O LADO PERVERSO DOS LABORATÓRIOS

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

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O Brasil é o sexto mercado em vendas de medicamentos no mundo, com forte perspectiva de ocupar o quarto lugar já em 2017. Só em 2014, a indústria farmacêutica alcançou lucros recordes de quase US$ 30 bilhões. E a expectativa é que, até 2020, amplie esta marca para quase US$ 48 bilhões/ano, segundo dados da consultoria GlobalData.

Não sou contra o lucro das empresas privadas. Muito pelo contrário, sou favorável ao ganho de capital. Entretanto, quando se trata de cuidar de doenças que são verdadeiras pandemias mundiais ou que poderiam ser curadas e não simplesmente tratadas, entendo que o lucro das empresas não poderia se sobrepor à saúde do ser humano.

Um médico britânico e Prêmio Nobel de 1993, Richard J. Roberts, já acusou grandes empresas farmacêuticas de colocar em primeiro lugar os benefícios econômicos em detrimento da saúde das pessoas, “porque curar não é rentável”, disse ele. E completou: “medicamentos que são usados de forma crônica pelas pessoas é que dá dinheiro para a indústria”. Bom, até certo ponto, me parece que a alegação do colega parece lógica. As medicações mais vendidas no mundo são para controle do colesterol e da pressão arterial.

Até pouco tempo não havia preocupação com o vírus da Zica. Achava-se que era doença autolimitada e sem grandes preocupações. Agora, com a ligação a uma epidemia de microcefalia em recém-natos e aumento substancial nos casos da Síndrome de Guillain-Barré, a indústria farmacêutica vem anunciando rápidos progressos à procura de uma vacina eficaz contra o vírus. Pode ter certeza de que nós vamos pagar essa conta. A vacina deverá ser adquirida pelos governos de centenas de países. Por trás do pânico, os interesses econômicos dos laboratórios certamente irão prosperar. Fazer o quê?

Achamos que com a Lei de Patentes, se criaria forte esquema de proteção para o monopólio da exploração de medicamentos no Brasil. Entretanto, não parece ser isso que ocorre por aqui. Para que o leitor tenha um pequeno exemplo do problema, existe um medicamento para tratamento de câncer do laboratório Roche com nome comercial Avastin®, onde uma única dose de 100 mg custa cerca de R$ 1.500. Esta mesma dose no exterior sai por cerca de R$ 200. Há algo de muito errado nisto tudo. Medicamentos caríssimos para tratar doenças potencialmente fatais na mão de um laboratório e medicações corriqueiras para controle do colesterol e pressão alta acessível à população, mas, como são doenças crônicas, tem de usar o resto da vida. E, portanto, devemos comprá-las até a “missa de sétimo dia” (grifo meu).

Parece discurso da esquerda, mas não é! Os laboratórios investem pesado em pesquisas para que estas medicações sejam elaboradas. Entretanto, deve haver uma regulação para isso. A Lei das Patentes não foi suficiente. O lobby da indústria já ganhou de lavada. No meu entendimento sobre este tema, a primeira premissa a ser adotada é a de que o direito à vida e à saúde não podem ser sobrepostos pelos interesses financeiros. Isso é fato! Sai a Lei das Patentes e entra uma “Lei Humanista”.

Nota: imagem copiada de jornalggn.com.br

8 comentaram em “O LADO PERVERSO DOS LABORATÓRIOS

  1. Matê

    “Curar não é rentável”, isso explicaria porque, até hoje, não investiram na cura da malária, por exemplo. Pesquisas envolvem milhões, e a “indústria” farmacêutica visa o lucro.
    Abraços
    Matê

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      1. Arlene de Lucena

        Lu, me parece que muitas doenças são criadas em laboratórios. Criam o vírus e depois o antídoto, simples assim, e segue essa roda viva que se intitula mundo!

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        1. LuDiasBH Autor do post

          Arlene

          Há muitas pessoas que trabalham com essa hipótese. Inclusive há muitos filmes que trazem este assunto, como se fosse ficção. Confesso que tenho dificuldades em aceitar que o ser humano seja tão covarde e maléfico assim. Mas diante desse mundo cão em que estão transformando o planeta, tudo é possível. Sem falar que os laboratórios só pensam em lucros, sem se compadecerem de ninguém.

          Beijos,

          Lu

  2. Rui

    Olá, Lu!

    Realmente para os laboratórios o importante é o dinheiro, como mencionou o Dr. Telmo Diniz. Eu fiz um tratamento, mas para curar o vírus da hepatites C,o medicamento é o mesmo (Avastin);24 semanas ou 32,cura, mata o vírus. Aqui em Portugal é comparticipado 50% pelo Estado, mesmo assim é muito caro. Dr. Telmo diz: primeiro a saúde e depois o dinheiro,é verdade, mas a falta de humanidade aqui também existe.

    Abraços, irmã de além-mar!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rui

      A visão que a sociedade tem sobre os laboratórios de remédios é muito ruim, em quase todo o mundo. Muitos até dizem que os laboratórios fabricam doenças (cria vírus) para vender mais medicamentos. Há até filmes sobre isso. Aqui no Brasil existem remédios (para pressão e diabetes) que são oferecidos gratuitamente pelo Estado. A indústria farmacêutica, assim como os bancos banqueiros são os que mais enriquecem no mundo. O Dr. Telmo postou um texto de muita coragem, sem temer os poderosos.

      Abraços,

      Lu

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      1. Rui

        Lu
        Realmente o doutor Telmo é de muita coragem, ele não mente no que diz sobre os laboratórios. Não só como médico, mas também como ser humano ele traz mil valores.

        Abraços

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