O QUE FALTA AO POVO BRASILEIRO?

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

 Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

Temos e somos o BRASIL. Temos e somos a cultura brasileira. Esta cultura inclui muitas diferentes características no sentir, no olhar, no fazer e nas relações. Estas características resultam das muitas variáveis reunidas pelas circunstâncias de nossa história. Somos o que somos por muitas razões. Uma dessas razões é a nossa história que não podemos mudar. Esta história produziu-nos uma CULTURA com muitas qualidades. Algumas dessas nos ajudam, mas há outras que nos retardam e podem até nos conduzir ao caos.

Ao longo de nossa história, nós, brasileiros, habituamo-nos, muitas vezes, à desconsideração pelas normas de ordenamento civilizado e respeito às instituições. Também de nada nos adianta culpar a história por nossos defeitos. O que poderíamos fazer é mudar seu curso futuro. Para isso, no entanto, temos que, em primeiro lugar, reconhecer nossos problemas em relação a culturas cujos benefícios também queremos alcançar. Em segundo lugar teríamos que estar dispostos a fazer um grande esforço para mudar o rumo da história futura. Já não podemos confiar naquele ufanismo tolo que pregava o destino obrigatoriamente glorioso do Brasil. Também não nos valerá a esperança de que seremos salvos sem “fazer força” porque “Deus é brasileiro”.

Hoje sabemos que a riqueza de um país depende muito pouco de seus recursos naturais e muito mais da competência (EDUCAÇÃO) e trabalho de sua gente. A verificação disso pode ser evidenciada tanto por países cheios de riquezas naturais e subdesenvolvidos quanto por países ricos que são pobres de recursos naturais. Entre os grandes problemas que teríamos que reconhecer, aquele que está numa das raízes de nossa cultura e que se constitui, a meu ver, no maior deles: a falta de seriedade nas relações e, que resulta numa complacência ou tolerância com a burla, com as pequenas transgressões e com os pequenos delitos. Dele resultam a impunidade (aceita) e a muito difundida postura de querer “levar vantagem” em tudo. Chegou-se ao ponto de o cidadão honesto e cumpridor de seus deveres sentir-se um “otário”, envergonhado diante de tanta “esperteza”. Isso acaba por minar todas as relações e a comprometer quase todas as iniciativas e projetos que  poderiam resultar em uma sociedade mais produtiva, mais justa e mais segura.

Não nos faltam leis e normas de convívio. Falta-nos o exercício e o hábito de observá-las para o bem de todos. Isso só pode ser conseguido com EDUCAÇÃO. Esta não se resume a boas maneiras somadas a conhecimentos. A EDUCAÇÃO de que precisamos exige seriedade, competência e exercício de cidadania. Essas coisas, sabe-se, não são aprendidas simplesmente ouvindo discursos ou mesmo aulas sobre esses temas, mas exercitando esses valores diariamente, de modo especial na fase em que se formam nossos primeiros hábitos,  desde nossa primeira infância. O desejável seria que isso sempre ocorresse no meio familiar. Hoje sabemos que já não se pode contar com a família para que todos passem por esse tipo de EDUCAÇÃO. Por mais essa razão fica aumentada a responsabilidade e a importância tanto da ESCOLA quanto do PROFESSOR.

Nota: texto extraído do livro “Nossa Escola Quase Inútil”, 2006, inédito

2 comentaram em “O QUE FALTA AO POVO BRASILEIRO?

  1. Matê

    Prof. Caniato

    Certíssimo o seu ponto de vista. Enquanto a Educação (gostei das maiúsculas) estiver desvalorizada, não há perspectiva de mudança. Até hoje temos analfabetos,apesar do tal avanço tecnológico. Não se trata de aumentar verbas. Sabemos o destino que elas terão. Falta o que a Coréia fez para sair do atraso. Muita seriedade, horário integral. Falta, principalmente, vontade política. Existem maus políticos, mas também maus eleitores. Parabéns!

    Matê

    Responder
  2. LuDiasBH Autor do post

    Prof.: Caniato

    O senhor está coberto de razão, pois nenhum povo pode ascender a um lugar entre as grandes nações, se não tiver EDUCAÇÃO. O Japão já nos mostrou isso, quando foi dizimado pela Segunda Guerra Mundial. E espantosamente soergueu-se, ao dedicar-se, com afinco, à EDUCAÇÃO de seu povo. Mas não é isso o que pensa a maioria de nossos estúpidos governantes. Mal damos um passo à frente, retrocedemos cinco. Parece que estamos fados à eterna ignorância. Se providos de EDUCAÇÃO de qualidade, não aceitaríamos o que ora vemos:

    “a falta de seriedade nas relações e, que resulta numa complacência ou tolerância com a burla, com as pequenas transgressões e com os pequenos delitos. Dele resultam a impunidade (aceita) e a muito difundida postura de querer “levar vantagem” em tudo. Chegou-se ao ponto de o cidadão honesto e cumpridor de seus deveres sentir-se um “otário”, envergonhado diante de tanta “esperteza”. Isso acaba por minar todas as relações e a comprometer quase todas as iniciativas e projetos que poderiam resultar em uma sociedade mais produtiva, mais justa e mais segura.”

    Abraços,

    Lu

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *