Arquivo da categoria: Janelas pro Mundo

Artigos excêntricos de diferentes partes do mundo

MÉXICO – LA SANTA MUERTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A morte, que foi sempre temida em toda a história da humanidade, agora ganha culto no México e já se espalha pelo mundo. Ela é cultuada como uma entidade milagrosa, que vela pelos piores e mais desvalidos pecadores, quando esses já não têm mais com quem contar e, quando tudo no mundo se torna um inimigo à espreita. Mas tal ser sobrenatural também exige o seu quinhão em troca, afirmam os seus fiéis. Enquanto o devoto honrar os compromissos feitos com “La Santa Muerte” contará com a sua acolhida e proteção, seja lá quais forem os pecados que carregar consigo. O pagamento deve ser proporcional ao tamanho do milagre. Ou seja, quem pede mais, paga mais. O que não deixa de ser muito justo. De modo que a punição para o velhaco, que não paga seu débito é terrificante. O que nos leva à dedução de que os políticos mexicanos não são de fazer promessas vãs, senão a foice come solta. Será?

Estátuas de Santa Morte são feitas em vermelho, branco, verde e preto, com pedidos de amor, sorte, sucesso financeiro e proteção pessoal. Entre suas oferendas incluem-se rosas, maconha, cigarros, frutas, doces e tequila. Os santuários em sua homenagem são adornados com rosas vermelhas, cigarros e garrafas de tequila, enquanto as velas queimam em adoração. Não resta dúvida de que nos tornamos mais piedosos, quando os problemas se abatem sobre nós. O mesmo acontece com os países, quando passam por severas crises. De modo que o culto à morte e a outras figuras incomuns, no México, pode estar ligado aos problemas enfrentados pelos mexicanos: seca, surto de gripe suína, colapso no turismo, crescimento do comércio de drogas, redução nas reservas de petróleo e crise econômica que redundam em violência.

Estatísticas comprovam o aumento do estresse e da depressão em todo o mundo, pois conviver com as pressões sociais e as tensões do dia a dia não tem sido fácil num mundo extremamente capitalista, onde os valores humanos passam por uma inversão nunca vista. Portanto, toda ajuda é sempre bem vinda, independentemente do nome do santo. No Méxicono até mesmo um bandido mitológico de nome Jesús Malverde anda fazendo “milagres”. O mais bizarro é que a preocupação com a salvação está cada vez mais démodé, enquanto a busca pelo sucesso sobe. Mas, apesar do culto a tantas deidades bizarras que vêm aflorando pelo mundo espiritual, nos nossos dias, adorar um conjunto de ossos é deveras “sui generis”. A morte é representada por um esqueleto com um alfanje na mão, vestindo longas vestes e coberta por penduricalhos. Os altares da Santa Muerte (também conhecida por La Santíssima Muerte ou Doña Sebastiana) estão espalhados por todo o México, principalmente nos lares dos pobres. Também podem ser encontrados na Califórnia (EUA) e em países da América Central. Os devotos mais fervorosos tatuam sua imagem no corpo.

O governo mexicano, anos atrás, invalidou o registro do culto à nova santa, mas de nada adiantou. É possível comprar, em bancas de jornal, vídeos que ensinam todos os passos de  apelar à Santa Muerte, com resultados garantidos. Em 24 de março de 2009, autoridades mexicanas destruíram 30 capelas dedicadas a ela nas cidades de Nuevo Laredo e Tijuana, sob a alegação de que existe uma forte associação entre o culto e os traficantes de drogas. A Igreja Católica vê no culto à Santa Muerte um ritual pagão, argumentando que Cristo derrotou a morte, e lamenta o fato de que muitos traficantes pedem à santa que elimine seus inimigos.  Segundo alguns sociólogos, os cartéis de droga, que proliferam por todo o país mexicano, são os maiores responsáveis pelos cultos exóticos, pois desestruturam a sociedade, fomentando a devoção religiosa em tempos tão difíceis para o povo. Eles recrutam sua mão de obra barata principalmente entre os jovens pobres, que sonham em pertencer ao mundo das grifes e do poder, enquanto vendem a droga ilícita para os consumidores ricos, com um retorno imensurável. Alguns devotos da Santa Muerte justificam-se, dizendo que “ela está sempre ao lado e que jamais os deixará”. O que não deixa de ter certa dose de verdade. O Dia de Los Muertos é o feriado mais importante do México.

