ÍNDIA – O CÓDIGO DE MANU E A VOZ DO CORPO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

comanu

Que o corpo possui uma linguagem que lhe é peculiar, ninguém mais tem dúvidas, mas que essa percepção já venha desde antes de Cristo é que nos causa surpresa, pois tudo era deduzido através da observação, ou seja, do conhecimento empírico, sem a ajuda da psicologia. Na Antiga Índia, no Antigo Egito e na China, por exemplo, esse conhecimento passava de pai para filho, sendo muito usado pelos sacerdotes e médicos, que o empregavam para fazer seus diagnósticos. O Código de Manu, redigido em sânscrito, possivelmente 1000 anos a.C., e tido como a legislação mais antiga da Índia, já traz claramente esta compreensão:

Art. 25. Que ele (o rei) descubra o que se passa no espírito dos homens, por meio de sinais exteriores, pelo dom de sua voz, a cor de sua face, seu porte, o estado de seu corpo, seus olhares e gestos.

Art. 26. Conforme o estado do corpo, o porte, a marcha, os gestos, as palavras, os movimentos dos olhos e da face, advinha-se o trabalho interior do pensamento.

Nosso corpo possui uma linguagem muito explícita, a ponto de revelar as nossas mais profundas emoções, por mais que tentemos contê-las. Quem, por exemplo, não conhece o antigo provérbio que diz que “os olhos são o espelho da alma”? Eles denunciam nossa tristeza ou alegria, espanto ou medo, ainda que permaneçamos mudos e imóveis. Muitas cartomantes, quiromantes e outros tipos de adivinhos, jogam com a reação das pessoas às suas perguntas, atentos à postura do corpo do cliente, pois ele é o reflexo da mente.

Segundo o Código de Manu, através do estado do corpo, dos gestos, das palavras ditas, da voz emitida, dos movimentos dos olhos, dos sinais expressos pela face e pelo porte em geral, é possível descobrir “o que se passa no espírito do homem”, a ponto de adivinhar “o trabalho interior de seu pensamento”.

Nós devemos sempre nos preocupar com as palavras que proferimos, pois elas refletem nosso caráter, nossa relação conosco e com o mundo. Mas devemos estar atentos, sobretudo, à linguagem que nosso corpo repassa, pois se enganamos os outros com palavras, o corpo trata de retificar nossa mentira, principalmente com nossas mãos, que jamais nos deixam mentir…

Nota: imagem copiada de alessandrocristian.blogspot.com

6 comentaram em “ÍNDIA – O CÓDIGO DE MANU E A VOZ DO CORPO

  1. Patricia

    Lu, aprendemos muito quando passamos a nos observar no dia a dia. Tanto em nossas atitudes, gestos e falas. Muitos religiosos utilizam estes métodos para um alto conhecimento. Para evoluirmos como seres humanos, precisamos estar atentos a nossa linguagem corporal, aquietar nossa mente tagarela e sermos vigilantes 24hs. Muito difícil porém possível.
    Beijos

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  2. Julmar M. Barbosa

    Muitos charlatães se valem da linguagem corporal para extraírem informações de pessoas fragilizadas, e assim promoverem supostas soluções e curas para seus problemas e, é claro, pedirem doações em benefício de… Vemos isto com frequência nas igrejas mundiais, igrejas da graça, igrejas universais e etc, sem trocadilhos. Mal sabem esses “lideres” que suas expressões corporais são igualmente observadas por olhares mais atentos.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      O modo como modulamos a voz para falar é que denota nosso estado emocional.
      O que vai depender também do estado emocional de quem ouve.
      Por isso, a capacidade de se comunicar verbalmente é tão difícil.
      Muitas vezes, o emissor quer falar uma coisa, o ouvinte compreende outra, e a verdade é uma terceira via… risos.

      Abraços,

      Lu

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  3. LuDiasBH Autor do post

    Mário

    Como mostrei no texto, a certeza de que o corpo tem a sua linguagem já vem lá do Código de Manu. Hoje, não mais o que questionar, pois a Ciência já afirma isso e comprova. Inclusive o mercado livreiro está cheio do assunto.

    Quanto a nos expressarmos com sinceridade, devemos realmente pesar as palavras para não magoarmos as pessoas. Quando somos sinceros demais, ao apresentarmos nosso julgamento, que nem sempre é o certo, acabamos sendo grosseiros. Portanto, onde o assunto é de somenos, não há necessidade de magoarmos ninguém.

    O Cód. de Manu fala aqui sobre as mentiras dos testemunhos num julgamento. Mas você pode saber se alguém está mentindo ou não, até pelo tom da voz, se já a conhece bem. Quem faz teste para seleção, ao entrevistar um candidato, faz também a leitura corporal.

    Tanto as nossas palavras, quanto a linguagem de nosso corpo são comandas pelo cérebro. Enquanto temos mais facilidade em comandar as primeiras, a segunda sempre acaba nos traindo.

    Abraços,

    Lu

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  4. Mário Mendonça

    ” Nós devemos sempre nos preocupar com as palavras que proferimos, pois elas refletem nosso caráter, nossa relação conosco e com o mundo. Mas devemos estar atentos, sobretudo, à linguagem que nosso corpo repassa, pois se enganamos os outros com palavras, o corpo trata de retificar nossa mentira, principalmente com nossas mãos, que jamais nos deixam mentir…”

    Lu Dias
    Concordo em partes, quando nos expressamos com a “devida sinceridade” na maioria das vezes desagradamos nossos semelhantes. Não vejo aí um comportamento do corpo, mas sim de um cérebro racional, e não creio que o físico demonstre alguma alteração com a sua verdade objetiva. Intranquilidades, trazem fobias.Tem um ditado que diz: “coragem é pra quem tem e não pra quem quer”.
    Abração

    Mário Mendonça

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