Correggio – CÂMARA DE SÃO PAULO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O artista italiano Antonio Allegri, mas conhecido por Corregio, quando morou em Parma recebeu de Giovanna Piacenza, mulher de grande conhecimento e abadessa do antigo Mosteiro de São Paulo, a incumbência de pintar a cúpula de sua pequena sala de jantar, que fazia parte de um complexo de seis quartos, que constituiam sua moradia pessoal, local hoje conhecido por Câmara de São Paulo ou Câmara da Abadessa.

O cômodo ornamentado pelo artista é um quarto com cerca de 7 x 6,95 m,  encimado por uma abóboda, em forma de guarda-chuva, de estilo gótico tardio, construído em 1514 por Giorgio da Erba. O objetivo de Correggio era fazer parecer uma pérgula a céu aberto, criando no interior um jardim fictício. A abóbada é dividida em quatro zonas, correspondendo cada uma delas a uma parede. No centro da abóbada vê-se o brasão de armas da abadessa, e a ele estão ligados festões de plantas, ligando a uma falsa abertura oval, onde se encontram os querubins. Abaixo desses estão os nichos com personagens mitológicos.

Acima da lareira (ver imagem à direita), sobre um triângulo, está retratada Diana, deusa da castidade e da caça, que também simboliza a lua, numa referência ao brasão da abadessa, que apresentava três luas em forma de foice. Ela está armada com arco e sua aljava, sendo conduzida em uma carruagem por dois veados, dos quais só se vê a parte traseira. O olhar da deusa fixa o observador. Sobre a cornija da lareira, encontra-se uma inscrição latina: “Ignem gladio ne fodias”, que significa: “Não perturbe a chama com a espada”.

O artista usou 16 molduras ovaladas para apresentar 35 pequenos anjos, num fundo azul claro, assemelhando-se com o céu. Esses anjos encontram-se nas mais diferentes posições, como se estivessem brincando. Abaixo deles são vistas, em 16 lunetas, sendo quatro de cada lado, cenas de figuras alegóricas, monocromáticas, inspiradas na mitologia greco-romana. As lunetas simulam mármore. Ali estão representadas as Três Graças, Adônis, Minerva, Juno sendo punida, e outras personagens.

Em seu trabalho, Correggio apresenta figuras religiosas e profanas, o que era comum à pintura da época. O nu ilustrava as virtudes morais. O cristianismo e a cultura pagã coexistiam em perfeita harmonia, dentro da mais perfeita normalidade. Todo o afresco é visto como um trabalho da mais notável qualidade. Ainda não se decifrou o significado da decoração feita por Correggio na sala da abadessa Giovanna Piacenza.

Fontes de pesquisa
Corregio/ Abril Cultural
http://www.italyinus.org/en/trip-suggestion&id_itinsub=92
https://it.wikipedia.org/wiki/Camera_della_Badessa

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