GÊNEROS MUSICAIS MAIS POPULARES NO MUNDO

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Autoria de Lucas Alves Assunção

O rock nasceu da mistura do blues dos negros com o country dos norte-americanos. Foi o estilo que mais sofreu mudanças com o passar do tempo. Nos anos 50 era uma música alegre, dançante, porém, nos anos 60, tudo o começou a mudar e o rock começou a envolver muito mais do que apenas música, virou uma ideologia. As roupas, os cabelos, tudo era um sinal de protesto pelo que acontecia no mundo: guerras, ganância do ser humano e grito pela paz. Muitos músicos da época passaram a falar apenas da paz como se ela já existisse e se esqueceram de que a realidade era bem diferente.

No final dos anos 60, em 1968, nasceu o Black Sabbath, uma banda de heavy metal britânica, com seu rock pesado, composta por quatro caras pobres, incentivados pela dor e o sofrimento que viam ao seu redor (pessoas trabalhando a vida toda em fábricas e sendo aparentemente felizes com isso). Eles criaram um estilo único que, ao invés de falar sobre uma paz que sabiam estar distante, falavam sobre a morte que os rodeava. Várias bandas copiaram-nos e assim nasceu o heavy metal, coisa que hoje em dia é extremamente distorcida do que era no passado. O rock perdeu toda a sua ideologia, e hoje em dia ser roqueiro significa, muitas vezes, andar de preto e falar do diabo com gritos e muito, muito barulho.

O jazz é até hoje o gênero musical mais complexo de ser tocado e, por vezes, de ser ouvido. Não é para todos, como os jazzistas dizem. Nasceu da dor, do sofrimento e do talento dos negros, assim como o blues, porém, o blues foca muito mais na tristeza, enquanto o jazz é como se fosse “a depressão em forma de música”, extremamente técnico e necessita de um alto conhecimento em teoria musical para fazê-lo e executá-lo, a exemplo do John Coltrane, Miles Davis e Joe Henderson, todos excelentes músicos, todos únicos e extremamente talentosos.

O blues nasceu da mistura do som dos americanos (country) com a mistura do som que os africanos faziam em seu país. Nasceu de uma “desafinação”, pois, como todos devem saber, a música é feita em cima de escalas e os negros, quando cantavam, sempre desafinavam em certa nota da escala, propositalmente. E essa nota desafinada virou a maior característica do blues, sendo chamada de “blue note”, cuja tradução literária seria algo como “nota triste”. Tanto o jazz quanto o blues ganharam não somente os EUA, mas o mundo, numa época em que o preconceito contra os negros estava em alta. O som deles começou a fazer muito sucesso e a ganhar o respeito das elites. Isso prova que a música é o caminho que pode nos unir, pois  é o idioma de todas as línguas.

10 comentaram em “GÊNEROS MUSICAIS MAIS POPULARES NO MUNDO

  1. Moacyr Praxedes

    Lucas

    Como já lhe disse, sou fanático por uma boa música. Com as suas explicações, acrescentei algo mais aos meus conhecimentos musicais. Muito obrigado.

    Moacyr

    Responder
    1. Lucas

      Moacyr
      Eu que lhe agradeço, peço-lhe que, se puder, cite algumas músicas que goste também, vai que eu acabo conhecendo algo novo. É sempre bom.

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      1. LuDiasBH Autor do post

        Lucas

        Eu gosto muito da música sertaneja de raiz (Pena Branca e Xavantinho, Tonico e Tinoco…), assim como das músicas de Raul Seixas, Zé Ramalho, Paulo Diniz, Geraldo Vandré, Tim Maia, Renato Russo, etc.

        Abraços

        Moacyr

        Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Lucas

    O jazz e o blues são dois gêneros musicais belíssimos, tendo revelado grandes vozes negras. Uma informação interessante é a desafinação proposital em certa nota da escala no blues (blue note). Não sabia disso. Quanto ao rock de contestação, esse realmente não existe mais, podemos dizer que existe o rock do barulho ou da omissão. E como você diz: “O rock perdeu toda a sua ideologia, e hoje em dia ser roqueiro significa, muitas vezes, andar de preto e falar do diabo com gritos e muito, muito barulho”.

    Gostaria que nos indicasse alguns bons nomes do blues e do jazz.

    Abraços,

    Lu

    Responder
    1. Lucas

      Já que gostou de saber sobre a desafinação vou dar uma explicação, uma pequena “aula” sobre ela.

      Vamos lá :

      As escalas musicais são formadas em cima de “intervalos” que são distâncias que uma nota possui da outra; cada escala possui seus respectivos intervalos, a exemplo de uma escala catatonia de Do maior, Do, Re, MI, Fa, Sol, Lá, Si, escala que todos conhecemos mesmo sem saber que essa é uma escala, algumas pessoas acham que essas são apenas as notas musicais, engano!!! Se tocar exatamente nessa sequência será a escala de Do maior, enfim, os intervalos de uma escala diatônica (chamada comumente de escala maior) são Tom, Tom, Semi Tom, Tom, Tom, Tom, semi Tom pra voltar da última nota da escala para a primeira. Cada uma dessas notas, ou desses “intervalos” será numerado, nessa escala acontece da seguinte forma: Do, primeira nota, 1, chamado de “tônica “, Re, segunda nota, 2, Mi, terceira nota, a terça, essa nota é a nota que “transforma” um acorde/escala em menor ou maior, se essa terça for tocada meio tom para trás dentro de um acorde/escala, nesse caso seria um Mi bemol, esse acorde seria menor, porém, existem outros intervalos envolvidos em acordes/escalas menores, mas a terça é o “rosto” de um acorde menor, Fa, 4, Sol, 5, La, 6 e por fim Si, 7+ ( sétima maior, por isso o “+”) uma escala diatonica sempre terá os mesmos intervalos, independentemente de ser uma escala de Do ou um escala de Lá bemol, sempre tocará as notas com a mesma distância, mesmo sendo notas diferentes.

      A desafinação do blues ocorre na terça; o som característico do blues ocorre quando você soa uma terça menor em cima de um acorde maior e vice-versa. Essa “blue note” é usada em uma escala de cinco notas chamada “pentatônica” escala mais simples da guitarra, que mesmo sem saber, todo mundo já ouviu; Slash só usa ela, existem outras notas que soam “blues” também, mas a “blue note” é a mais característica, sem sombra de dúvidas. Porém, isso não é tudo, mas dá pra ter uma ideia. Não quero que pareça que estou falando grego.

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      1. LuDiasBH Autor do post

        Lucas

        Pelo que pude entender, a música é matemática pura. Que fantástico! Nós, leigos, não temos ideia do que se esconde atrás de uma bela e trabalhada melodia. Parabéns pela aula. Sei que será interessante para todos que amam a música. Você é um excelente professor.

        Abraços,

        Lu

        Responder
        1. Lucas

          Lu
          Lembra bastante matemática, porém, matemática pura mesmo são as partituras e as figuras rítmicas, pois cada figura tem um valor “um tempo de duração que a nota irá soar” e, quando você escreve, as figuras dentro de um determinado compasso têm que formar o número do compasso quando somadas. Mas, enfim, sou nada, sou um simples aluno.

        2. LuDiasBH Autor do post

          Lucas

          Você é um garoto ainda na adolescência, mas que carrega uma bagagem musical fantástica. Seu conhecimento extrapola sua idade, o que nos faz pensar na sua dedicação à música. Seus textos são fascinantes. Agradeço muitíssimo a sua presença neste espaço, enriquecendo-o.

          Abraços,

          Lu

    2. Lucas

      Lu
      Com prazer, primeiro os brasileiros, para louvar um pouco os grandes mestres de nosso país:

      Celso Blues Boy
      Simplesmente o melhor guitarrista de blues do Brasil, faleceu em 2012, uma grande perda, nunca haverá um músico dentro do estilo tão competente quanto ele, existem muitas coisas que posso dizer sobre o Celso, mas a melhor de todas é apenas dizer para que o ouçam, pois sua guitarra fala por si só.

      Carlos Caffe
      Outro grande guitarrista de blues, ouvi poucas músicas dele, pois não achei muitas na Internet, uma chamada “Noite Fria” linda música, linda guitarra, excelente músico, porém, como sempre, esquecido.

      Saco de Ratos
      Banda de São Paulo que às vezes grava um blues ou algo para o lado do rock, eu diria que é uma banda de bar ao pé da letra, pois as letras falam disso, o som fala disso e tudo gira em torno disso. A banda conta com o guitarrista Fábio Brum, que participou da primeira banda de Renato Fernandes, dos “Bêbados Habilidosos”, que já citei antes, excelentes músicos.

      Elffus
      Não é exatamente uma banda de blues, vocal rasgado, primeiros álbuns são musicalmente horríveis, e você pode até se perguntar o porquê de eu citar essa banda, porém, que faltava em técnica no início da banda sobrava em talento nas composições; todos os blues de seu primeiro LP , titulado “Pura Inocência”, blues como “Olhos Verdes”, “Jezzebel “, “Vultos na Escuridão”, possuem letras magníficas; citando a letra de uma música de seu segundo disco “Sinto que amanhã estarei distante, mas por favor, não mandem flores, toque apenas um blues, é assim que eu fui, é assim que eu me sinto, é assim que eu sou”, simplesmente fantástico.

      Sobre o jazz
      Um grande guitarrista de jazz do Brasil chama-se “Mozzart Mello” ele é fantástico.

      Uma banda de jazz que venho ouvindo ultimamente chama se “Casiopea”, banda do Japão, sempre escuto a música “Swallow” do disco de 1979; ninguém tocava como esses caras naquela época, jazz, e praticamente todos os estilos musicais tem “improvisos” que é a hora em que você cria suas frases em cima da música que está tocando; muitas vezes as bandas têm um ou dois músicos que improvisam extremamente bem, que na hora de fazerem seus solos arrebentam, porém, se mostram demais e os outros músicos não “acompanham”, coisa que não ocorre com essa banda, toca inteiramente para a música; “Swallow” possui um improviso de teclado perfeito, magnífico, e logo após o guitarrista “compra” tudo que o tecladista fez, você sente a música fluindo, mesmo sem conhecer teorias; uma banda assim, que tenha tanto entrosamento, é extremamente rara, é uma das bandas que eu chamaria de perfeita.

      Acho que só, poderia citar mais umas mil, mas ficaria muito longo este comentário.

      Responder
      1. LuDiasBH Autor do post

        Lucas

        Maravilha! Anotei todas as suas indicações. Irei ouvir cada uma com muita atenção, pois quero refinar meu gosto musical. Muito obrigada!

        Abraços,

        Lu

        Responder

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