Filme – GOLPE DE MESTRE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Era um mundo que só poderia ter existido nos anos 1930 e 40. Tudo tinha de ser autêntico, do visual ao modo de falar dos trapaceiros. Pesquisei tudo minuciosamente, e o diretor George Roy Hill preocupou-se em manter essa autenticidade no filme. (David S. Ward)

Era engraçado, diferente, espirituoso. (Robert Redford)

Não me lembro de roteiro mais perfeito. Sei que George e David trabalharam nele por muito tempo, mas não mudamos nem quatro palavras durante a filmagem. (Paul Newman)

As obras de Scott Joplin pareciam ter sido compostas para Golpe de Mestre. Os críticos questionaram o fato de um filme passado em 1936 ter música de 1910. Mas o ragtime é divertido, tem ritmo é atrevido, é Chicago. Tem o espírito do longametragem. (Marvin Hamlisch)

 

Não deixa de ser surpreendente o modo como nasceu a comédia Golpe de Mestre (1973), um dos grandes filmes da história do cinema americano. O roteirista David S. Ward, enquanto escrevia o roteiro de Três Ladrões Desajustados, começou a pesquisar sobre punguistas e trapaceiros. Atraiu-lhe o fato de que tais marginais não eram violentos, roubavam apenas dos ricos e seguiam um código de ética entre eles. A partir daí, nasceu-lhe o desejo de fazer um filme sobre o tema. Levou seu projeto adiante e conseguiu que fosse aprovado. O diretor George Roy Hill aceitou a direção do filme.

David S. Ward tomou como base a história real dos irmãos trapaceiros Fred e Charlley Gondoff, contada pelo escritor David Maurer, The Big Con: The Story of Confidence Man, publicada em 1940.

Paul Newman e Robert Redford, que anteriormente haviam feito Butch Cassidy com George Roy Hill, foram convidados para repetir a dobradinha de sucesso com o mesmo diretor. O êxito do filme foi tamanho que foi indicado a dez Oscar, abocanhando sete, inclusive o de melhor filme, que é a estatueta mais cobiçada. Foi a maior bilheteria no ano de seu lançamento, 1973, nos EUA e a 15ª renda de todos os tempos.

Golpe de Mestre repete a mesma receita de Butch Cassidy, cerca de quatro anos atrás: um excelente diretor, roteiro impecável, produção fora de série, bons atores e música da melhor qualidade. A inesquecível Edith Head (na sua carreira foi indicada a 35 Oscar e ganhou 8) foi a responsável pelo figurino e os talentosos Henry Bumstead e James W. Payne ficaram com os cenários e direção de arte. Sem a precisão dos pequenos detalhes, não teria alcançado o sucesso que fez à época e ainda faz nos dias de hoje.

O filme é ambientado em Chicago na era pós-Depressão, quando dois golpistas ambiciosos: Henry Gondorff (Paul Newman) e Johnny Hooker (Robert Redford) encontram-se e preparam uma ardilosa vingança contra o mafioso e todo poderoso Doyle Lonnegan (Robert Shaw). A trama levará o espectador a conhecer as mais inusitadas conexões existentes no submundo do crime da cidade de Chicago, ao som do ragtime, mergulhando-se num mundo de homens inteligentes, mas trapaceiros.

A história passa-se em 1936, quando o jovem trapaceiro, Johnny Hooker e seu mentor no mundo da trapaça, Luther Coleman (Robert Earl Jones), com a maior perícia, aplicam um golpe que lhes rende onze mil dólares. Mas a alegria dos dois homens dura pouco, pois o dinheiro roubado pertencia ao poderoso gângster Doyle Lonnegan (Robert Shaw), que se põe a perseguir a dupla incansavelmente.

Quando Luther Coleman é assassinado, a mando de Lonnegan, Hooker fica desorientado. Por sua cabeça só passa o desejo de vingar o grande amigo morto, mesmo tendo no seu encalço o desonesto e truculento tenente William Snyder (Charles Durning). Para se ver livre do tira, Hooker bandeia-se para Chicago, onde procura por Henry Gondorff, antigo amigo de Colerman e conhecedor profundo da arte da trapaça. A sua intenção é ganhar a simpatia do novo conhecido e, juntos, aplicar um golpe no perigoso Lonnegan.

Daqui para frente, o filme é dividido em seis partes, sendo cada uma delas inserida no contexto com uma pintura, título e música.

