ÍNDIA – GANDHI E SUA FAMÍLIA (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948) nasceu na casta Vaishya, situada na terceira hierarquia religiosa que compõe as quatro principais divisões da sociedade hindu. São elas: Brâmane, Kshatriya, Vaishya e Shudra. As castas, por sua vez, ainda tinham subdivisões, de modo que Gandhi pertencia à subdivisão Bania, à qual pertenciam os comerciantes, sendo que sua família ainda fazia parte de uma outra subdivisão chamada Modh (Vaishya – Bania – Modh)

Gandhi analisava seu pai, Karamchand Gandhi, como sendo um homem sincero, generoso e corajoso, mas também extremamente impertinente, e com um gosto voltado para os “prazeres da carne”. Segundo pesquisas, embora o pai de Gandhi fosse um homem muito calmo no tratamento dado às pessoas de fora, era impaciente e nervoso com sua esposa Putlibai e com os demais membros da família. Sua mãe era uma mulher muito devota que seguia o vegetarianismo e o jejum para a purificação interior. Sobre ela, afirmou Gandhi:

  “Se vocês encontrarem em mim alguma pureza, eu a herdei de minha mãe, e não de meu pai.”.

Acompanhando a vida de Gandhi é possível notar que ele herdou do pai a mesma tendência para os “desejos da carne”, contra a qual lutava tenazmente. Para minimizar o desejo sexual, ele fazia muitos sacrifícios como não comer carne, não beber álcool e praticar exercícios, dentre outros.

Quando criança, Gandhi foi um aluno tímido, timidez essa que confessa tê-lo acompanhado durante toda a sua vida, a ponto de esperar que sua escola abrisse suas portas para lá chegar, e saindo diretamente para casa assim que as aulas acabavam. Sua atitude tinha por objetivo evitar o contato com os colegas ou com outras pessoas, com medo de que sofresse zombaria por parte deles. Além disso, era uma criança que carregava muitos medos, tais como fantasmas, ladrões, cobras e dormir no escuro.

Os pais de Gandhi tiveram quatro filhos: Raliatbhn, a filha mais velha, e três filhos: Laxmidas, Karsandas e Gandhi.

A mãe de Gandhi  era uma mulher devota, que deu aos filhos uma educação baseada no jainismo e no budismo. Era obcecada pela ordem e pela limpeza, seguia com rigidez os preceitos religiosos. Tanto é que proibiu seus filhos de tocarem no rapazinho “dalit” (intocável) que era responsável pela limpeza dos banheiros da família, conforme exigia sua fé. Ela ensinava aos filhos que deveriam se purificar através de um banho ritualístico, sempre que tocassem num “dalit” (intocável), pois se encontravam “sujos”. Mas, acrescentava, não havendo oportunidade de realizar tal ritual, deveriam tocar, o mais rápido possível, num muçulmano, de modo que as impurezas, contraídas no contato com o “intocável”, passassem para o ele.

Através da atitude da mãe de Gandhi podemos perceber uma das grandes diferenças entre as religiões hinduísta e a cristã, uma vez que a segunda possui como primeiro mandamentoto de conduta “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo.”, pouco importando quem seja esse próximo.

Fontes de pesquisa:
Gandhi, Ambição Nua/ Jad Adams
Gandhi/ Louis Fischer
Blog Indiagestão
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr

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