Arquivo da categoria: Arte Urbana

Arte urbana através dos tempos.

Arte de Rua – DALEK

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Eu não tinha uma direção definida de como queria pintar, então eu  vi um dos trabalhos de Murakami,  no Museu de Boston. Quando vi aquela pintura de perto, percebi que era o produto final que eu queria ver sair de minhas ideias. Eu percebi que precisava desse tipo de aprendizagem. (Dalek)

O designer estadunidense James Marshall (1968) é mais conhecido como Dalek, é oriundo de uma família militar que se deslocava com muita frequência. Acabou dedicando-se ao grafite, ao skate a ao punk rock. Em 1992, concluiu seu bacharelato de Ciência em antropologia e sociologia. E, em 1995 terminou seu bacharelato em Artes Plásticas.

Dalek sofreu grande influência japonesa, pois seu pai trabalhava na marinha, deslocando-se sempre, e, por isso, ele viveu vários anos no Japão, onde serviu durante seis meses como assistente do famoso artista japonês Takashi Murakami, e depois no Havaí.

Os Space Monkeys (Macacos Espaciais) são os personagens mais conhecidos do artista e já se tornaram icônicos. O trabalho de Dalek pode ser encontrado em galerias, revistas, livros, etc.

Fontes de pesquisa
O Mundo do Grafite/ Nicholas Gunz
http://en.wikipedia.org/wiki/Dalek_%28artist%29

GRAFITE E TÊNIS

Autoria de Alfredo Domingos

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Em 2014, trouxemos uma magnífica obra do grafiteiro Toz (Tomaz Viana), que usou uma lateral inteira de edifício, no Centro do Rio de Janeiro. Inúmeras figuras foram retratadas, num raro painel, que muito somou à paisagem da cidade. Desta vez, promovemos o retorno de Toz para apresentar o seu novo trabalho, um pôster, que foi a logomarca do maior torneio de tênis da América Latina, o RIO OPEN 2015, evento que ocorreu no período de 16 a 22 de fevereiro, no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro, e contou com afamados tenistas de vários países.

Toz, o profissional das cores e das formas, inspirou-se na paisagem da sede do torneio, não poupando criatividade. Partiu, no entanto, de três principais motivos: o Cristo Redentor, a raquete do esporte e o saibro das quadras. Para complementar, inseriu árvores e plantas, esbanjando e misturando cores, e, ainda, salpicou bolas coloridas por todos os lados. No canto direito, acima, adicionou, sutilmente, uma quase inteira esfera amarela, que poderá ser entendida como o sol escaldante que espia de longe a cidade neste verão, ou outra bola do jogo, posta em destaque, talvez a principal, pois é ela que flutua e dá graça à disputa.

Finalmente, é preciso ressaltar o registro do nome do torneio, em branco, assemelhando-se bastante ao jeito da assinatura, feita pelos tenistas, nas lentes da câmera que evidencia a vitória. É coisa para pensar!

Nota: Imagem de http://novoluxo.com

Arte de Rua – BINHO RIBEIRO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Eu realmente gosto de me divertir com a arte, e continuo fazendo o que gosto, mesmo que não seja o que os galeristas querem que eu faça.(…) A cultura do grafite é bem aceita no Brasil e há um monte de apoio dos projetos governamentais e sociais. (Binho)

Eu aconselharia outros grafiteiros para nunca parar de pintar na rua e também ser humildes com os novos artistas. (Binho)

No Brasil, o grafite é uma arte que educa os jovens. Em muitos lugares, ele é usado como uma força contra a criminalidade e o vandalismo. As pessoas nos apoiam agora e fazemos projetos com um grande impacto, apoiados por empresas e pelo governo. (Binho)

Binho Ribeiro, como é conhecido Fabio Luiz Santos Riberio, faz parte dos pioneiros da arte do grafite no Brasil e na América do Sul, tendo começado a grafitar em 1984, quando era ainda um garoto. Hoje é um artista respeitado por onde  passa,  e o seu trabalho encontra-se presente em vários Estados brasileiros e em diversas partes do planeta. Ele é tão bom na sua arte que foi convidado para ilustrar embalagens como a da Nescau, campanhas publicitárias como a da Nestlê, Nike, Ford, Brasil Telecom, entre outras. É também curador da Bienal de Graffiti Fine Art, na Galeria Nacional de Arte Brasileira (MUBE). Atualmente é também editor, curador e produtor cultural, responsável pela organização de vários eventos de arte de rua.

