de sua depressão e, com isso, compreender as razões responsáveis por acarretar a doença e então buscar os caminhos para uma vida saudável”. Contudo, é preciso saber qual o recurso a ser buscado, pois são muitas as técnicas usadas. O psiquiatra poderá encaminhar o paciente para aquela que julgar melhor.

A família possui uma grande responsabilidade na recuperação do paciente. Jamais deve negar ou justificar a presença da doença, mas ampará-lo, dando-lhe suporte emocional, como explica a psicanalista Beatriz Breves: “É importante que a pessoa seja compreendida, não se deixando levar pela impotência que às vezes essa situação impõe”. O psicanalista Paulo Paiva complementa: “Os familiares devem procurar informação e conhecimento sobre a doença, saber os benefícios do tratamento e os riscos de não realizá-lo”. Quando a família se omite, o estrago é grande, podendo muitas vezes ser fatal.

A maneira como o paciente encara seu tratamento é muito importante, daí dependendo seu sucesso ou fracasso. Ele precisa acreditar no tratamento e levá-lo adiante, jamais se automedicando ou paralisando-o por conta própria, o que torna as crises ainda mais severas. Como dizemos aqui no site, a pessoa precisa ser POP (paciente, otimista e persistente). É também uma boa oportunidade para reavaliar sua vida, repensar seus valores pessoais, buscar o autoconhecimento, modificar escolhas, ou seja, caminhar em busca de qualidade de vida.

Outra dica importante é buscar viver apenas um dia de cada vez, concentrando todas as atenções no hoje. O passado já se foi, serve agora apenas como experiência. Nada o fará voltar. O futuro ainda está por vir. Quando se vive bem o hoje, consequentemente o futuro já está sendo preparado. Assim, não há porque carregar nos ombros o peso de dois tempos abstratos, tendo a ilusão de que pode modificá-los ao neles concentrar as preocupações. Portanto, é preciso viver intensamente o presente, valorizando as pequeninas coisas boas, aprendendo que a felicidade é feita de pequenos momentos.

Outras técnicas alternativas também ajudam muito. Uma delas é a meditação. Segundo a terapeuta Nara Louzada “Quando oxigenamos as células nervosas, há uma alteração no humor que nos faz sair do estado de inércia para uma maior produtividade. A meditação atua na parte frontal do cérebro, onde se situam a atenção e o foco, além de trabalhar o sistema límbico, responsável pelas questões emocionais”. Ela ensina a substituir sentimentos opostos (exemplo: inspirar entusiasmo e expirar desânimo; inspirar alegria e expirar tristeza; inspirar paz e expirar desassossego; inspirar calma e expirar ansiedade, etc.). O Reiki é outra terapia importante.

A prática de esportes é importantíssima na luta contra a depressão. Explica o ortopedista Mauro Olívio Martinelli: “A endorfina é um hormônio produzido pela glândula hipófise e promove no organismo efeito analgésico de bem-estar, melhora de humor e alegria. Por ser liberada após atividades físicas e, por conta dos seus efeitos, ajuda no combate à depressão”. Segundo estudos, atividades físicas como caminhadas, corridas, andar de bicicleta e nadar liberam maiores níveis de endorfina, hormônio responsável pelo nosso bem-estar.

A alimentação também ajuda a prevenir certos sintomas que dizem respeito à depressão. Segundo a nutricionista Fernanda Marques “Certos alimentos são benéficos por suas propriedades calmantes e estabilizadoras do estado de ânimo e humor. O triptofeno, por exemplo, é um aminoácido precursor da serotonina – neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar – e está presente em alimentos como banana e grão-de-bico”. Dentre as oleaginosas, a castanha-do-pará é a mais indicada, pois possui selênio (oxidante importante que ajuda no funcionamento do sistema nervoso). Outros bons alimentos são: ovos, aveia, vegetais escuros…

Nota: Mulher com Véu, obra de Henri Matisse.

