MÚSICA E SENTIMENTO

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Autoria de Lucas Alves Assunção

A música é a maneira de expressar os sentimentos em forma de som. Muitas vezes faltam palavras para dizer como nos sentimos, mas, quando elas nos fogem, as notas sempre estão ao nosso redor para serem usadas. Música e sentimento sempre andam de mãos dadas, se este laço for cortado, o músico fica preso num labirinto sem saída. Muitas vezes as pessoas confundem sucesso com talento, o que é algo incorreto e que nada tem a ver com música.

O gênero musical é uma maneira característica que cada cultura, povo ou pessoa encontra para expressar seus sentimentos. O blues, por exemplo, fala sobre a vida sofrida que os negros levavam nos Estados Unidos, porém, na outra mão, temos o funk, que fala sobre o orgulho do povo afrodescendente. As danças, os ritmos, tudo nasce de algum sentimento. Podemos ver isso claramente ao escutar música clássica, cujo grande exemplo é Beethoven que ao escrever a “Sexta Sinfonia” já se encontrava surdo, contudo, ele sabia exatamente onde cada nota deveria estar, pois escrevia seus sentimentos na partitura, não apenas pensando em teoria  ou técnica.

Cada década teve seus gêneros. Conforme a cultura de uma sociedade muda, o mesmo acontece com a música, pois a forma de vida que nos é imposta também é inspiração para fazermos música. Os anos 50 tiveram o rock, a exemplo de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e o excepcional Chuck Berry. Os anos 60 tiveram seus gêneros, como a música pop que na verdade é um sinônimo para “popular”, não sendo exatamente um gênero, pois tudo que tem um grande sucesso é pop: os Beatles, o rock dos Rolling Stones, o jazz cantado por Frank Sinatra, a bossa nova de Tom Jobim que nasceu no meio da década e ganhou o mundo.

 Novos gêneros musicais sempre irão nascer, porque cada pessoa tem uma maneira diferente de se expressar, isso, porém, não é algo que acontece com todos os músicos. Aprender a tocar um instrumento é relativamente fácil, mas é necessário estudar demais, arduamente, todos os dias, sem folga, sem parar. A parte mais difícil, contudo, é encontrar a própria “identidade musical”, aquilo que difere um músico dos outros. Isso é algo que muitos buscam a vida toda e nunca encontram. Um exemplo de identidade musical é o grande “BB King”, o Rei do Blues, pois uma nota que ele toca em sua guitarra é o suficiente para identificá-lo.

Atualmente, o gênero musical mais famoso em todo o mundo é a música eletrônica, algo que eu particularmente não considero música na acepção da palavra, pois não é nada além de um DJ apertando “play” e tocando Shakira, Beyoncé, Justin Bieber, dentre outros, ou rap. Em quaisquer que sejam os estilos, a música eletrônica predomina, o que mostra que sucesso e talento, infelizmente, não andam de mãos dadas.

A música nos dias atuais é algo fácil de ser obtido, ainda que seja sem qualidade alguma. As pessoas parecem não dar à música o valor que recebia no passado. Antigamente você tinha que ir a uma loja de discos para comprá-lo. Aqui no Brasil era preciso esperar semanas e às vezes anos para chegar um disco estrangeiro que quisesse ouvir. Hoje em dia, com apenas um clique você escuta qualquer música e de qualquer época que queira.  Todo aquele “sentimento” que se tinha no passado, ao segurar um disco depois da dificuldade de obtê-lo, morreu. Aquilo também incentivava os artistas a produzirem o melhor que pudessem.

Atualmente os artistas sabem que o próprio nome tem mais valor que seu produto que chegará a todos os públicos com extrema facilidade. Sendo assim, a maioria deles não cobra nada de si, investindo apenas na propaganda. Isso faz com que cortem, portanto, a linha que une “sentimento e música”. Assim, o que vemos é o sucesso alavancado pela mídia, mas sem talento algum, pois deixaram de se preocupar com a qualidade. Essa gente nem se expressa e tampouco faz música, apenas ganha dinheiro.

Nota: Serenata, obra de Di Cavalcanti

4 comentaram em “MÚSICA E SENTIMENTO

  1. Moacyr Praxedes

    Lucas

    Sou bastante ligado a uma música de qualidade. Gostei muito do seu texto e irei acompanhar os outros com grande interesse, pois você tem muito a me ensinar.

    Moacyr

    Responder
    1. Lucas

      Moacyr

      Como disse no comentário para a Lu, assim eu fico sem graça poxa, mas muito obrigado, fico feliz que tenha gostado e que se interesse por música, mas tenho muito a aprender ainda, tenho apenas 19 anos e um longo caminho pela frente.

      Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Lucas

    Estou deveras encantada pelo fato de você ter aceitado escrever sobre música neste nosso espaço. Apesar de ainda muito jovem, seu talento é inegável. Seu conhecimento sobre o mundo musical é simplesmente fantástico. Como lhe confessei, esta é uma seara muito difícil para mim e contar com a sua generosidade é tudo de bom. Sei que muito nos ensinará. Obrigada!

    Ao dizer que “Música e sentimento sempre andam de mãos dadas, se este laço for cortado, o músico fica preso num labirinto sem saída.”, você expressa uma verdade incontestável. Quando qualquer arte é despida de sentimento passa a receber apenas o nome de “comércio”. É exatamente isso que vemos por aí. E, como bem nos ensina, o “sucesso” dificilmente está ligado ao talento, pois a mídia, aproveitando da falta de conhecimento do povo, faz os seus próprios ídolos, abarrotando os bolsos juntamente com eles. O mercado hoje está cheio de lixo. Algumas poucas exceções se salvam neste mar de nulidades.

    Amiguinho, mais uma vez agradeço a sua prazerosa presença neste site.

    Grande abraço,

    Lu

    Responder
    1. Lucas

      Lu
      Eu que agradeço, pois, como já lhe disse, adoro falar de música. Não sou talentoso não, assim eu fico sem graça, a música é uma ciência infinita, não importa o quanto eu saiba, sempre terei um longo caminho a minha frente, um caminho de aprendizados, de vitórias e de derrotas, porém derrota é uma coisa muito relativa, pois a do presente é um ensinamento para que haja vitória no futuro.

      Responder

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