Mit. – ORFEU E EURÍDICE

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Recontado por Lu Dias Carvalho

Ceres1

O jovem Orfeu nasceu da união entre o deus Apolo e a ninfa Calíope. Seu pai presenteou-o com uma lira, instrumento que aprendeu a dedilhar com maestria, a ponto de suplantar qualquer outro que o tocasse. Quando se punha a executar sua música, tudo se aquietava ao seu redor: os mortais, as árvores, as águas, os animais, o vento e os rochedos. Até mesmo os animais mais ferozes deitavam-se a seus pés como se fossem doces cordeirinhos, para escutá-lo.

Orfeu uniu-se à ninfa Eurídice. Himeneu, o deus do casamento, filho de Apolo com Afrodite, recebeu a incumbência de abençoar o casal. Contudo, não foram bons os presságios que ali vira acontecer. Sua tocha fumeou, enchendo de lágrimas os olhos dos esposos. Como a revalidar os maus augúrios, logo depois, enquanto Eurídice passeava com as ninfas suas companheiras, o pastor Aristeu viu-a e por ela quedou-se de amores. Ao fugir de tão insistente admirador, a ninfa pisou numa cobra, sendo por ela mordida no pé, vindo logo a falecer.

O jovem marido ficou pesarosamente enlutado. Sua lira acompanhava seus queixumes onde quer que se encontrasse, comovendo até as pedras. E não conseguindo sair daquele pesar, Orfeu decidiu ir a busca de Eurídice na região onde habitavam os mortos, no reino do Estige. Ali chegando, atravessou grandes legiões de fantasmas, até se pôr diante do trono de Plutão (Hades), o deus dos mortos, e de Prosérpina, sua rainha. Tomou de sua lira e cantou sua triste história, pedindo-lhes que unissem novamente os fios da vida de Eurídice, para que ela vivesse até o momento certo de ali retornar, como acontece a todos, mais cedo ou mais tarde. Em caso de recusa, ele prometia também ficar ali, junto a ela. Os queixumes de Orfeu eram tão dolorosos, que até mesmo os fantasmas debulhavam lágrimas, paralisando tudo no reino dos mortos. Plutão e sua esposa, compadecidos, atenderam o pedido do jovem esposo.

A Orfeu foi permitido levar Eurídice, desde que, durante o trajeto, ele só olhasse para trás a fim de vê-la, ao chegar à atmosfera superior. Os dois puseram-se a caminho. As regiões pelas quais caminhavam eram tenebrosas, cheias de passagens escuras e íngremes. Preocupado com a sua amada, Orfeu esqueceu-se da ordem recebida e olhou para trás, a fim de certificar-se de que Eurídice encontrava-se bem. Por isso, ela morreu pela segunda vez, só que dessa vez em  seus braços. E imediatamente sumiu de sua presença. Desesperado, ele tentou retornar ao mundo dos mortos, mais foi impedido por Caronte, o barqueiro que fazia a travessia das almas para o outro mundo. O jovem apaixonado permaneceu nas margens do rio Estige durante sete dias e sete noites, sem comer ou dormir.  Ali cantou sua desgraça, não mais levantando os olhos para mulher alguma, pois somente Eurídice imperava em seu coração dilacerado pelo sofrimento.

Certo dia, excitadas pelos rituais do deus Baco, um grupo de mulheres tudo fez para seduzir Orfeu. Elas atiraram dardos e pedras, a fim de chamar sua atenção, mas um dos projéteis atingiu-o mortalmente. Furiosas por terem sido repelidas, as mulheres estraçalharam-no, jogando sua cabeça e sua lira no Rio Orfeu. Condoídas, as musas recolheram as partes de seu corpo, e enterraram-nas em Limetra, na Grécia. Júpiter botou sua lira entre as estrelas, enquanto Orfeu voltou à região dos mortos, no Tártaro, onde reencontrou a sua amada Eurídice, podendo viver juntos e olharem-se o quanto quisessem, sem jamais serem castigados.

Nota: Orfeu e Eurídice, obra de Jean-Baptiste Camille Corot

Fontes de Pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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