Mestre de Flémalle – A NATIVIDADE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

NATIVIDADE (Mestre Flemalle)

A Natividade é uma obra do Mestre de Flémalle. Há um grande consenso na opinião acadêmica de que ele deve ser identificado como sendo o pintor Robert Campin (c.1375 – 1444) que foi o principal pintor de sua época em Tournai, mas cujas imagens documentadas não sobreviveram. Esta obra, além dos animais vistos em outras pinturas, também apresenta o episódio das parteiras, ou seja, quando Maria entrou em trabalho de parto, seu marido José partiu em busca de duas parteiras. Porém, quando essas chegaram, Maria já havia dado à luz a seu Menino.

Na composição Maria encontra-se ajoelhada, vestida de branco, símbolo de sua pureza  e a seus pés está a pequenina criança, ainda nua, envolta por uma luz fulgurante. José,  vestido de vermelho, traz nas mãos uma vela, cuja simbologia é mostrar que Jesus Cristo é a luz do mundo –  aquele que veio para salvar a humanidade.

A parteira que se encontra ajoelhada acreditou piamente que uma virgem havia parido um filho, enquanto a outra – Salomé – a que se encontra de pé, não acreditando no que lhe fora dito, pediu para testar a virgindade de Maria. Imediatamente recebe o castigo divino por sua incredulidade. Sua mão torna-se seca, mas ela se arrepende e é logo curada, após receber a sugestão de um anjo para que toque na criança. Na composição ela mostra a mão direita que fora curada.

Na pintura Maria, José e as duas parteiras estão ricamente vestidos, embora se encontrem num estábulo roto, onde descansam, de costa para os personagens, uma vaca e um burro. Na arte tudo é possível, como pode observar o leitor.

Nos quatro filactérios (faixas de couro que contêm trechos das Escrituras) estão escritas em latim a fala dos personagens. Um anjo vestido de branco segura um filactério acima do grupo. Sobre o telhado três anjos, usando roupas coloridas – estando um deles com um filactério – observam a cena abaixo. Três pastores também miram, curiosos, a criança resplandecente. Ao fundo uma bela cidade descortina-se, sendo esta uma das mais belas pinturas de paisagem da arte ocidental, com um esplendoroso sol matutino nascendo atrás das rochas.

Dados técnicos
Data: c. 1425 a1430
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 85,7 x 72,2 cm
Localização: Museu des Beaux-Arts, Dijon, França

Fonte de pesquisa
Cristo na arte/ Januel Jover
Gótico/ Taschen

2 comentaram em “Mestre de Flémalle – A NATIVIDADE

  1. Manoel Matos

    Lu

    Estou achando muito interessante acompanhar as explicações sobre a Anunciação e a Natividade. Como são ricos os quadros em sua simbologia.

    Abraços

    Nel

    Responder

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