Segundo o artista, ele desenha desde criança, mas aprendeu técnicas de desenho e pintura na escola Cândido Portinari, aos 12 anos, quando ganhou uma bolsa de estudos. Começou também a ver grafites clássicos. Tornou-se amigo dos artistas Os Gêmeos e Speto, e saíam a pintar juntos pelas ruas. No início, desenhava personagens, mas depois aprendeu a escrever letras em 3D e num estilo mais selvagem. Ele sempre gostou de pintar animaizinhos estilizados, como carpa, tartarugas e monstros mascarado de gás. Diz que sempre trabalhou como ilustrador e artista de grafite e, que seus trabalhos comerciais são uma conquista como profissional.

Para Binho, os artistas urbanos cumprem um papel social muito importante, ao conectar a arte ao povo, pois a arte feita por eles não necessita de galerias ou museus, nem de dinheiro para se mostrar. Ela está aberta para todo tipo de pessoas, cultas ou ignorantes, crianças, jovens e idosos, uma vez que a arte urbana é popular e dá acesso a todos.

Binho produziu a revista “Graffiti” durante nove anos, oportunidade que lhe deu de interagir com vários artistas brasileiros e de outras partes do mundo. Novos projetos impediram-no de continuar com a publicação.

Fontes de pesquisa
O Mundo do Grafite/ Nicholas Ganz
http://www.conexaocultural.org/blog/2012/09/brasil-criativo-por-binho-ribeiro/

Arte de Rua – BERZERKER

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Tenho orgulho de ser um artista que cresce nesta época. Sinto muito respeito e nostalgia pelo que veio antes de mim e homenageio isso através da minha arte. (Berzerker)

O canadense Berzerker é mais um desses maravilhosos artistas urbanos que vêm espalhando sua arte pelo mundo, nos locais mais improváveis, muitos deles abandonados pelo poder público, mas que voltam a reviver. Seus desenhos, abstratos em sua maioria, são pintados com sprays em muros e trens, como os que vemos acima, pintados num muro.

Os artistas urbanos costumam usar cognomes para nominar a própria arte. Berserkers eram guerreiros nórdicos, muito ferozes, que juravam total fidelidade ao deus vikink Odin. Na época das batalhas, eles se revestiam de uma fúria assassina. Talvez seja a essa força a alusão feita pelo artista ao pseudônimo, mas no sentido criativo.

Fonte de pesquisa:
O Mundo do Grafite/ Nicholas Ganz

Arte de Rua – TOZ

Autoria de Alfredo Domingos

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Em plena zona portuária do Rio, RJ, o artista baiano Toz (Tomaz Viana) pintou, a partir de janeiro de 2013, o maior mural de grafite da cidade, com 30 metros de altura e 70 de largura, usando totalmente a lateral do prédio da Rua Coelho e Castro, na Saúde, próximo à Praça Mauá.

Gente, esta é uma obra maravilhosa! O artista realmente saiu do sério e entrou no lúdico, sem dó e piedade! Embriagou-se nas formas e cores. Perdeu o rumo para achar a arte, caramba! Toz compôs um painel universal para todos os gostos. Reuniu em colagem, não misturou, diga-se de passagem, uma boa quantidade de figuras, vejamos, a começar lá pela esquerda:

  • boneca moderna de cabelo vermelho;
  • perto dela a loura sinistra;
  • a quase Santa de mãos postas, mais ou menos no centro, trajando azul e adornada pelo cabelo roxo;
  • dois bonecos coloridos, um em cada ponta, desfigurados de cabeça, onde apresentam um punhado de bolas com aspecto de ovos de Páscoa;
  • cão de cara do tipo mau, com traços de gozador, no entanto, voltado para a direita, meio que central na composição;
  • personagem oriental, chegado a samurai, bem no cantinho à direita; várias carinhas de quadrinhos infantis;
  • olhos misteriosos espalhados;
  • boca solta e risonha, posicionada abaixo do cão;
  • caixa d’água azul, no alto, de intrometida, assumindo papel de chapeuzinho de tudo ali;
  • e espaços preenchidos de tons de azul e de amarelo para compor a arte. Ufa, muita coisa!

O artista fez uma positiva conspiração em nome da cor para derrubar o cinza-pedra da cidade. O concreto aparente transformou-se em galeria policromática a céu aberto, desafiando e ganhando do feio. Que árdua luta travou o Toz para abrandar anos de obscuridade e rigidez, hein! Valeu!

As armas usadas na batalha, porém, foram pacíficas: andaimes, grua, mais de 1.500 latas de tinta e incontáveis rolos, broxas e pincéis. Participou, ainda, uma tropa de 8 obstinados guerreiros, inclusive o autor do projeto esteve empenhado. E assim, o que já foi maldito, tido há tempos como enganação de vagabundos, ganhou destaque, conquistando a sociedade. Grafitar é fazer arte e das boas. Bem comparando, este painel contém a mesma importância artística daquele de Portinari, Guerra e Paz, claro, considerando que cada um ocupa o seu quadrado, dentro de sua época!

Fonte de pesquisa:
oglobo.globo.com

ARTE DE RUA – BASK

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Bask é um artista tcheco que, aos oito anos de idade, conseguiu fugir do regime comunista de seu país, então Tchecoslováquia, juntamente com sua família, composta por seus pais, ele e uma irmã, e se refugiar nos Estados Unidos, em 1984. Segundo conta, sua família viveu num campo austríaco de refugiados, durante seis meses, antes de obter ajuda para emigrar. E o dia em que a família escapou, a tia, irmã do pai, foi assassinada. E tudo isso foi muito traumático para ele. Somente na sua adolescência foi ler o livro 1984, de George Orwell, que mudou a sua vida. Também ama A Revolução dos Bichos, do mesmo autor. Tem predileção pelos autores: Orwell, claro, Joseph Campbell, Allan Watts, Noam Chomsky, Howard Zinn, Charles Bukowski, e até mesmo por Sun Tzu (A Arte da Guerra).

Os desenhos de Bask, que se inspirou em culturas e paisagens urbanas, para criar o seu estilo de pós-grafite, trazem sempre um cunho social ou político, com o objetivo de levar o observador a ter uma atitude crítica. Ele usa respingos de tintas, texturas espessas e estênceis para criar seus personagens e outras formas de desenho, bem parecidos com rascunhos infantis. A estética de seus desenhos parece sempre inacabada ou imperfeita. Mas o fato de as imagens parecerem inacabadas tem como objetivo fazer com que o observador concentre seu olhar ali e, mentalmente, preencha as linhas ausentes, numa interação mais profunda. Quase nunca faz um esboço daquilo que vai fazer, mas possui uma visão geral da obra, um layout, na cabeça, antes de começar a pintar. Mas acontece de mudar, acrescentando ou subtraindo algum elemento, de acordo com seu impulso criativo. Ele se diz autodidata e, por isso, está sempre aberto às novas experiências.

Bask diz-se cético em relação a cada “nova grande coisa” lançada pelo mercado consumidor, pois isso o faz lembrar-se da mesma propaganda de lavagem cerebral que sofreu em seu país. É preciso não se submeter à pressão da sociedade, alimentada pelo marketing, de viver uma determinada maneira, ainda que isso não tenha um real benefício para a nossa vida cotidiana. Segundo o artista, ele possui uma relação de amor e ódio com os anunciantes. Ele odeia o controle e a influência que eles exercem sobre a sociedade, mas também admira as propagandas inteligentes e eficazes. É fato que a publicidade está em toda parte, mas a maioria dela é um lixo, uma poluição visual.

O tcheco afirma que o artista de rua continua se escondendo da polícia e que sua arte não pode se tornar muito comercial para não perder sua juventude e rebeldia. Ele gosta de trabalhar em murais, com permissão, onde faz experimentações de imagens e técnicas. Mesmo assim, por pura nostalgia, vez ou outra faz uma pintura proibida. Ele diz gostar de incorporar marcas e imagens em sua arte, pois, para ele, a cultura popular é tudo que nos rodeia, mas de um modo que não se torna plágio, sempre acrescentando algo mais, tornando-as originais.

Ultimamente, segundo Bask, tem aparecido uma grande quantidade de artistas incríveis que fazem arte de rua, com Barry McGee, Revok, Os Gemeos, Roa, Rime, Retna, e muitos outros.

Fontes de pesquisa:
O mundo do grafite/ Nicholas Ganz
http://tampareviewonline.org/art/the-art-of-bask