Delacroix – SUA ARTE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho del1

As coisas mais reais para mim são as ilusões que crio em minha pintura. Tudo o mais é areia movediça. (Delacroix)

Uma grande paixão, sustentada por  um desejo formidável, esse era Delacroix. A seus olhos, a imaginação era o dom mais precioso, a faculdade mais importante. (Charles Baudelaire)

Quando os tons são justos, os traços se desenham por si. (Delacroix)

Desde criança, Delacroix demonstrava uma grande queda pelo desenho. Em Paris, estudou no Liceu Imperial, onde obteve muitos conhecimentos sobre as diferentes formas de arte. Ficou conhecendo o trabalho dos grandes mestres da pintura, ao fazer constantes visitas ao Louvre, onde os copiava. Também gostava de visitar ateliês de pintores, aprendendo cada vez mais.

Delacroix estudou com o mestre Pierre Guérin, adepto do neoclassicismo. Em seu ateliê conheceu o pintor Théodore Géricault que teve grande importância em sua vida. Seu primeiro quadro foi A Virgem das Colheitas. Depois veio A Virgem do Sagrado Curação, além de retratos de amigos, caricaturas e ilustrações.

Dentre os pintores que influenciaram Delacroix estão Rubens, Rafael, Veláquez, Tintoretto, Ticiano e Michelangelo. Também recebeu influência da literatura, do teatro e da música. Aprendeu aquarela com seu amigo Raymond Soulier, usando técnicas vindas da Inglaterra.

O quadro A Barca de Dante foi a primeira obra do pintor a ser exposta no Salão de Paris (local onde eram expostos os trabalhos dos artistas contemporâneos). Recebeu elogios efusivos e também ásperas críticas por seu trabalho, que acabou sendo vendido ao rei Luís XVIII. Mas Delacroix nunca se importou com as críticas, justificadas ou não. Eram muito consciente do que fazia.

Com a exposição da tela Os Massacres de Quios, Delacroix deixou os caminhos do estilo clássico para seguir os do romantismo, tornando-se o principal representante de uma nova tendência artística. Apesar das severas críticas feitas à tela por parte daqueles que não aceitavam mudanças, ela foi bem vendida ao Estado francês.

Quando estava com 27 anos, Delacroix visitou a Inglaterra com a intenção de aprender as inovações feitas à arte do retrato de paisagem pelos grandes nomes da pintura daquele país. Aproveitou para assistir às peças de Shakespeare. De lá voltou a Paris ainda mais motivado, dando início a uma fase extremamente rica.

Com as transformações resultantes da Revolução Francesa, cuja primeira tendência estética era clássica, nascendo o romantismo posteriormente, Delacroix sentiu que novos caminhos abriam-se para ele. Aproximou-se do círculo dos intelectuais românticos, relacionou-se com Victor Hugo, Alexandre Dumas, Stendhal, dentre outros.

Com as mudanças ocorridas após a Revolução de Julho, amigos de Delacroix subiram ao poder, o que acabou o favorecendo. Foi condecorado com a Legião de Honra após a apresentação de seu quadro A Liberdade Guia o Povo.

Delacroix, como pintor oficial, viajou com a missão diplomática de seu país, em visita ao sultão de Marrocos. Deslumbrou-se com o Oriente, anotando tudo que não podia registrar em esboços. Trouxe para Paris: desenhos, aquarelas, esboços, anotações e objetos da viagem. Em consequência, a experiência trouxe mudança na sua percepção da luz e no seu modo de pintar, como é possível ver em sua tela As Mulheres de Argélia.

O pintor tornou-se cada vez mais reconhecido, tido como o mais importante decorador de sua época. Tornou-se membro do Conselho Municipal de Belas-Artes de Paris. Representou a pintura francesa, ao lado de Ingres, na Exposição Universal. Foi condecorado com uma das principais medalhas de honra. Recebeu o colar de comandante e ganhou um lugar na Academia de Belas-Artes, onde tentou várias vezes ingressar.

O pintor francês era um homem culto, sendo muito influenciado pela literatura. Shakespeare foi provavelmente o escritor que mais o influenciou. Também tinha fascínio por Cervantes, Dante, Byron, Walter Scott, Chateaubriand, Balzac, Stendhal e Victor Hugo.

Diferentemente de Ingres, que achava que “uma coisa bem desenhada está sempre bem pintada”, e, para quem o desenho predomina sobre a cor, pois essa tem como finalidade apenas a coloração, Delacroix tinha a convicção de que “quando os tons são justos, os traços se desenham por si”. Para ele, portanto, a cor ocupava um lugar muito mais importante do que o desenho, e a imaginação era mais importante que o saber, preferindo Rubens aos venezianos. Assim, o movimento romântico chefiado por Delacroix  ignorava as convenções artísticas, para dar prioridade aos  sentimentos e à individualidade do artista. Ingres e Delacroix , portanto, dividiram o mundo das artes em duas facções: neoclassicismo e romantismo, entre desenho e cor.

O pintor morreu aos 49 anos, ainda muito novo, mesmo assim deixou para a arte um grande legado.

Nota:  A Barca de Dante, obra de  Delacroix

 Ficha técnica do quadro que ilustra o texto
Nome: Cristo no Lago de Genezaret
Ano: 59,8 x 73,3 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: The Walters Art Gallery, Baltimor, USA

Fontes de pesquisa
Delacroix/ Coleção Folha
Delacroix/ Abril Coleções
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Tudo sobre Arte/ Editora Sextante

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *