David – A MORTE DE SÓCRATES

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Autoria de Lu Dias CarvalhosocratesÉ a maior realização da arte desde a Capela Sistina (Sir Joshua Reynolds)

A composição intitulada A Morte de Sócrates foi pintada pelo artista francês Jacques-Louis David (1748 – 1825) a pedido de um mecenas. Tanto o tema heroico quanto as formas clássicas dizem respeito ao neoclassicismo, sendo o artista o pioneiro e líder da pintura neoclássica na França. Em seu estilo, o artista dava destaque a tudo que fosse de rara qualidade na Antiguidade clássica.

David pintou a cena em que Sócrates encontra-se na prisão e recebe a visita de seus discípulos, momentos antes de tomar a taça de veneno, preferindo morrer a ter que mudar suas ideias em nome do conhecimento. Ao contrário dos amigos que o cercam, impotentes e chorosos, ele se mostra vigoroso, não se deixando abater. O pintor realça sua figura, jogando sobre ela toques de luz.

A cena acontece numa sala em estilo romano. Ao lado do mestre estão nove de seus discípulos. Embora Platão apareça na composição – o homem assentado aos pés da cama – à época ele se encontrava doente e não esteve presente no momento da morte do seu querido mestre. Era também muito mais novo, pois contava com 20 anos de idade na ocasião.

Sócrates aproveitou até os momentos finais de sua vida para ensinar. Em sua sabedoria usou o que lhe ia acontecer para debater com seus discípulos sobre a imortalidade da alma. Seu dedo levantado indica que há uma dimensão mais elevada do que a Terra, onde vivem os mortais. Não há tensão ou medo em seu corpo. Ele nem ao menos dirige o olhar para a taça de cicuta, apenas estende a mão para pegá-la.

Apolodoro é a figura que se encontra encostada na parede, com as mãos para cima em grande desespero. Segundo Platão, Sócrates foi obrigado a pedir que ele fosse embora, tamanho era o transtorno em que se encontrava. O pintor David optou por colocá-lo na sombra, mais afastado do grupo.

Com exceção do rapaz que segura a taça de veneno, as pessoas presentes no ambiente fazem parte do círculo de amigos do filósofo. O moço, vestido de vermelho foi encarregado de levar o veneno e testemunhar a morte de Sócrates, mas ele também se encontra visivelmente perturbado, virando-se e tapando o rosto para não ver a cena. O heroísmo do filósofo e a injusta sentença são demais para ele que aperta os olhos com os dedos. Cristo, um dos discípulos mais queridos de Sócrates, está assentado a seus pés, com a mão direita em seu colo. Ao ser anunciada a sentença, ele tenta convencer o mestre a fugir.

Platão, assentado na cabeceira da cama, reage com dignidade diante da morte do mestre. Imóvel, apenas acompanha com os ouvidos as palavras de Sócrates. Direciona seus olhos para o chão, como se estivesse perdido em pensamentos, filosofando sobre o destino do mestre. Um dos discípulos traz o rosto entre as mãos, enquanto outro, de costas, clama aos céus. São variadas as expressões de tristeza e dor vista no ambiente.

O cálice de veneno ocupa o centro da composição. David inteligentemente coloca-o em evidência ao direcionar para ele o braço de Sócrates e o do do rapaz que oferece a taça com o líquido mortífero. Um ambiente descortina-se depois da porta, onde estão presentes alguma figuras, duas delas indiferentes ao que se passa na sala ao lado. Num outro ambiente à esquerda,  seguida por uma mulher, a esposa de Sócrates é vista deixando a prisão.

Ficha técnica
Ano: 1787
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 1,30 x 1,96 cm
Localização: Metropolitan Museum of Art, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
História da arte ocidental/ Editora Redeel

2 comentaram em “David – A MORTE DE SÓCRATES

  1. Nicolae

    Oi Lu, obrigado por estar lendo os meus livros. Vou ler tudo que você mandou, são coisas boas e interessantes. Você deve ser uma jovem intelectual. Eu sou um cara simples, ou trabalhador como se diz por aí, por isso os meus livros são muito simples.
    Um abraço.
    Nicolae

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Nicolae

      É um grande prazer ler os seus livros, contendo tantas informações importantes para a história da humanidade, ensinando-nos o que não deve se repetir, jamais. Você é uma pessoa fantástica, com livros muito preciosos e um grande intelectual. Quanto a mim, sou uma pessoa muito simples, mas sempre em busca de novos conhecimentos.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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