Michelangelo Buonarroti – O ARTISTA DIVINO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A ideia deste homem extraordinário era compor em função do corpo humano e de suas proporções perfeitas, na diversidade prodigiosa de suas atitudes e na totalidade de paixões e exaltações da alma. (Giorgio Vasari)

A um gênio dessa magnitude, se contrapunha um caráter tão rude e selvagem, a ponto de conformar sua vida doméstica a uma incrível mesquinhez, privando as gerações futuras de discípulos que dessem continuidade à sua arte. De fato, rogado até pelos príncipes, nunca serviu de mestre ou, ao menos, aceitou alguém em seu ateliê como espectador ou observador. (Paolo Giovio)

Quando avaliamos cabalmente o que fazemos nesta vida, vemos que cada um, sem saber, pinta o mundo criando novas formas por sua maneira de vestir, por seus edifícios e suas casas, lavrando os campos e prados em linhas e figuras. (Michelangelo)

 A arte italiana teve o seu período de apogeu no início do século XVI, período conhecido como il Cinquencento (os anos quinhentos), época de Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti, Rafael Sanzio, Ticiano, Corregio, Giorgione, entre outros.

Foi na oficina do mestre Ghirlandio que Michelangelo aprendeu os recursos técnicos de sua profissão, adquirindo um grande conhecimento sobre a técnica de pintura em afrescos e um sólido domínio do desenho. Além disso, era ávido por conhecer o trabalho dos grandes mestres do passado, tais como Giotto, Masaccio e Donatello. Também buscou desvendar os segredos dos escultores antigos, exímios na arte de representar o corpo humano em movimento, incluindo a habilidade na representação de músculos e tendões.

Michelangelo não se limitava apenas a conhecer a anatomia humana através de estudos de terceiros, indo fundo nos seus estudos, através da dissecação de cadáveres, de modo que a figura humana passou a não ter nenhum mistério para ele, que era capaz de dominar qualquer postura ou movimento. Assim, tornou-se, ainda muito jovem, dono de grande habilidade e de vastos conhecimentos, sendo admirado por seu trabalho e reconhecido como um dos mais brilhantes artistas, igualando-se, de certo modo, ao genial Leonardo.

Ao contrário de vários pintores, Michelangelo não era chegado aos retratos, que tanto encantavam os nobres e rendiam um bom dinheiro. Só os fazia de acordo com sua vontade, e em se tratando de pessoas a quem estivesse ligado por laços afetivos, como no caso do jovem Andrea Quaratesi. Sempre dizia que “um retrato deve ser feito por amor e não por obrigação”. Não aceitava botar rostos reais em suas personagens, como era comum na época. Sua pintura também era totalmente voltada para a representação da figura humana, sem espaço para a paisagem. Ao dissecar cadáveres, fazia desenhos detalhados e anotava suas observações num caderno, penetrando no âmago do corpo humano, decifrando a mecânica de suas expressões e de seus movimentos, tudo em busca da perfeição e da beleza.

Quando esteve entre os protegidos de Lourenço, o Magnífico, Michelangelo ficou conhecendo o grande filólogo do Renascimento, Agnolo Poliziano, e tal contato levou-o a se interessar pela literatura. Também travou contato com Vittoria Collona, figura de grande importância política e cultural, pertencente a uma ilustre família, reconhecida como um dos grandes nomes da poesia italiana no século 16. Michelangelo e Vittoria, além de nutrirem grande interesse pela poesia, traziam grandes questionamentos espirituais e religiosos.

Em razão das obras magistrais de Michelangelo, o papa Paulo III  nomeou-o arquiteto, pintor e escultor do Vaticano, ganhando um salário de anual de 600 escudos de ouro. Michelangelo buscava a colaboração de outros artistas apenas quando se via apertado com prazos de entrega, mas só no plano operacional, ou seja, na execução de suas obras, jamais dividindo a criação dessas. Ele nunca aceitou ter alunos aprendizes. Sua paixão sempre foi a escultura. E uma de suas frustrações foi não ter podido dedicar-se a ela integralmente, como no caso do gigantesco mausoléu do papa Júlio II, tendo que paralisar a obra para executar a decoração da Capela Sistina.

Extremamente dedicado à sua arte, à medida que envelhecia, Michelangelo aproximava-se cada vez mais da perfeição, expressando apaixonadamente toda a dor e ternura que habitavam em sua alma. Mesmo durante os últimos anos de sua vida, quando já se encontrava muito doente, ele continuou a fazer aquilo que mais amava: esculpir. Seu último trabalho foi a Pietà Rodanni que ficou inacabada.

Michelangelo, 23 anos mais novo de que Leonardo, foi o segundo florentino a contribuir para que a arte italiana se tornasse extremamente rica e famosa em todo o mundo. Com suas obras magistrais, criou um novo patamar para as artes e os artistas. Ele se inspirou  na escultura clássica e na filosofia humanista, colocando o homem no centro do universo. Sempre se preocupou em conhecer a anatomia do corpo humano de modo a reconstituir seus movimentos com realismo. Ao buscar uma plasticidade plena e livre no espaço, o artista mudou a sua maneira de esculpir, trocando a broca pelo gradim, e dando preferência à escultura tridimensional às estátuas-relevo. Criou novas maneiras de expressão para a pintura e figuras com uma tridimensionalidade até então desconhecida.

Toda a obra do genial Michelangelo tem sido uma fonte inesgotável de inspiração para os artistas de todo o mundo. Sem falar que o artista convencionou uma nova maneira de retratar o nu masculino tanto na pintura como na escultura.

Nota: Retrato de Michelangelo feito por Sebastiano del Piombo, c. 1520 -1525 (foto maior) / O restauro da Capela Paulina, na Cidade do Vaticano, permitiu descobrir um autorretrato de Michelangelo, incluso no seu afresco ‘A Crucificação de São Pedro’ (foto menor).

Fontes de pesquisa:
Gênios da Arte/ Girassol
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Grandes Mestres/ Abril Cultural
Renascimento/ Taschen
Tudo sobre Arte/ Sextante
1000 Obras da Pintura Europeia/ Könemann
Os Pintores mais Influentes/ Girassol
Arte em Detalhes/ Publifolha
Góticos e Renascentistas/ Abril Cultural

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