Nota: Imagem copiada de http://www.fotolog.com.br

Fonte de pesquisa
National Geographic/ Maio/2010

ÍNDIA – A CULTURA DO DOTE

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A vela do pai que tem filhas queima a noite toda. (Provérbio)

 Dentre os países, em que os pais ainda se utilizam do “dote” para casar suas filhas, encontra-se a Índia, apesar de este costume ter sido abolido em 1961. Mas como acontece em todos os países em que a Justiça é fraca, para não dizer corruptível, as leis costumam ficar apenas no papel, num eterno faz de conta. Em razão disso, pesquisas mostram que mais de 80% das dívidas contraídas pelas famílias indianas dizem respeito a esse perverso “dote”, o que tem gerado graves pendências e inimizades, que muitas vezes acabam em mortes ou na devolução da filha já casada, ainda que com filhos. Para muitas pessoas de outras culturas é difícil compreender como se desenrola esse “comércio matrimonial”, uma vez que existe o “dote” e também “o preço da noiva”.  Saibam, portanto, que as duas ações são simultâneas, como se se tratassem da venda de uma propriedade, onde as duas partes devem sair plenamente satisfeitas. Muitos casamentos são tratados quando os nubentes ainda são crianças.

A família da noiva faz um pagamento oficial, que pode ser em dinheiro, gado, joias ou qualquer outro bem valioso, à família do noivo, para confirmar o casamento.  Por sua vez, a família do noivo “presenteia” a família da futura esposa, não como pagamento, mas como forma de garantir certos direitos sobre o novo membro da família. Nesse tipo de acordo, ainda que velado, estão inclusas duas normas importantes: a família da moça não mais exercerá qualquer controle sobre ela, fazendo valer o provérbio coreano que reza que “A jovem que se casa perde o parentesco”, e seus filhos estarão ligados aos laços paternos. Tal acordo tem por finalidade reduzir o risco de divórcio, por parte da mulher, e ampliar a indenização, caso ela cometa adultério. Ou seja, de qualquer forma os bens do casal acabam ficando para o marido e sua família de sangue.

O “dote” tem contribuído para que o desprezo pelo nascimento de meninas seja uma constante nas sociedades em que existem tais transações matrimoniais. Não é à toa que certo provérbio apregoa que “A vela do pai que tem filhas queima a noite toda”, aludindo à sua preocupação. Para casar suas filhas, uma família pobre ou remediada, tem que fazer pesados sacrifícios, muitas vezes contraindo empréstimos que jamais poderá pagar. Além dessa tradição totalmente estranha para nós ocidentais, e que só leva em conta a transação comercial, sem nenhum espaço para o amor ou a escolha própria, ainda existe a festa de casamento, que jamais pode faltar. Isso acaba onerando ainda mais a família da jovem esposa. E se há muitas filhas, o problema torna-se insolúvel, na maioria das vezes, arrastando a família para o desastre financeiro. Em razão do “dote” a desconsideração pelas filhas é tão grande que um provérbio árabe diz: “Antes dois escorpiões em casa do que duas filhas”, e um turco reza: “Quem tem filhas envelhece rápido”. Não se esquecendo de que a virgindade é sempre exigida da mulher.

O sistema do “dote” só faz aumentar a predileção pelos filhos homens. Mesmo na morte, é possível notar a diferença entre se ter meninos ou meninas. A morte de uma filha funciona como um tipo de alívio para sua família, enquanto a de um menino significa dias e dias de choro e lamentações. Assim se expressa um provérbio libanês: “A morte de uma jovem é bem-vinda, ainda que seja núbil”. A preocupação com os bens materiais é tamanha que, em certas culturas, o casamento é combinado dentro da própria família, entre primos, de modo que o patrimônio não caia em mãos estranhas. Tanto é que um provérbio tunisiano proclama: “A filha de um tio materno não custa nenhum dinheiro”, ou seja, tudo fica em casa.

As culturas do “dote” e da “compra da mulher”, apesar das críticas recebidas, ainda prosperam em vários pontos do planeta. Quando se fala sobre o “dote” está se referindo à compra, por parte dos pais, de um marido para a filha. Tal procedimento é mais comum na Ásia, onde se encontra a Índia, e em algumas regiões africanas. Já a “compra da mulher” é um costume essencialmente africano, em que o dinheiro recebido, através da venda da filha, permite que os filhos comprem mulheres para si. Nas culturas em que acontece a “compra da mulher”, essas gozam de maior estima, ao contrário daquelas que fazem uso do “dote”, pois, se os pais não cumprirem o prometido, a filha pode ser devolvida mesmo depois de anos de casada, o que se torna uma desonra para ela e toda a família.

Nota: imagem copiada de Te interesa

 Fonte de pesquisa
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper

MÉXICO – A VIRGEM DE GUADALUPE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Você não pode ser considerado um verdadeiro mexicano se não acredita na Virgem de Guadalupe. (Carlos Fuentes – romancista)

 A Virgem é o consolo dos pobres, fracos e oprimidos. Em suma, é a Mãe dos órfãos. Todos os homens nascemos deserdados e nossa condição verdadeira é de orfandade, mas isso é particurlarmente verdadeiro para os pobres do México. (Octavio Paz – escritor)

Ao forte nacionalismo do povo mexicano alia-se a fé católica, que pode ser sentida nos mais diferentes pontos do país, quer seja numa rua ou esquina, numa casa humilde ou numa mansão. Nenhuma festa é mais importante do que a comemoração do dia da padroeira do povo mexicano – Nossa Senhora de Guadalupe, realizada no dia 12 de dezembro, quando milhões de romeiros convergem-se dos mais diferentes locais do país para a Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, onde se encontram “o manto sagrado da Virgem de Guadalupe” e a imagem da Virgem nele impresso.

As procissões, que antecedem o dia da padroeira, são um espetáculo, onde se misturam imagens da Virgem, seus retratos em diferentes formatos, cores e dimensões, assim como esculturas de Jesus Cristo e santos, estandartes, bandeiras, faixas, velas, flores e… Muita fé! Grupos de quatro homens carregam altares iluminados que, à distância, criam um clima de magia, parecendo que flutuam no ar. Muitas pessoas vêm em romaria, partindo de suas cidades, caminhando muitos quilômetros, até à Basílica de Guadalupe. Em meio a essa gente fervorosa encontram-se bebês e idosos em cadeiras de roda improvisadas. Cânticos, ladainhas e rezas são entoados pelos devotos no percurso da longa romaria. Essa festa chega a ser mais importante do que o próprio Natal.

A Virgem de Guadalupe encontra-se presente no dia a dia do povo mexicano. Sua fotografia encontra-se, inclusive, nas carteiras e bolsas de homens e mulheres. Não se pode dar um passo sem ela. Outra prova do amor dos mexicanos à Virgem está no número de peregrinos que visitam a Basílica de Guadalupe todos os anos (mais de dois milhões), onde há espaço para 10 mil pessoas, mas abriga até 40 mil, todos unidos na fé.

Segundo a lenda, a Virgem de Guadalupe apareceu pela primeira vez em 12 de dezembro de 1531, a Juan Diego, um modesto indígena. Ela lhe pediu que naquele local fosse erguida uma igreja. O agraciado com tal visita levou seu pedido ao frei Juan de Zumárraga, arcebispo da Cidade do México à época. Como São Tomé, esse pediu ao índio que voltasse ao local e pedisse à Virgem algum sinal de sua identidade divina. Ela então ordenou a Juan Diego que colhesse rosas de Catilha, no monte Tepyac. Ao entregar as flores ao arcebispo, esse viu a imagem da Virgem gravada nessas.

A Virgem de Guadalupe, com sua pele morena, semelhante à dos indígenas, é um símbolo da miscigenação racial, cultural e religiosa do povo mexicano. Ela ocupa, no coração dos nativos, o lugar que antes foi dedicado a Tonantzin, deusa da fertilidade, cujo templo foi destruído pelos espanhóis, entre 1519 e 1521.  Alguns peregrinos índios chamam a Virgem com o nome de Guadalupe-Tonantzin.

Fonte de pesquisa
Mexicanos/ Editora Contexto

ÍNDIA – ALERTA CONTRA OS INDIANOS NA INTERNET

Autoria de Daniela Leite

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Assim como muitas mulheres no Brasil e em vários outros países, também fui vítima de um indiano. E esta é a minha historia:

Eu o conheci em 2014, via whatsapp. Ele começou a conversar comigo, dizendo que queria ser meu amigo, que eu era muito bonita, etc. Não lhe dava atenção no início, mas ele era muito insistente. Perguntou-me se eu era virgem, o que me deixou incomodada. Respondi-lhe que não era da conta dele e que iria bloqueá-lo. Ele me pediu desculpas. Não falava sobre sexo e era atencioso, mandando mensagens de manhã, tarde e noite.

Nessa época, eu estava carente e tinha saído de um relacionamento. Acabei me apegando a esse indiano, que me enchia de atenção. Dizia que gostava de mim, que eu era a “garota dos seus sonhos”. Logo veio o “I love you”. Eu acreditei e fiquei apaixonada. Vieram os papos sobre sexo e pornografia. Sentia-me incomodada, mas tolerava. Achava que era parte do “relacionamento”. A conversa sempre girava sobre sexo e dinheiro. Perguntava quanto se ganhava no Brasil, se eu trabalhava e qual era meu salário e o da minha mãe. Falei-lhe que estava estudando pra concurso. Sempre me perguntava se estava estudando direito (mostrando-se preocupado com meu futuro). Se eu passasse no concurso, viria se casar comigo, mas eu tinha que ganhar muito dinheiro pra poder comprar a nossa casa.

Uma vez, esse indiano pediu-me pra ajudar a pagar sua passagem ao Brasil. Disse-lhe que não tinha dinheiro. Além de sexo, ele falava sobre atriz-pornô e prostitutas. Ele queria ser ator pornô, pois, dizia, são ricos e divertem-se fazendo sexo. Pedia-me fotos nuas e ficava com raiva, se não as enviasse, dizendo que não o amava. Era um tremendo pervertido, que se mostrou bonzinho no início, só pra atacar. Como pude aguentar isso tudo? Parece que estava dopada. Dizia que a mulher brasileira era bonita e sexy, mas a maioria era vadia, que se casava várias vezes e fazia sexo com vários homens. E que as indianas só faziam sexo depois do casamento e nunca deixavam seus maridos.

Esse sujeito dizia que era solteiro e não gostava de indianas, pois eram gordas, maltratadas e não faziam sexo como nos filmes pornôs. Não se casaria com uma, e sua mãe queria uma estrangeira pra ele, porque eram mais bonitas. Fiquei desconfiada, porque sempre ouvi dizer que as famílias indianas não aceitam estrangeiras como esposas dos filhos. Decidi pesquisar na internet e achei vários resultados. Fiquei sem palavras, pois achava que era a única que tinha caso com um indiano, e que isso era raro. Numa dessas buscas encontrei este blog e vi um monte de relatos. Mas isso nem me tocava, pois parecia cega. Achava que comigo seria diferente. Ele não iria me enganar, pois me amava de verdade.

Resolvi fuçar o Facebook do “meu” indiano, pra ver se via alguma paquera ou qualquer coisa. Achei um comentário, em híndi, de certa Tripti Chaudhary, com a palavra “janu”, (meu amor). Ele me disse não conhecer a pessoa. Depois de muita insistência, disse-me que moravam na mesma vila. Acreditei! Passaram-se dois anos de pura perda de tempo, “sex chat”, pedido de “nudes”, vídeos, falsas promessas, ilusão… Quando ele falou com outro indiano que eu era “randi” (prostituta), eu o deletei, mas ele ficou me mandando mensagens pedindo perdão, dizendo que dissera aquilo por ciúme. Eu o ignorava. Minha mãe e irmão eram contra eu ter amizade com desconhecidos. Diziam que estava perdendo tempo. Mas eu nem ligava, e acabei perdoando-o. Algum tempo depois, o primo desse cara disse-me que ele tinha namorada. Mas ele desmentiu tudo, dizendo “que me amava e não iria me esquecer nunca”, enfim, todas as babaquices que todos eles costumam dizer. Mas a idiota aqui acreditou e perdoou-o novamente.

Logo descobri que ele era noivo, há quatro anos, da tal Tripti Chaudhary. Conversei com ela, que me disse que sabia tudo sobre mim, e que eu era apenas um passatempo dele, que havia me enganado o tempo todo. Eu m senti traída, enganada, um lixo. A ficha havia caído. Tantas mentiras, falsas promessas… E também tudo o que eu tinha feito: fotos enviadas, vídeos… Como pude confiar num cara que nunca vira na vida?  Como entrei numa fria dessas? Fiquei muito mal, depressiva… Só de imaginar que ele poderia ter colocado minhas fotos íntimas em algum site pornográfico, eu sentia pavor.

Contei a minha mãe sobre tudo, menos sobre as fotos, ela iria ficar arrasada, pois sempre me aconselhou pra não confiar em ninguém, principalmente da Internet… E nunca enviar fotos. Mas o cara voltou a me procurar, pedido perdão e dizendo que acabara com a noiva. Tudo mentira, é claro! Disse que tinha feito uma cirurgia e tinha pouco tempo de vida e precisava falar comigo. Disse-lhe que o tempo dele havia esgotado. Não nos falamos mais, mas ele ainda vive me seguindo. Até agora ele não fez chantagem com as fotos que enviei, mas temo por isso, pois é capaz de tudo.

Eu aprendi muito com tudo isso. Parece que a gente só aprende quando algo ruim acontece consigo mesmo. Porque não adiantou nada eu ter lido os relatos aqui e ouvido os conselhos de minha mãe. Nada disso surtiu efeito em mim. Poderia ter sido pior, se eu tivesse ido pra Índia, e sabe se lá o que teria ocorrido comigo. Mas, graças a Deus, não tive essa coragem.  Não se deve confiar em ninguém, principalmente da Internet.

Mulheres, não confiem em indianos! A maioria não vale aquilo que o gato enterra. Já são comprometidos e só estão à procura de sexo e de aplicar golpes. Não se deixem levar por papinho de amor, pois é tudo mentira. Só estão interessados no que podem tirar de vocês! Pra não esquecer: o nome dele é Chaudhary Ankit Tewatiya, o da esposa (possivelmente já estão casados) é Tripti Chaudhary e do irmão Arpit Tewatiya. Eles usam o Facebook como se fossem solteiros, sem status de relacionamentos e sem fotos, só pra enganar suas vítimas.

SOMÁLIA – MODELO SOMALI FALA SOBRE SUA MUTILAÇÃO GENITAL

Autoria de Amanda Campos*

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Fechei meus olhos e rezei para que fosse rápido. E foi, já que desmaiei de tanta dor e só acordei quando já havia acabado. Foi horrível. Senti como se tivesse perdido um braço. (Waris Dirie)

Grande parte da população somali é analfabeta. Claro que acreditam em várias tradições. As mulheres não têm status social e são abusadas em todo a sua vida. Essa realidade precisa mudar. (Waris Dirie).

Waris Dirie tinha 5 anos quando foi circuncidada com navalha. O som rítmico dos tambores ainda ecoa nas suas lembranças, cada vez que ela ouve falar sobre mutilação genital feminina. Ela foi acordada pela mãe no meio da noite e levada a um local ermo. Quando viu uma mulher seguir em sua direção com uma lâmina de barbear quebrada, não teve dúvida: seria mutilada.

Depois do procedimento, Waris passou duas semanas recuperando-se com hemorragia e febre alta. Para acelerar a cicatrização, a criança teve pernas e tornozelos atados com tiras de pano por quase um mês. “Mesmo sendo apenas uma garotinha, sabia que aquilo era errado. Deus me fez perfeita. Não precisavam ter tirado uma parte de mim”, diz ela.

Apesar do sofrimento, Waris jamais se rebelou contra os pais. Pelo menos até os 13 anos de idade, quando a família avisou que ela teria que se casar com um homem bem mais velho. Na noite que antecedeu o matrimônio, a jovem fugiu de casa e buscou abrigo junto a um tio que trabalhava em uma embaixada. Levada por ele para Londres, na Inglaterra, ela se tornou empregada doméstica na casa do embaixador da Somália, mas fugiu depois de meses sem qualquer remuneração. Instalada em um albergue, a jovem conseguiu emprego em um restaurante do McDonal’s, onde acabou sendo descoberta pelo fotógrafo Terence Donovan e iniciou seu trabalho como modelo.

“Foi um choque para uma garota muçulmana que não conhecia nada do mundo como eu”, brinca Waris. “Depois disso, dei início à minha carreira. Foram muitos desfiles e trabalhos publicitários. Mas jamais esqueci da mutilação genital.” Para ajudar outras meninas que se submeteram à mutilação genital e evitar que milhares de outras sofressem a mesma dor, a ex-top model tornou-se ativista social e escreveu o livro “Flor do Deserto”, que posteriormente tornou-se filme com título homólogo e que teve a somali como co-produtora. Depois de anos como modelo, Waris passou a dedicar-se exclusivamente à “Desert Flower Foundation”, ONG que apoia mulheres afetadas pela mutilação genital e tenta proteger possíveis vítimas. Hoje, Waris mora em Viena com os filhos Aleeke e Leon.

