Filme – HARRY & SALLY – FEITOS UM PARA O OUTRO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

 Harsa    Harsaa

Trata-se de uma história de amor tão antiga quanto o próprio cinema, mas com diálogos tão novos quanto a última edição da revista Vanity Fair. (Roger Ebert)

Parte de ser maduro é não expressar o que sente no momento em que sente. (Sally)

O diretor norte-americano, Rob Reiner, sempre diz que seus filmes trazem aspectos de sua vida pessoal. O que não deixa de ser verdade, pois, foi assim que a comédia romântica Harry & Sally – Feitos Um para o Outro (1989) nasceu. À época, ele havia terminado um casamento de dez anos, e se encontrava deprimido e cheio de inquietações, que acabaram por despertar-lhe o interesse pelo difícil convívio entre homem e mulher. A partir daí, de longas conversas com o produtor Andrew Scheinman e a roteirista Norah Ephron, deu vida ao filme.

Sally (Meg Ryan) é uma garota romântica, idealista, metódica e extremamente rígida em relação à sua própria vida. Harry (Billy Crystal) é um tipo folgazão, meio cínico e cético em relação ao ser humano, e que não liga muito para as coisas. Sua maneira de pensar é radicalmente contrária à de Sally. O primeiro encontro entre eles acontece assim que acabam de se formar. Ele é o novo namorado de uma amiga que lhe pede para dar carona ao rapaz até Nova York.

Assim que Harry e Sally iniciam uma viagem de 18 horas (Chicago a Nova York), a antipatia de um pelo outro fica bem visível, através de um diálogo áspero entre os dois, em que discutem sobre a possibilidade de haver ou não amizade entre um homem e uma mulher sem que o sexo esteja envolvido. Harry nega que haja amizade sem segundas intenções entre os sexos opostos, deixando Sally estarrecida. Quando ele lhe passa uma cantada, a indignação dela atinge os extremos. Concluem os dois que jamais serão amigos. Ao chegarem a Nova York, cada um toma um destino diferente, sem cogitar na possibilidade de um novo contato.

Passados cinco anos, os dois voltam a se encontrar no saguão de um aeroporto. Sally está com o namorado Joe (Steven Ford) que foi levá-la ao aeroporto e, que, por sinal, é conhecido de Harry. Coincidentemente os dois viajam juntos no mesmo avião e, através de uma manobra de Harry, ficam em poltronas próximas. O mesmo assunto de quando se conheceram volta à tona. E mais uma vez se despedem com grande frieza.

Cinco anos depois, um novo encontro acontece entre Sally e Harry, numa livraria, onde ela se encontrava com a sua amiga Marie (Carrie Fischer). Ele já havia se casado e fora abandonado recentemente pela esposa que o trocou por outro. Os dois marcam um jantar e, a partir daí, tornam-se amigos, trocando confidências íntimas. Com o tempo, tornam-se amigos inseparáveis.

Mesmo amigos, o velho assunto “homem e mulher” vem sempre à tona. Eles se encontram num restaurante, quando Harry diz que uma mulher jamais o enganaria fingindo um orgasmo. É quando acontece a cena mais engraçada do filme. Sally começa a ter um orgasmo na frente de todos os presentes que, boquiabertos, acompanham a cena. Ela quer mostrar ao amigo que não é difícil enganar um homem na cama.

A amizade entre os dois prospera mais e mais. Cada um quer ajudar o outro a superar o antigo relacionamento. Sally incentiva Harry a voltar a namorar e vice-versa. Os dois, simultaneamente, tentam arranjar um namorado para o outro. Harry apresenta Sally a Jess (Bruno Kirby) e ela lhe apresenta a sua amiga Marie. Só que, no frigir dos ovos, Jess apaixona-se por Marie.

Quando os inseparáveis amigos estão procurando um presente de casamento para Marie e Jess, a ex-esposa de Harry aparece com o seu novo marido. Ele sente-se terrivelmente abalado. O mesmo acontece com Sally, quando descobre que o seu ex, Joe, vai se casar. Ela pede ao amigo que lhe faça companhia em sua casa. E, ao confortá-la, os dois acabam na cama.

Visivelmente perturbados, Sally e Jerry resolvem esquecer aquela noite, deixando bem claro que tudo não passou de um engano. A amizade entre os dois também vai para o brejo, aparentemente sem nenhuma possibilidade de recuperação.

Harry & Sally – Feitos Um para o Outro é mais uma das belas comédias românticas feitas sobre o relacionamento entre homens e mulheres, que se situa entre as melhores do gênero. A união de um diretor talentoso, um roteiro inteligente e um bom elenco traduziram-se numa bela obra cinematográfica, que continua atualíssima, cuja abordagem direta das diferenças comportamentais entre homens e mulheres ultrapassa os limites do tempo.

E você, meu caro leitor, acredita que pode haver amizade entre um homem e uma mulher sem que haja interesse sexual? Ou acredita que o sexo vai sempre se impor, acabando com o relacionamento entre eles?

Curiosidades:

  •  Nunca no cinema comercial americano, havia se falado tão abertamente, por exemplo, que a mulher finge orgasmo. Ou que depois de uma relação sexual alguns homens preferem sair, enquanto grande parte das mulheres deseja passar a noite abraçada ao amante.
  •  Na ocasião do lançamento de Harry & Sally – Feitos Um para o Outro havia grandes produções como Batman e Indiana Jones e a Última Cruzada. Mesmo assim, o filme foi um grande sucesso de bilheteria.
  •  O personagem Harry Burns é visto lendo Misery, de Stephen King, que seria depois adaptado pelo diretor Rob Reiner no suspense Louca Obsessão.
  •  Harry & Sally – Feitos Um para o Outro é o sexto filme colocado na lista das dez comédias românticas do American Film Institute.
  • Carrie Fisher que faz a personagem Marie foi a princesa Lea da saga Stars Wars.
  •  As cenas, em que vários casais juntos há mais de 40 anos, contam como se conheceram, trazem histórias reais. Mas o diretor Rob Rainer optou por usar atores ao notar que os casais verdadeiros levavam horas para narrar os detalhes de seus romances.
  • Sally foi a primeira protagonista da carreira de Meg Ryan. As comédias românticas transformaram-na em “namoradinha da América”.
  • Bruno Kirby (Jess) morreu de leucemia aos 57 anos, em 2006.
  • Billy Cristal (Harry) apresentou a cerimônia do Oscar oito vezes.
  •  A senhora que diz “quero o mesmo que ela”, após a cena do orgasmo, é a mãe do diretor do filme, que faleceu em 2008, aos 94 anos.
  •  A cabeleira de Meg Ryan no filme criou um estilo para cada época da personagem Sally.
  •  A trilha sonora do filme é uma gostosa volta ao passado: Frank Sinatra, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald, Ray Charles, Bing Crosby e Harry Connick Jr.

Cenas imperdíveis:

  • O orgasmo fingido de Sally no restaurante.
  • A reação de Harry ao ver a ex-mulher com o novo marido.
  • A reação de Sally ao saber que o ex-companheiro vai se casar.
  • A reação de Sally e Harry após a relação amorosa inesperada.
  • A paisagem quando é outono.

Fontes de pesquisa:
1001 filmes para….
Cinemateca Veja
Wikipédia

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