Ingres – A BANHISTA DE VALPINÇON

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Autoria de Lu Dias Carvalhoingres12

O próprio Rembrandt teria invejado a cor âmbar deste torso pálido. ( Jules Goncourt)

A superfície da tinta deve ser tão suave como uma cebola. (Ingres)

A Banhista de Valpinçon, composição do artista francês Jean-Auguste-Dominique Ingres, é tida como uma das maiores e mais belas imagens sobre costas da história da arte, em todo o mundo. “Valpinçon” é o nome do primeiro proprietário da obra, de quem o Louvre comprou em 1879. O seu nome original era apenas Mulher Santada.

A banhista nua, sentada de costas para o observador, mostra a suavidade e a beleza de sua pele dourada. Embora o neoclássico Ingres privilegiasse o desenho em relação à cor, muitas de suas obras possuem efeitos de cor deslumbrantes, como é o caso de A Banhista de Valpinçon.

Muito pouco do rosto da banhista é perceptível, o que torna seu turbante branco de listras vermelhas ainda mais visível. O uso de tal peça remete ao orientalismo, muito comum à época, tendo sido usada em vários países europeus, principalmente na França.

Os que se opunham ao trabalho de Ingres diziam que os modelos representados em suas obras não possuíam ossos. O que não deixa de ser verdade, pois o pintor neoclássico idealizava suas figuras, criando o corpo feminino de acordo com seus conceitos filosóficos. A exemplo da pintura acima, esta não possui protuberância de ossos e tendões ou qualquer tipo de irregularidades no corpo, com suas formas sutilmente arredondas. Ela parece não ter ancas.

A banhista traz em volta do cotovelo esquerdo um pano branco, que apresenta dobras muito bem elaboradas. A sua presença na composição, possivelmente, obedece a razões pictóricas, ou seja, o pintor usou-o como uma maneira de suavizar o contorno do cotovelo, que assim se mostra mais delicado, além de contrastar com a pele delicada da mulher.

Tudo na composição remete à calma e à falta de movimento, excetuando uma pequena cabeça de leão, parte do ornamento da banheira, próxima à perna esquerda da mulher, à esquerda da tela, e de cuja boca jorra um pequeno jato de água, com a finalidade enchê-la para o esperado banho. Como a banheira encontra-se abaixo do nível do piso, presume-se que se trata de uma casa de banho.

Um dos pés descalço mostra a detalhada renda do chinelo vermelho. As roupas que cobrem a cama são maravilhosamente trabalhadas. Outro ponto que chama a atenção é a forma como o artista pintou a cortina escura com suas dobras profundas, arrematada por uma delicada fita floral. Sua cor escura e as dobras contrastam com a pele clara e lisa da banhista. Abaixo da cortina, na extrema esquerda da composição, Ingres assinou e datou sua tela, uma obra da juventude do pintor.

Ficha técnica
Ano: 1808
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 146 x 97 cm
Localização: Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa:
Grandes pinturas/ Publifolha
A história da arte/ E.H. Gombrich

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