Poussin – O RAPTO DAS SABINAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho poussin

A composição O Rapto das Sabinas, do pintor francês Nicolas Poussin, cheia de simetria e equilíbrio, conforme as regras do classicismo, mostra o momento em que as mulheres Sabinas estão sendo raptadas, numa praça romana, o que gera um grande tumulto, sendo visível o horror delas, que tentam se livrar de seus agressores. Este mito faz parte da história da fundação de Roma. Rômulo, o fundador, encontra-se na parte esquerda da composição, ao alto, num pedestal, vestindo uma armadura, e usando uma coroa, ele levanta seu manto de cor púrpura.

O artista francês pintou Rômulo muito mais parecido com um bailarino do que com um comandante. Seu corpo apoia-se na perna esquerda, enquanto a direita está voltada para trás, apenas com o peito do pé tocando o chão. Seu quadril está levemente inclinado. Com o braço esquerdo levanta seu manto vermelho, enquanto o direito volta-se para trás, num gesto bem feminino. Atrás dele estão dois compatriotas. Poussin mostra na sua composição a arquitetura da Roma antiga, como podemos observar no templo, ao fundo, à esquerda, enquanto à direita são vistos casas ou palácios, baseados nos modelos clássicos, assim como um teatro. É possível observar árvores na periferia da cidade.

O artista pintou os personagens, envolvidos no rapto, em vários grupos. À esquerda, em primeiro plano, um romano levanta uma das Sabinas, tendo seu capacete caído ao chão. A mulher, por sua vez, defende-se puxando seu cabelo com a mão direita, enquanto suplica piedade com a esquerda. Na composição clássica, a mão erguida sobre a cabeça, com a palma para cima, simboliza adoração ou queixa, desespero ou pedido de ajuda. A personagem em questão representa o desespero de todas as demais mulheres Sabinas.

Poussin deixa visível a presença do forte em contraponto com o fraco, através do gestual dos corpos. Uma senhora idosa com a filha no colo, à direita, suplica para que ela não seja levada. No meio da composição, uma mulher ajoelhada, com as duas mãos para cima, implora por compaixão. É também possível notar os músculos salientes dos raptores romanos. Não há nitidez nos rostos. Apenas as duas Sabinas, voltadas para o observador, mostram mais detalhes na cabeça. É possível ver que elas são loiras e possuem os cabelos repartidos ao meio, e trazem sobrancelhas escuras e tensas.

Segundo a lenda, o local onde Roma estava sendo fundada reunia pessoas dos mais diferentes tipos, dentre essas existiam apátridas e criminosos. Havia muitos homens no lugar, mas as mulheres eram escassas. Foi então que Rômulo, o fundador da cidade, prometeu arranjar mais algumas. Para consegui-las, ele usou um estratagema: fez com que se espalhasse o boato de que havia encontrado um altar subterrâneo de um novo deus. A seguir, organizou uma grandiosa cerimônia sacrificial. Dentre os convidados, estava o povo vizinho, os Sabinos. Durante a festa ardilosa, as filhas dos Sabinos foram raptadas. Foi permitido que os demais voltassem para o lugar de onde vieram, excetuando suas filhas. Ainda, segundo a lenda, o sinal para o ataque seria dado por Rômulo. Ele se levantaria, abriria seu manto e o atiraria sobre seus ombros. E foi exatamente o gesto responsável pelo tumulto, que Poussin pintou.

Dados técnicos:
Data: cerca. 1635
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 159 x 206 cm
Localização: Museu do Louvre, França, Paris

Fontes de pesquisa
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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