ÍNDIA – GANDHI SERIA BISSEXUAL? (X)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A mais recente biografia do maior herói indiano, que leva o título de Great Soul – Mahatma Gandhi and His Struggle with Índia (Grande Alma: Mahatma Gandhi e Sua Luta com a Índia), ainda sem versão para o português, de autoria do escritor que foi correspondente do jornal The New York Times na África do Sul e na Índia, países onde, respectivamente, Gandhi iniciou e terminou sua carreira, põe à mostra a vida do “homem santo”, mostrando-nos que em alguns momentos de sua vida a santidade foi de menos.

Joseph Lelyved conta em seu livro que o indiano Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), que pregou ao mundo o exemplo da revolução não violenta, pois acreditava que, quando uma pessoa deixava de reagir, tirava a razão do agressor, de modo que ela acabaria por ganhar a causa depois, não era tão pacifista como se apresentava aos olhos do mundo. Segundo o escritor, o mito que o envolve não resiste a uma análise mais profunda de sua vida. Gandhi participou diretamente de três esforços de guerra e era obcecado pelo pensamento de que o sexo gerava violência.

O escritor pesquisou tão meticulosamente a vida de Gandhi, através de documentos históricos e cartas pessoais, que o resultado disso trouxe a proibição da venda de seu livro no estado indiano onde Gandhi nasceu. Vamos aos fatos retratados pelo autor:

  • Gandhi foi submisso aos interesses inglês, fazendo tudo para ser reconhecido como um deles.
  • Antes de ganhar o apelido de Mahatma (Grande Alma, em sânscrito), iniciou uma peregrinação por povoados rurais, tentando recrutar soldados para servir o império inglês. Tentava convencer as mulheres a deixarem seus maridos partirem, apelando para a espiritualidade hindu: Eles serão de vocês na próxima encarnação. A arregimentação foi um fiasco.
  • Entregou aos ingleses uma lista de 100 voluntários, incluindo parentes e membros de comunidades agrícolas fundadas por ele, e com seu nome encabeçando a lista, para fazer parte da luta.
  • Afirmou em carta ao vice-rei da Índia, lorde Chelmsford: Eu amo a nação inglesa e desejo evocar em cada indiano a lealdade aos ingleses. O assunto não foi levado adiante.
  • Na África do Sul, onde trabalhava como advogado, ajudou os ingleses na Guerra dos Boêrs (1899 a 1902), quando o império inglês massacrou os colonos descendentes de holandeses, que se rebelaram contra os planos de anexação de seus territórios. Ele conduziu 1100 carregadores indianos para resgatar os ingleses feridos nos campos de batalha.
  • Participou da repressão à rebelião dos zulus, que empunharam lanças contra os colonizadores, em 1906. Assumiu o posto de sargento-mor e comandou um pelotão com 19 carregadores de macas para resgatar os ingleses.
  • Sobre o episodio acima escreveu: Para a comunidade indiana ir para o campo de batalha deve ser uma decisão fácil. Por que temer a morte que pode nos atacar repentinamente na batalha? Nós temos muito que aprender com o que os brancos estão fazendo.
  • Mesmo em 1908, quando já se encontrava insatisfeito com as políticas raciais dos colonizadores, acabou expondo seus próprios preconceitos ao dizer: Nós entendemos o fato de não sermos classificados como brancos, mas nos colocar no mesmo nível dos nativos é demais. (…) Os kaffirs (negros) são problemáticos, muito sujos e vivem quase como animais.

Quando acabou a guerra com os zulus, Gandhi comunicou à sua mulher, Kasturba, que se tornaria celibatário. E, a partir daí elegeu o sexo como o responsável pelos impulsos violentos do ser humano. Desaparecia durante meses, deixando a mulher com quatro filhos. Ao ser repreendido pelo irmão, ele retrucou dizendo que sua família passara a englobar todos os seres vivos.

Acontece que, quatro anos depois de ter deixado mulher e filhos, Gandhi passou a se envolver com o fisiculturista alemão Herman Kallenbach, dividindo a mesma casa até 1914. A correspondência travada entre eles levanta muitas dúvidas quanto ao verdadeiro relacionamento existente entre os dois, pois dá a entender que havia um componente romântico na amizade. Gandhi escreveu:

  • Seu retrato, o único, permanece no criado-mudo do meu quarto.
  • Você tomou posse do meu corpo, completamente. Isso é escravidão com vingança.

Gandhi também exigia que o alemão não olhasse para outras mulheres com segundas intenções. Mas, quando começou a I Guerra, ele voltou para a Índia, sozinho, pois o alemão foi impedido pelos ingleses de acompanhá-lo.

Até a sua morte, o Mahatma pregou que resistir à tentação sexual era uma virtude. Contudo, no fim de sua vida ele se cercou de jovens mulheres. Requisitou, inclusive, os cuidados pessoais da bela Manu, uma garota de 17 anos, filha de seu sobrinho. Obrigava a garota a dormir a seu lado com um mínimo de roupa possível e justificava:

Um homem perfeito é aquele capaz de dormir nu ao lado de uma mulher nua, não importa quão bonita ela seja, sem que desejos sexuais apareçam.

Segundo o escritor Lelyveld, Gandhi construiu seu mito graças a uma estranha capacidade de transformar argumentos incompreensíveis em credo. Uma fórmula infalível para gurus aproveitadores.

Fica aqui a sugestão para que os leitores leiam o livro do escritor Joseph Lelyveld e tirarem as suas próprias conclusões.

Fonte de Pesquisa:
Revista Veja/ Abril Cultural

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