Mestres da Pintura – REMBRANDT

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Autoria de Lu Dias Carvalho flora1

Enquanto trabalhava, ele não teria dado uma audiência nem ao rei do mundo que precisaria voltar quantas vezes fosse preciso até que o encontrasse longe do cavalete. (Filippo Baldinucci)

Rembrandt é o maior pintor da Holanda e um dos maiores que a arte já conheceu. (E. H. Gombrich)

 O pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) nasceu na cidade de Leida, próxima a Amsterdã. Seu pai era moleiro e sua mãe filha de padeiro. Era o penúltimo dos 10 irmãos. Foi na Escola Latina — dos 7 aos 14 anos de idade — que o futuro pintor recebeu sua primeira educação formal. Daí seguiu para a universidade, a qual abandonou num período de poucos meses, pois sua vocação era outra: a pintura.

Rembrandt tornou-se aluno do pintor holandês Jacob van Swanenburgh após a volta desse da Itália, onde havia passado um longo período, demonstrando grande interesse pelo Renascimento italiano. Rembrandt, seduzido pelo estilo italiano, passou a frequentar o ateliê de outro mestre, Jacob Symonszoo Pynas, também adepto do mesmo estilo. Veio depois a morar em Amesterdã por um período de seis meses, onde frequentou o estúdio de Pieter Lastman, que havia trabalhado junto a Caravaggio e seus alunos, sendo um conceituado pintor de histórias bíblicas e cenas mitológicas.

Ao retornar a Leida, onde completou sua formação com o artista Joris van Schooten, Rembrandt abriu seu ateliê na casa de seus pais. Sua primeira obra foi A Lapidação de Santo Estevão, temática religiosa que o acompanharia até o final de sua vida. Acabou se unindo ao pintor Jan Vievens — também de origem humilde como ele — que também fora aluno de Lastman, tanto para diminuir os gastos quanto pela simpatia do colega pela arte italiana. Pintaram, sobretudo, figuras históricas e episódios bíblicos.

Rembrandt, durante a sua permanência na cidade de Leida, dedicou-se com muito empenho à gravura, tornando-se o maior artista nessa técnica visual. Não demorou muito para que sua fama de pintor se espalhasse, atraindo diversos discípulos. O pintor holandês não estava preparado para lidar com o sucesso e a expansão de seus trabalhos num tempo tão curto, de modo que acabou se associando ao marchand Van Uylenburgh, ao se mudar para Amsterdã. Ali recebeu inúmeros alunos. E um ano depois faria uma de suas obras-primas mais conhecidas: A Lição de Anatomia do Doutor Tulp.

Com os bons ventos que sopravam a favor do império holandês com sua grande expansão marítima e comercial, um grupo de ricos ia se formando e, não podendo investir em empresas coloniais, passaram a investir em obras de arte, principalmente em quadros, sendo também imitados pelos mais pobres, mas levando em conta as cláusulas do protestantismo. E o pintor, novato na cidade, passou a receber muitas encomendas, principalmente de retratos. Ele tinha fascinação pela fisiognomonia (arte de conhecer o caráter das pessoas através de seus traços fisionômicos).

Rembrandt era tão minucioso em suas pinturas que não se importava com o número de sessões ou a data da entrega das mesmas, fatores que muito o prejudicavam. O artista não se ateve apenas aos retratos e aos temas bíblicos, mas também fez muitas composições com temas mitológicos, desenvolvendo o sentido Barroco do movimento e do claro-escuro, sendo muito influenciado no seu estilo tenebrista por Caravaggio. Seu processo criativo entrou numa nova fase, ao receber influência das várias tendências do Barroco. Nessa fase, pintou o seu famoso quadro Ronda Noturna. O pintor chegava à sua maturidade artística, tornando-se um dos principais artistas europeus.

À medida que Rembrandt interiorizava sua arte, perdia também competitividade em meio à burguesia holandesa, que preferia as pinturas que mostrassem as glórias coloniais e financeiras do reino. Enquanto isso, ele se via cercado de credores, tendo que leiloar seus bens para honrar os compromissos. E, para ser preservado dos credores insatisfeitos,  tornou-se empregado do filho Titus e da amante Hendrickje, podendo assim pintar em paz. Os poetas locais prestaram-lhe solidariedade, dedicando-lhe poemas e artigos em que elogiavam sua arte.

Apesar de seus insucessos financeiros, os apreciadores de arte continuavam vendo em Rembrandt um dos grandes mestres da pintura. Sua obra continuava valorizada. Mesmo assim, sua situação tornou-se tão crítica a ponto de ser obrigado a vender a tumba luxuosa de sua esposa Saska, indo seus restos mortais parar numa modesta sepultura. O pintor continuava sobrevivendo de empréstimos que pagava com esboços, telas e desenhos. Aos 24 anos de idade seu filho Titus teve sua maioridade declarada, podendo assim dedicar a seus negócios e ajudar o pai. Mas não demorou a falecer. Somente a morte foi capaz de libertar Rembrandt de seus infortúnios. Ele morreu aos 63 anos de idade.

 Rembrandt gostava de autorretratar-se, estando presente em cerca de 30 gravuras, 12 desenhos e 40 pinturas, mostrando sua figura em várias fases de sua vida (ver imagem do texto). Foi também o maior mestre na arte de retratar a pele das pessoas idosas.

Obs.: Não deixem de ler: Rembrandt – UMA VIDA ATRIBULADA

Fontes de pesquisa
Rembrandt/ Coleção Folha
Rembrandt/ Coleção Girassol
Rembrandt/ Abril Coleções
Tudo sobre Arte/ E. H. Gombrich

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