Fonte de pesquisa
Revista Segredos da Mente, Cérebro e Meditação – nº 1

9 comentaram em “CAMINHOS PARA VENCER A DEPRESSÃO

  1. Patrícia Santos

    Lu,
    estou tomando há um mês o deciprax (oxilato excitalopram), mas só melhoraram as tremedeiras e a falta de ar. O zumbido no ouvido, a queimação na garganta e esôfago e os espasmos musculares de vez em quando continuam, assim como a dor de cabeça e tontura. Alguém sente ou sentiu essas coisas por 30 dias?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Patrícia

      Seja bem-vinda a este cantinho. Sinta-se em família.

      Amiguinha, muitas pessoas levam mais tempo para sentir os efeitos positivos do antidepressivo. O tempo varia de um organismo para outro. Você deverá voltar a seu médico após 30 dias para que ele avalie o seu tratamento. Muitas vezes é necessário aumentar a dosagem.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Henrique

    Lu

    Fui diagnosticado com TAG.

    Segundo minha psiquiatra o transtorno desencadeou depois que me tornei pai pela segunda vez aos 22 anos. Fiz tratamento com o exodus e fiquei super bem. Fiz o desmame e voltou a ansiedade. Na mesma semana voltei com o exodus, estou tomando há 7 dias 20 mg; minha ansiedade deu uma melhorada, mas tem algo muito ruim que me persegue com a TAG: os pensamentos intrusivos creio que é o meu maior sofrimento, pois me fazem pensar que eu posso fazer mau machucar ou ferir meus filhos, isso me atormenta, é devido a TAG? Isso me assusta porque não consigo conviver com eles em paz, mesmo sabendo que nada é real!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Henrique

      Ser pai aos 22 anos na sociedade de hoje é visto como prematuro, mas, se voltarmos atrás na história da humanidade, veremos que os jovens tornavam-se pais muito cedo. É a mudança de concepção daqueles tempos para os de hoje é que causa tal susto. O bom é que você será um companheirão para seus filhos, pois serão vistos, muitas vezes, como irmãos. Agora que já tem dois pimpolhos, trate de ter cuidado, pois no mundo de hoje muitos filhos geram muita preocupação e gastos.

      A volta do transtorno significa que você ainda não estava preparado para parar com o antidepressivo. Necessitava mesmo retomá-lo. Quanto aos pensamentos intrusivos, eles estão acontecendo em razão do reinício do tratamento, mas passarão. Procure ficar tranquilo. Veja o texto que escrevi sobre o assunto:

      DEPRESSÃO E PENSAMENTOS NEGATIVOS

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. José Elias

    Lu Dias

    Será possível que um homem deprimido (clinicamente deprimido) morando sozinho com um cão, possa, com sua presença e atitude, deixar o cão triste? As aflições dessa doença (depressão) têm “estragado” a minha vida e, por tabela, a de outras pessoas. Agora que fiquei só, temo estar deixando meu cão triste, com minha companhia. Será que isso é possível? Qual é a sua opinião – sei que não é médica, mas ainda assim peço sua opinião de mulher, de ser humano.

    José Elias

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      José Elias

      Eu gosto tanto quando aparece por aqui ou no Instagram. Muitas vezes eu me pego perguntando por você, danadinho.

      Meu amiguinho, como vê, nós formamos um batalhão de deprimidos e ansiosos, o que não nos impede de buscar ajuda, pois também merecemos ser felizes. Diga-me qual medicamento anda tomando ultimamente. Gostaria muito que tivesse mais contato conosco. Assim, poderemos nos ajudar mutuamente. Precisamos dar um jeito nos “estragos” que esta doença vem causando à sua vida. Você é uma pessoa brilhante, inteligente e sensível (como a imensa maioria dos depressivos e ansiosos), só que se encontra muito fechado em si. Ao que me parece, seu contato pessoal no mundo real é pequeno (o mesmo acontece comigo), mas poderá compensar isso com o contato virtual que é muitas vezes mais rico, pois a depressão não pode ser alimentada pelo isolamento. Sei disso por experiência própria, quando passei praticamente um ano na cama após a morte de minha mãe.

      Existem animais (como cães e gatos) que são extremamente sensíveis e ficam depressivos (ainda que não haja diagnósticos a respeito “ainda”). Eles são capazes de captar o estado de humor de seu dono, sim, assim como a sua ausência. Meus gatinhos (dois), quando pressentem que não estou bem, deitam ao meu lado, quietinhos, como se quisessem me dar força e calor. O mesmo acontece com um meu amigo depressivo que possui dois cães. Quando ele viaja, eles emagrecem, pois quase não comem. Veja também os muitos casos de cães que ficam deitados sobre a sepultura de seus donos ou a alegria que sentem ao vê-los voltar de viagem. Os cães que vivem com seus donos tomam-nos como sua família, a única que possuem. Portanto, se a sua tristeza tem sido muito grande, seu cão está a senti-la, pois você é pessoa que ele mais ama no mundo (talvez a única). Busque ser feliz, ainda que seja por ele.

      O conceito de só é muito relativo. Você pode se encontrar rodeado por um monte de pessoas e ainda assim se sentir só. Pode estar sozinho, sem a presença de alguém, e ainda assim estar completo na sua própria companhia. Se vir a história dos mestres das artes verá que a maioria vivia sozinha. Eles necessitavam dessa solidão para exercitarem seus dons. O mesmo acontece com os grandes escritores. O mais importante, portanto, é como a pessoa se sente consigo mesma. Confesso que sou alguém que gosta do isolamento, não afeita aos encontros sociais (gosto de grupos de no máximo seis pessoas). Fora disso, sinto o meu equilíbrio em baixa.

      José Elias, os animais, nossos companheiros de planeta, são muito mais inteligentes e sábios do que imagina a prepotência humana que tenta rebaixá-los à condição de irracionais. Acredito que, com o avanço da Ciência, esta visão equivocada será mudada e eles ganharão mais amor e respeito dos humanos. Já existem muitos livros no mercado (sobre gatos, cachorros, porcos e até mesmo papagaios) mostrando o quão amorosos e inteligentes eles são. Vejo que você dedica um grande amor ao seu cão, daí a sua preocupação com ele. Parabéns!

      Um grande abraço,

      Lu

      Responder
    2. Celuta Lima

      Oi, José Elias!

      Sei que sua pergunta foi dirigida a Lu Dias, mas quero que você saiba que os animais de estimação percebem o nosso estado de humor, em especial os cães.Na minha casa criamos 03 cães e já pude perceber que, quando estamos tristes ou alegres, eles reagem de acordo ao nosso comportamento. Aproveito a oportunidade para dizer que passei por maus momentos por causa da depressão, contudo busco ajuda em Deus, através de sua palavra e oração. Os resultados tem sido animadores, assim como a bênção tem me alcançado, espero que alcance outros também.

      Abraço

      Responder
  4. Maria Claudia

    Oi, Lu!

    Adorei seu texto!
    Eu leio e reconheço cada passo que preciso dar… Fazer exercícios, voltar a meditar, praticar o Reiki, me alimentar de forma saudável, mas parece que a gente paralisa. A ansiedade consome e a gente não se move. O meu médico trocou meu remédio. Eu te dou notícias no outro post! Pode me mandar o link novamente?

    Beijo grande!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Cláudia

      É fato que somos paralisados, muitas vezes, pelos nossos transtornos mentais. É como se nos faltasse impulsão para seguir adiante ou levar algum projeto avante. Isso costuma muito acontecer comigo. Muitas vezes entro num projeto com força total, depois minhas forças vão minorando, como se eu estivesse presa a amarras. No momento estou com um livro pronto, mas sem ânimo para mexer com a burocracia da publicação. Precisamos lutar contra isso, continuamente.

      Amiguinha, não sei de que link fala, pois tenho mandando muitos sobre a temática dos transtornos mentais. Veja em SAÚDE MENTAL.

      Beijos,

      Lu

      Responder

Deixe um comentário para LuDiasBH Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *