O ATAQUE DE NAPALM E AS CRIANÇAS VIETNAMITAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho  Mojica12345

Eu realmente quis escapar daquela menina. Eu queria escapar dessa imagem, mas parece que a foto não me deixou escapar. A maioria das pessoas conhece minha foto, mas sabe pouco sobre minha história. Fico agradecida por poder aceitar essa foto como um presente. Com ela, eu posso usá-la para a paz. (Khim Phuc)

Eu chorei quando a vi correndo. Se eu não a ajudasse e alguma coisa acontecesse que a levasse à morte, acho que me mataria depois. (Huynh Cong Ut)

O fotógrafo vietnamita Huynh Cong Ut é responsável por uma das fotos mais comoventes da história das guerras: Crianças Fugindo de um Ataque de Napalm. Em junho de 1972, Ut estava cobrindo a Guerra do Vietnã, quando o acaso fez com que ele testemunhasse aeronaves sul-vietnamitas fazendo um bombardeio de napalm. Crianças em pânico corriam pela estrada fugindo do local da atrocidade.

A imagem da garotinha de 9 anos, Kim Phuc, nua e com queimaduras espalhadas pelo corpinho, com os abraços abertos para não tocar o corpo, e uma máscara de dor no rosto, gritando “muito quente, muito quente”, transformou a fotografia num símbolo de horror à guerra, onde os inocentes tornam-se as principais vítimas. As crianças corriam em direção aos jornalistas estrangeiros, gritando. Ao chegar perto deles Kim desmaiou.  O jornalista Ut tomou-a nos braços, levando-a para um pequeno hospital, onde ouviu a garantia dos médicos de que tomariam conta dela. Kim foi depois transferida para uma unidade americana. Ficou no hospital durante 13 meses.

Um garotinho chorando no primeiro plano da imagem, irmão de Khim Phuc, é também outra imagem chocante da cena. Ao fundo, uma nuvem negra de fumaça torna a cena ainda mais impactante. Seis soldados sul-vietnamitas aparecem atrás das crianças e outro ao lado, aparentemente indiferentes à cena, possivelmente já entorpecidos pelos horrores da guerra.

O fotojornalismo foi responsável por algumas das fotos mais chocantes da história da humanidade, pois tinha como obrigação moral testemunhar e relatar os fatos, com a maior veracidade possível. Os fotógrafos punham-se na linha de frente, arriscando a própria vida.

O que se sabe hoje sobre a garotinha da foto? Kim Phuc é uma mulher de 50 anos, que administra uma fundação para ajudar crianças vitimadas pela guerra, e vive com o filho e o marido no Canadá. Vejamos o que ela diz:

 Eu fui queimada e me tornei uma vítima da guerra, mas crescendo, tornei-me outro tipo de vítima. Ouvi fortes explosões e o chão tremeu, minha mão e braços estavam queimados. Pensei: eu vou ficar feia, não serei mais normal. As pessoas vão me ver de um jeito diferente.

Eu não tinha ideia do que tinha acontecido comigo. Acordei no hospital com muita dor e com enfermeiras ao meu redor. Acordei com um medo terrível.

Toda manhã, às 8 horas, as enfermeiras me colocavam em uma banheira com água quente para cortar toda a minha pele morta. Eu só chorava e quando eu não aguentava mais, desmaiava.

O fotógrafo Huynh Cong Ut ganhou o Prêmio Pulitzer, mas ainda não tinha noção do poder e do alcance daquela imagem que captara.

Fontes de pesquisa:
Tudo sobre fotografia/ Editora Sextante
Portal Uol

2 comentaram em “O ATAQUE DE NAPALM E AS CRIANÇAS VIETNAMITAS

  1. LuDiasBH Autor do post

    Ed

    As vítimas são sempre os inocentes.
    O mundo nunca aprende, mesmo.
    Ainda não vejo motivo para comemorar o Dia da Criança, com tantas crianças passando fome e outras privações no mundo.

    Abraços,

    Lu

    Responder
  2. Edward Chaddad

    LuDias

    Parece que o mundo não aprende. Infelizmente, as vítimas são povos que sequer possuem voz para protestar ou ter condições de escolher seus governantes. E aí, no ápice da violência, das mortes insanas e injustificadas, estão as crianças, a esperança do mundo.

    Amanhã, será o Dia da Criança!
    Ao ver foto como esta, pergunto: de que adianta a comemoração, se não conseguimos deter o ímpeto de poder, da luta econômica, da manutenção do vil capitalismo sobre todas as coisas, mesmo sobre os nossos sentimentos mais nobres?

    Ainda outro dia, havia o dilema: bombardear ou não a Síria!
    E, enquanto isso, o nível do CO2 está fazendo com que a vida em nosso planeta, isto para todos, esteja, cada vez mais com os dias contados. Já estamos em contagem regressiva e há nações que só pensam em guerra, no fomentar da indústria armamentista. Uma pena!

    Excelente seu texto!

    Responder

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