Cosimo e Tucci – A ÚLTIMA CEIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O afresco intitulado A Última Ceia é uma criação dos artistas italianos Cosimo Rosselli e Biaggio d’Antonio Tucci. Faz parte da ornamentação da Capela Sistina, em Roma, Itália, e tinha por objetivo fazer um paralelo entre a vida do profeta Moisés (Antigo Testamento) e a de Jesus Cristo (Segundo Testamento).

A cena principal ilustra a última refeição feita por Jesus ao lado de seus apóstolos. Inseridas nela, na parede de trás, em segundo plano e em forma de três janelas, são mostradas três passagens da Paixão de Cristo, sendo elas, da esquerda para a direita:

1- Jesus rezando no Monte das Oliveiras;
2- A prisão de Jesus;
3- A crucificação de Jesus entre os ladrões.

Os dois últimos quadros foram pintados por Biaggio.

A última ceia de Cristo acontece numa abside, local que nas basílicas romanas corresponde a um nicho semicircular e abobadado. A mesa onde se encontra o Mestre e seus 13 apóstolos tem a forma de U ou ferradura, postada de frente para o observador. Está coberta por uma toalha branca bordada, com franjas nas pontas laterais. Sobre ela se encontra unicamente um cálice, na frente de Jesus, uma referência à instituição da Eucaristia, símbolo da Nova Aliança entre Deus e a humanidade. Os utensílios, que deveriam estar sobre a mesa, estão no chão, em primeiro plano, como se aguardassem um segundo momento para serem postos à mesa.

Jesus encontra-se no meio da mesa, tendo seis apóstolos à sua direita e o mesmo número à esquerda. Judas, retratado de lado (pose comum ao traidor) encontra-se sentado diante do Mestre, encobre o apóstolo que se encontra ao lado esquerdo de Cristo e também divide a pintura ao meio. Nas suas costas, um pequeno diabo sobe em direção à sua cabeça. Dependurada à esquerda de seu corpo está a bolsa com as 30 moedas de ouro. Diferentemente das auréolas douradas de Cristo e dos apóstolos, a sua é cinza. Sua barba afiada também foge à descrição das demais, evidenciando a figura do mal.

A cena retrata o momento imediatamente após o anúncio feito por Jesus, dizendo que seria traído por um dos que ali se encontravam. Alguns apóstolos conversam entre si, surpresos com o fato de que entre eles se encontrasse um traidor. Quatro homens, de pé e elegantemente vestidos, posicionam-se, dois de cada lado da mesa, aparentemente sem nenhuma relação com o episódio, pois olhando por debaixo da mesa é possível ver os pés de Jesus e dos apóstolos, descalços. O halo de Jesus é diferente dos demais, pois possui uma cruz ao meio, símbolo de seu futuro sacrifício.

Três animais estão presentes na cena, sendo dois cãezinhos e um gato. Atrás de Judas, o pequenino cão e o gato brigam, enfatizando o que estaria por vir, ou seja, a traição de um dos apóstolos. À esquerda, de pé sobre as patas traseiras, outro cãozinho tenta chamar a atenção. É bom lembrar que nas pinturas medievais e renascentistas era comum a presença de gatos como animais de estimação, contudo, aqui, o bichano assume a figura da maldade, especialmente por encontrar-se atrás de Judas. O cão, por sua vez, na Idade Média, simbolizava a fidelidade. A briga entre os dois animais pode aludir à luta entre o bem e o mal. Contudo, é bom lembrar ao leitor que tudo não passa de uma simbologia da época, sendo o gato uma criaturinha maravilhosa.

Ficha técnica
Ano: 1481/1482
Técnica: afresco
Dimensões: 350 x 570 cm
Localização: Museus do Vaticano, Roma, Itália

Fontes de pesquisa:
Enciclopédia dos Museus/ Mirado
http://www.wga.hu/html_m/r/rosselli/cosimo/lastsup.html
http://www.famigliacristiana.it/articolo/perche-un-gatto-nell-ultima-cena.aspx

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