Velázquez – O AGUADEIRO DE SEVILHA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição intitulada O Aguadeiro de Sevilha é uma das obras mais importantes do pintor espanhol Diogo Velázquez que apresenta um velho aguadeiro das ruas de Sevilha. Foi dada de presente a seu padrinho Juan Fonseca de Figueroa — capelão real de Sevilha, homem dotado de grande erudição e autor de um tratado sobra pintura antiga — após seu retorno de Madri, onde fazia sua segunda viagem.

A composição acima é uma pintura de gênero — estilo criado pelos holandeses visando mostrar a habilidade que possuíam na pintura. O homem idoso e mal vestido, carregando um cântaro, oferece uma taça com água a um garoto bem arrumado. Seu rosto mostra-se cansado e cheio de rugas. Sua capa está esburacada. Embora esteja vestido com vestes esfrangalhadas, ele repassa uma grande respeitabilidade, sendo dignificado pela luz jogada sobre suas roupas e perfil.

A mão bem feita do aguadeiro repousa delicadamente sobre a bilha de barro. Entre ele e o garoto podemos ver outro homem com um copo de vidro à boca — bem na penumbra — tomando com ansiedade a sua água. Todos os personagens encontram-se bastante sérios nesta cena simples. Sobre o banco de madeira tosca vê-se a superfície vidrada do jarro de louça. O jogo de luz cai sobre o copo transparente que tanto o garoto quanto o aguadeiro seguram. No vaso grande e bojudo, onde gotas de águas deslizam, vê-se maravilhosamente os rastros da água que derramou.

As figuras humanas e os objetos que se localizam no lado esquerdo da tela recebem a luz, enquanto o lado oposto fica na meia sombra. A iluminação na composição parte do cântaro, passa pelo recipiente menor que se encontra sobre a mesa, atinge o pescoço e a face do garoto, passa pelo rosto do aguadeiro, atinge a manga branca de suas vestes e acaba na asa do mesmo cântaro e mão esquerda do ancião — descrevendo uma linha oval (ver ilustração menor). Tudo está pintado tão real que se tem a impressão de poder tocar qualquer um dos objetos.

Os tons castanho, cinza e esverdeado são predominantes na composição, onde tudo é harmoniosamente suave, tornando a pintura muito atraente, lembrando, de certa forma, as obras do genial Caravaggio com seu “naturalismo”, mas cheia de uma grande calma. A personagem principal da composição — o aguadeiro — é um vendedor de água originário da Córsega que se tornou muito conhecido nas ruas de Sevilha.

O figo que se encontra dentro do copo do garoto tinha por objetivo tornar a água mais fresca — como pensavam à época. Chamam a atenção a transparência do copo de vidro, assim como o brilho dos cântaros e as gotas de água a escorrer do jarro maior.

Ficha técnica:
Ano: 1620
Técnica: óleo sobre tela colado em madeira
Dimensões: 106 x 82 cm
Localização: The Wellington Museum, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa:
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Grandes mestres da pintura/ Coleção Folha
Grandes mestres/ Abril Coleções
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições
Velázquez/ Taschen
1000 obras-primas…/ Konemann

2 comentaram em “Velázquez – O AGUADEIRO DE SEVILHA

    1. LuDiasBH Autor do post

      Dáfia

      Obrigada por sua visita e comentário. É sempre muito gratificante ter leitores como você, para quem a arte faz parte da vida.
      Volte mais vezes!

      Abraços,

      Lu

      Responder

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