MUDANÇAS NA PERSONALIDADE E ALZHEIMER

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

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Quem tem algum conhecido ou um parente com Doença de Alzheimer (DA) sabe que o que prevalece e chama mais atenção em relação a esta patologia é a falta de memória, notadamente a memória de curto prazo, o que faz com que a pessoa fique repetitiva e falando sobre o mesmo assunto várias vezes. Entretanto, existem estudos recentes demonstrando que alterações na personalidade da pessoa poderiam preceder o distúrbio de memória e nos sinalizar, de forma mais célere, a necessidade de um diagnóstico e tratamento mais rápidos.

Para o leitor ter uma ideia sobre o tema, como forma de exemplificar, uma pessoa de pouco mais de meia idade, que sempre foi tranquila e serena, e passa a ficar mais agitada, agressiva e irritada, pode estar desenvolvendo um quadro de demência em sua fase mais inicial. O estudo em questão foi elaborado por neurocientistas, especializados em DA. O grupo elaborou uma lista de 34 perguntas, que poderá, em um futuro bem próximo, ser usada como meio diagnóstico para a DA, e foi apresentada na Conferência da Associação Internacional do Mal de Alzheimer, em Toronto, no Canadá. Claro que boa parte das pessoas que desenvolve a demência inicia o quadro com problemas de memória, mas o que o estudo propõe é que pessoas com alterações em seu comportamento e na personalidade tenham um olhar diferenciado para quem lida com a doença.

Os pesquisadores levantam a possibilidade do transtorno cognitivo leve (TCL), que seria uma designação clínica anterior ao transtorno cognitivo moderado (TCM), diagnóstico criado há mais de uma década para descrever pessoas que passam por certos problemas de memória, mas que ainda podem realizar a maioria das funções diárias da vida, como se alimentar, vestir-se, etc. A pesquisa aponta no sentido de que as alterações emocionais e do comportamento seriam um sintoma disfarçado que faz parte da demência ou do início dela. É importante frisar que os sintomas devem ter duração de, no mínimo, seis meses, ou seja, não podem ser manifestações temporárias e pontuais.

Diagnóstico  precoce

A pessoa com problema de memória associado a alterações de humor tem, em geral, uma evolução mais desfavorável, ou seja, o processo de demência tem um prognóstico pior. Então o que esta pesquisa tem de importante? Primeiramente que quanto mais cedo for detectado a DA e iniciado o tratamento, melhor será a qualidade de vida da pessoa nesta fase inicial. E segundo que, quem trata de pessoas portadoras da DA, passam a ter outro olhar para os quadros iniciais da DA – as alterações de humor e de comportamento.

Alguns dos autores observaram que o sintoma inicial mais comum é uma apatia para com tudo e todos, tipo uma adinamia de comportamento, mas que muito comumente evolui para distúrbios mais sérios, como exacerbação da libido, discursos agressivos com palavrões, alterações na conduta, como tirar a roupa em público, etc. Enfim, uma pessoa que tinha um comportamento normal e passa a ter alterações bruscas na personalidade. À família cabe perceber e anotar estas alterações de comportamento. Ao médico cabe o diagnóstico e tratamento adequados.

Nota: ilustração copiada de cefal-unifal.blogspot.com

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