Monet – O PARLAMENTO EM LONDRES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Londres é significativa para mim. Mas só no inverno. É como uma massa, como um conjunto e, não obstante, ali tudo é simples. Mas Londres agrada-me, sobretudo, sob a névoa. Essa lhe confere uma dimensão suntuosa, seus blocos de casas regulares e compactos cobrem-se nesse manto misterioso. (Monet)

Que difícil é captar esse clima tão instável. (Monet)

Na atmosfera reaparece uma cor que eu havia descoberto no dia anterior (…). Imediatamente, trato de fixar o mais rápido e definitivamente possível a visão, mas quase sempre ela desaparece em seguida, para dar lugar a outra cor. (Monet)

O impressionismo é igual a Monet, isolado em sua genialidade, glorioso e visionário. (Remy de Gourmont)

Quando trabalhava na capital britânica, Monet rodeava-se por inúmeras telas, trabalhando nelas ao mesmo tempo, no intuito de captar a variação da luz. Ele era fascinado, sobretudo, com a bruma que cobria a cidade durante o inverno.

O pintor J. M. W. Turner testemunhou e recriou o famoso Incêndio das Câmaras dos Lordes e dos Comuns (imagem menor), usando cores vibrantes e pinceladas fortes, dando a impressão de que os prédios encontravam-se ardendo em chamas. Assim como Turner, Claude-Monet, setenta anos depois, iria mostrar O Parlamento de Londres (imagem maior) também em chamas, mas só que essas chamas eram o resultado, não de um incêndio, mas do poente que se incidia sobre o local, tentando atravessar a muralha de névoa e deixando a impressão de que os edifícios estavam sendo desmaterializados.

Monet executou uma série de pinturas no local, retratando as mudanças diárias no tempo e na luz. Para pintar a série de telas sobre os parlamentos, o artista postou-se na margem oposta do rio Tâmisa. Como na Catedral de Rouen, a pintura desse quadro tinha como objetivo mostrar o efeito de luz e cor e, nesse caso específico, mostrar as formas do prédio, aqui bem simplificadas por Monet. Ele colocou uma sombra verde e roxa entre dois tons de laranja incandescente e uma iluminação dourada como sendo reflexo de luz. Sendo que a luz, que tenta passar através da neblina, cria um efeito ótico maravilhoso. Monet certa vez falou que gostaria de pintar o ar onde estavam a ponte, a casa e o barco, mas sabia ser impossível. Contudo, o ar, onde está o parlamento, prevalece sobre toda a cena.

Ficha técnica:
ata: 1904
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 81 x 92 cm
Localização: Museu d`Orsay, Paris, França

Fontes de Pesquisa:
Claude Monet/ Coleção Folha
Grandes Mestres da Pintura/ Editora Abril
Monet/ Editora Taschen
Monet/ Editora Girassol

2 comentaram em “Monet – O PARLAMENTO EM LONDRES

  1. Carlos A. Pimentel

    Lu,

    Monet foi realmente genial. Não sei bem o porquê, mas analisando o quadro e lendo o seu texto, lembrei-me de quando, ainda garoto, sentia todo o mistério de São Paulo coberta pela garoa. Não temos mais a garoa e não conheço nenhum pintor que a tenha retratado com tamanho sentimento e sensibilidade.

    Abraços,

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Beto

      Não sabia que a garoa havia desaparecido de S. Paulo.
      Será que nenhum artista retratou-a com aquela bruma maravilhosa, apesar do frio doído que trazia?

      Acho fascinante o trabalho de Monet.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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