*Nota: trecho retirado do Jornal Último Segundo.
Leiam a reportagem na íntegra acessando: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-04-23/desmaiei-de-dor-lembra-top-model-da-somalia-sobre-mutilacao-genital.html

Imagem copiada de http://www.polyvore.com/waris_dirie_hero_survivor_warrior
/set?id=36859387

ÁFRICA – A ABLAÇÃO DA GENITÁLIA FEMININA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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 Na Somália, assim como em alguns outros países africanos e do Oriente Médio, as meninas são “purificadas” mediante uma prática considerada abominável no mundo civilizado: a ablação da genitália. Tal procedimento normalmente ocorre quando a garota completa quatro a cinco anos de idade. O clitóris e os pequenos lábios são cortados ou extraídos e toda a região é costurada, formando um cinto de castidade, mas de carne. Apenas um pequeno orifício permite a saída da urina. Ao se casar, tal costura é rasgada brutalmente para o coito, muitas vezes é cortada à faca pelo esposo.

A mutilação dos órgãos genitais da criança é anterior ao Islã, de modo que não são todos os muçulmanos que adotam tal procedimento. Assim como existem povos que o adotam, mas não são islâmicos. Na Somália, tal prática é muito usada, de modo que quase todas as meninas são submetidas à clitorectomia. A cultura do país usa o Islã como desculpa, mas, mesmo assim, os imames não desencorajavam tal prática ou a proíbem.

As garotas incircuncisas (que não foram infibuladas) são discriminadas e tidas como prostituas, possuídas pelo diabo. A maioria dos homens não se casa com garotas que não foram circuncidadas. Grande parte das moças solteiras que se engravidam, acabam se suicidando, por não aguentarem a humilhação e os castigos. Muitas se queimam vivas, antes que sejam mortas por pais ou irmãos. Uma criança, filha de mãe solteira, é tratada como pária. Sofre toda sorte de abusos e maus-tratos. É grande o número de crianças que morrem de dor e infecção, durante ou após a operação de clitorectomia. Outras complicações dolorosas acompanham as futuras mulheres pelo resto da vida, depois de serem expurgadas.

A clitorectomia é feita por pessoas comuns, sem nenhum conhecimento de medicina, tais como açougueiros, parteiras e avós. Não é usado nenhum tipo de anestésico ou antisséptico, e as crianças são instadas a não chorar, para não mancharem a honra da mãe. Até o sofrimento ali está ligado à maldita honra. Após a sutura das partes sangrando, a garota tem as pernas amarradas para facilitar a cicatrização, impedindo-a de andar. Urinar passa a ser outra tortura. As pernas são desamarradas e amarradas de novo, até que os pontos sejam tirados com a mesma brutalidade, muitas vezes com o tecido ainda inchado ou cheio de pus.

O objetivo da clitorectomia é impedir que as mulheres sintam desejos sexuais e se “transformem” em prostituas. Mas segundo informações de mulheres que já passaram por isso, e vivem agora no Ocidente, tal procedimento bestial e perverso não elimina o apetite sexual e nem a capacidade de ter prazer, como pensa a família da garota. Ou seja, não possui nenhuma outra eficácia que não seja a de mutilar fisicamente o corpo da mulher e levá-la a um sofrimento atroz, que a acompanha até a morte.

O que vemos na Somália é uma mentalidade feudal, alavancada por conceitos tribais de honra e vergonha, onde as mulheres são literalmente mutiladas, em nome da moral. Mesmo homens somalis, moradores em países liberais, voltam para a Somália para buscarem uma esposa sob a alegação de que as somalis de fora do país de origem são muito ocidentalizadas (vestem de modo indecente, desobedecem aos maridos e se misturam livremente com homens, em suma, não são baarris).

O mais triste é constatar que mesmo em países ocidentais, como na Holanda, França e o Reino Unido, as famílias de países em que se pratica a clitorectomia, ao se exilarem, levam consigo o mesmo costume perverso, praticando em solo estrangeiro a ablação da genitália feminina. Tais famílias precisam ser denunciadas e punidas severamente, de modo a proteger, principalmente, as crianças que não podem se rebelar contra a autoridade abusiva de seus pais. Nem mesmo as mães podem protegê-las contra a ignorância de uma cultura perversa, onde a “honra” justifica qualquer tipo de abuso cometido contra as mulheres, ainda que elas seja criancinhas inocentes e desamparadas, num mundo cão. Vejam também o artigo:

ÁFRICA – AS MULHERES NA CULTURA SOMALI

Nota: imagens copiadas de forum.outerspace.terra.com.br320 × 217  e
janeentrelinhas.blogspot.com

Fontes de Pesquisa:
Reconciliação (Benezir Bhuto)
Infiel (Ayaan Hirsi Ali)
Nove Partes do Desejo (Geraldine Brooks)