NÃO PEÇA! OFEREÇA!

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele contrapõe riqueza e pobreza.  

Tenho um amigo, cientista ilustre e respeitado, dono de grandes propriedades. Tem carro bonito. Pertence a uma família ilustre. Tem apenas um ou dois aspectos onde a vida não o favoreceu na medida em que gostaria. Fechando os olhos a tudo quanto tem, ele vê em torno de si apenas tristezas, infelicidades e frustrações. Vive abatido a reclamar de tudo. Lastima-se invariavelmente sempre que me vê. Sob o ponto de vista comum é um ricaço. Sob o ponto de vista da realidade, ele o é?

Meu amigo é um “pobre” homem que em toda sua vida tem estado em cama de doente.  Cresceu na horizontal. De seu leito “pobre” de enfermo, dirige, no entanto, uma grande empresa. Uma empresa de serviço. O serviço que ele oferece ao público é essencial, pois corresponde a uma necessidade praticamente universal. A empresa de quem poderia viver pedindo esmola presta exatamente o serviço de assistência, de ajuda, de amparo aos necessitados de saúde e meios de vida.

Meu “pobre” amigo é um catalisador de amor, de beneficência, de humanitarismo. Mas, que milagres o espírito não efetiva?! O “pobre” é sempre encontrado disposto a auxiliar a todos os “ricaços”, como meu amigo lamuriento. Creio que, tanto quanto eu, você deve andar confuso sobre o que é ser “rico” e ser “pobre”. Meu amigo é pobre ou rico? Que vem a ser a pobreza? E a riqueza?

  • Ninguém é mendigo pelo que não possui e, sim, pelo que anda mendigando.
  •  Ninguém é rico pelo que tem, mas pela espontânea prodigalidade com que distribui.
  • O infeliz ainda mais infeliz se torna, se imprudentemente mendiga felicidade.
  • O intranquilo aumenta sua inquietude ao mendigar paz.
  • O incompreendido ainda mais inaceitável se torna pelas reclamações que despeja sobre os outros.
  • Ninguém pode ter admiração por um sujeito que anda à caça de ser admirado. Quem pode respeitar aquele cuja maior preocupação é fazer-se admirado?
  • Aquele que se reconhece injustiçado e sem correspondência amorosa e vive a pedir amor, dificilmente pode ser amado.
  • Não conheço quem sofra pela prodigalidade da ajuda que dá. O mundo, no entanto, está cheio de gente que se desgraçou por tanto pedir.

Não peça. Ofereça. Não capitule diante do velho hábito de posar de “coitadinho”. Mesmo que você esteja em sofrimento, no chão, em pedaços, quando alguém lhe dirigir o convencional “Como vai?”, responda-lhe sorrindo: “Vou bem. Não vou melhor para não fazer inveja!”. Experimente este miraculoso tratamento. Abaixo as lamúrias! Nunca mais a autopiedade nem a piedade dos outros!

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google (ver na página 259 do livro a descrição de várias técnicas de relaxamento).

Nota: Duas Figuras, obra de Vicente do Rego Monteiro

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