DIFERENÇA ENTRE SER VELHO E SER IDOSO

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Autoria de Dr. Telmo Diniz

maos idosas

Nascer é uma possibilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio. (Mário Quintana)

Quem acompanha meus artigos, sabe que tenho um carinho especial pelos idosos. (Dr. Telmo Diniz)

Em 1991, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o dia do idoso, que tem como objetivo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e sobre a necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa. No Brasil, até o ano de 2006, a data era celebrada em 27 de setembro, porém, em razão da criação do estatuto do idoso, em 1º de outubro, o dia do idoso foi transferido para esta data.

Há quem pense: “por que celebrar o dia do idoso? Idoso remete a doenças, incapacidade e inutilidade”. Isso poderia, até certo ponto, ser uma verdade há 50 anos. Porém, quanto mais descobertas a ciência faz, quanto mais benefícios conseguimos extrair da natureza, e quanto mais cedo começamos a nos preocupar com a saúde, mais tempo temos de vida. Pelo menos é o que comprovam infinitas pesquisas envolvendo a longevidade. Por isso, nada como chegar à terceira idade, cheio de disposição e ter motivos de sobra de comemorar o Dia do Idoso. O envelhecimento é uma fase natural da vida e é influenciado basicamente por três elementos: genética, estilo de vida e o meio ambiente.

Não envelhecemos mais como antigamente, quando idosos passavam o dia em um banco de praça reclamando sobre as diversas doenças que apresentavam. Hoje em dia, as pessoas envelhecem em um processo muito mais saudável. O que observamos são idosos mais ativos, preocupados com a saúde e com a melhoria na qualidade de vida. E, a meu ver, uma preocupação tremenda de se sentir produtivo “até aonde der”. O trabalho não só dignifica, mas também cria longevidade. Mas, quando “não der mais”, por motivos vários, como um derrame avassalador que nos leva pra cama, ou se o alemão Alzheimer “nos pega sem aviso” e nos deixam dependentes, paciência. Isso mesmo, passamos a ser pacientes idosos e dependentes. Nem todos envelhecem como querem.

Portanto, pontos importantes para uma vida longeva, incluem uma alimentação equilibrada com carnes magras e carboidratos complexos que incluem fibras. Adicionada de frutas, verduras e legumes in natura, que são ricos em vitaminas e minerais. Não menos importante para um estilo de vida saudável inclui uma atividade física regular, manutenção do peso ideal, evitar o consumo exagerado de álcool, não fumar e realizar acompanhamento médico periódico.

Chegamos ao século XXI, e no ano de 2030 seremos uma nação de idosos. Vamos parar para pensar que todos nós vamos envelhecer, bem ou mal, mas todos nós estamos caminhando nesse sentido.

Há uma diferença entre o que é “velho” e “idoso”. A verdadeira velhice está no espírito das pessoas, que simplesmente se entregam à passagem do tempo, esquecendo-se de que seu espírito pode permanecer jovem, apesar do corpo envelhecido. O espírito pode se manter jovem enquanto estivermos vivos, independendo do estado geral da matéria. Os joelhos podem doer devido ao desgaste das juntas, mas a alma pode e deve ser preservada. Existem velhos com 40 anos, e jovens com 80. Cada qual com uma maneira diferente de encarar a vida.

Idoso é quem tem bastante idade, velho é aquele “sabe tudo”, acha que já está pronto. Velhos normalmente são arrogantes! Idoso é uma pessoa de 60 anos, 70, 75. Já o velho pode ser aos 15 anos de idade, aos 20, 30, 40, ou seja, velho pode ter qualquer idade. Velho não tem humildade, não aprende, porque é incapaz de acompanhar as mudanças.

A pessoa idosa é cheia de vitalidade, pois é capaz de antecipar-se, de ficar de prontidão, não espera acontecer – vai atrás. O velho é reativo, enquanto o idoso tem proatividade. Existem e já existiram empresas que, em nome da reengenharia, dispensaram seus idosos. Arrependeram-se! Viram que, mandando o idoso embora, dispensaram o que era mais importante: tinham nas mãos, ao mesmo tempo, a experiência e a renovação. Agora, estão sendo contratados com nomes variados. Hoje mais conhecidos por “consultores”.

Ser velho é quando a cabeça fechou, achando que sabe de tudo, achando que não tem mais nada para aprender, “acabou, eu sou velho, eu estou morto em vida”. Mas, se eu estou com a cabeça aberta para novas experiências, para novos aprendizados, independentemente da idade, serei um idoso (provavelmente, bem satisfeito com meus feitos).

As pessoas velhas acreditam que não precisam aprender. O idoso tem idade, mas continua em processo de aprendizado, tem valor. O velho que não aprender a reaprender, necessariamente ficará obsoleto e necessitará ser cuidado, do ponto de vista físico e psíquico. É possível preocupar-se com o futuro, preparar-se para ele, mas sem desvalorizar o passado.

O velho está normalmente satisfeito. A satisfação paralisa, amortece, faz com que a gente se acomode. O velho é sedentário e rabugento. Já o idoso tem uma eterna insatisfação. Tem sonhos e aspirações. Tem espírito jovem. Guimarães Rosa já dizia isso. Segundo ele, a regra básica para não perecer é não estar satisfeito nunca. Temos que nos reinventar hoje e sempre, para que sejamos eternos idosos.

Nota: Imagem copiada de http://www.correiodeuberlandia.com.br

2 comentaram em “DIFERENÇA ENTRE SER VELHO E SER IDOSO

  1. Corintho Marcellos

    Respeitável Dr. Telmo.
    Parabéns pelo artigo que conceituou bem a pessoa idosa que é realmente diferente da pessoa velha. Tiro por mim que tendo 81 anos, continuo com plena capacidade física e mental. No entanto, tenho esbarrado com o eterno PRECONCEITO, que pessoa de minha idade não serve para mais nada. Ledo engano, pois continuo o mesmo e até melhor, graças a minha experiência de vida.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Corintho Marcellos

      O Dr.Telmo é um dos grandes colaboradores deste blog. Seus artigos são sempre muito úteis e verdadeiros. Agradeço a sua presença e o comentário aqui deixado.

      Eu sempre digo que só existem “velhos” de espírito. Dentre esses estão pessoas da mais tenra idade. Somente em países atrasados como o nosso é que se julga o homem pela sua idade. Sábios são os povos que possuem as suas assembleias de idosos, ciente que é deles que emana a sabedoria que advém da experiência de vida. O Japão dá-nos o exemplo de sua grandeza.

      Corintho, o Prof. Pierre Santos, que também é um dos escritores deste espaço e um dos mais renomados críticos de arte, está na casa de seus maravilhos 83 anos. E eu tenho uma tia de 106 anos, cuja lucidez coloca a sua descendência no chinelo. Ela é simplesmente maravilhosa, dona de uma sabedoria ímpar.

      Não resta dúvida de que você se torna cada vez mais sábio com o passar dos anos. Quanto mais grosseiras são as pessoas, mais preconceituosas são elas. O melhor mesmo é não lhes dar importância alguma.

      Um grande abraço,

      Lu

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