Primeira parte – A Armação

Dá ênfase ao encontro entre o recém-chegado Hooker e o veterano Gondorff que mora nos fundos de um bordel. O novo amigo também tem os seus problemas, pois é perseguido pelo FBI e não parece muito em forma. Mas Hooker encoraja-o a aceitar a sua proposta de vingança contra Lonnegan pela morte do amigo de ambos. Embora relute a princípio, Gondorff acaba por aceitar a sugestão, de modo que logo os dois dão início aos preparativos da trama, que exige a montagem de um ponto de apostas.

Segunda Parte – A Isca

Para chamar a atenção de Lonnegan, o esperto Gondorff troca o seu nome por Shaw e, no percurso de uma viagem de trem, consegue se inserir num restrito jogo de pôquer, vencendo todas as partidas. Tendo atingido o objetivo de chamar para si a atenção do poderoso Lonnegan, deixa o campo aplainado para que Hooker apresente a sua proposta ao bandidaço.

Terceira Parte – O Conto

Ao procurar Lonnegan, o jovem Hooker inverte a história. Pede-lhe ajuda para aplicar um golpe em Gondorff (Shaw). Diz-lhe que, além de ganharem muito dinheiro ainda quebrarão a banca do desafeto. Ao ser indagado de como isso se dará, Hooker explica que possui um comparsa na companhia de telégrafos que lhe passará o resultado das corridas de cavalos, antes de repassá-los para o ponto de apostas de Gondorff (Shaw).

Quarta Parte – O Telégrafo

Lonnegan, que não é bobo, exige provas de que Hooker diz a verdade. Tudo é armado para que Kid Twist (Harold Gould), um do grupo, se faça passar pelo comparsa que trabalha nos telégrafos. Ainda nessa parte, Hooker fica conhecendo Loretta (Dimitra Arliss) que é garçonete.

Quinta Parte – A Recusa

Depois de receber as provas necessárias, Lonnegan aceita participar do “golpe” que será aplicado em Gondorff. Mas, nesse ínterim, Hooker precisa se desvencilhar do agente do FBI, Polk (Dana Elkar), que o descobriu e exige que lhe entregue o golpista Gondorff.

Sexta Parte – O Golpe

Usando da maior perspicácia, Hooker, Gondorff e sua turma vão montando todo o esquema do golpe, para que não haja o menor furo.

Curiosidades

• Robert Shaw (Lonnegan) torceu o tornozelo em um jogo de handball, antes das filmagens. Esteve a ponto de deixar o filme, mas o diretor George Roy ao vê-lo caminhar mancando teve a ideia de fazer o personagem capanga.

• Foi usado um dublê para as mãos de Paul Newman (Gondorff) durante a cena do jogo de pôquer contra Lonnegan.

• Robert Shaw (Lonnegan) ficou marcado pelo papel que fez em Tubarão: Capitão Quint.

• A trilha sonora de Golpe de Mestre, também ganhadora do Oscar, conta com músicas do famoso compositor americano de ragtime, Scott Joplin, adaptadas para o cinema por Marvin Hamlisch. Sendo que a canção mais célebre do filme, The Entertainer, foi composta em 1902.

• Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor direção de arte, melhor figurino, melhor montagem, melhor trilha sonora e melhor roteiro original.

• Em 98% do tempo de música não há diálogo, de modo que a música é tocada e ouvida, trazendo um grande impacto.

• O orçamento de The Sting foi de cinco e meio milhões de dólares, e o filme arrecadou 156 milhões de dólares apenas nas bilheterias estadunidenses.

Nota:
Todas as cenas são magníficas. E os dados sobre o diretor já foram vistos no texto que fiz sobre o filme Butch Cassidy.

OS DEZ MAIS TRAPACEIROS DO CINEMA (atores nos papéis):

Pesquisa feita entre dois mil espectadores, pela rede de cinemas UCI, pedindo ao público que estabelecesse o ranking dos maiores trambiqueiros das telas.

1º lugar – Golpe de Mestre: Paul Newman e Robert Redford

2º lugar – Onze Homens e Um Segredo: Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr.

3º lugar – Crow, o Magnífico: Steve McQueen

4º lugar – Lua de Papel: Ryan O`Neal

5º lugar – Prenda-me Se For Capaz: Leonardo DiCaprio

6º lugar – Onze Homens e Um Segredo (refilmagem): George Clooney e Brad Pitt

7º lugar – Os Imorais: John Cusack, Anjelica Huston e Myra Langtry

8º lugar – O Quinteto da Morte: Alec Guinness e Peter Sellers

9º lugar – Os Vigaristas: Nicolas Cage e Sam Rockwell

10º lugar – Os Safados: Michael Caine e Steve Martin

Fontes de Pesquisa:
Cinemateca Veja
1001 Filmes para…
Wikipédia

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