PELO DIREITO DE SER ASSEXUADO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

semsex

Comecemos pelo Aurélio na definição dos termos que são o tema de nosso texto de hoje:

Sexualidade – O conjunto dos fenômenos da vida sexual.
Libido – Instinto ou desejo sexual.
Assexualidade – (Não encontrei o termo no dicionário.)
Assexual – Que se efetua sem o concurso de gametas.Assexuado – Que não tem os órgãos do sexo./ ou Desprovido de sexualidade ou de sensualidade; que não parece ter, ou não desperta impulso ou atração sexual.

Não resta dúvida de que a grande maioria dos brasileiros não faz a menor ideia do que seja a assexualidade, defendida por um grupo composto por homens e mulheres de todas as idades, que cresce em todo o mundo, que não se considera gay ou lésbica e tampouco héteros ou bissexuais. Embora possuam libido, essas pessoas simplesmente não gostam de manter relações sexuais. Por isso, elas lutam para serem reconhecidas como donas de uma nova orientação sexual e para que sejam respeitadas na decisão de se absterem de sexo. Elas se consideram pessoas normais, sem nenhum trauma de infância, bem resolvidas e totalmente convencidas de suas escolhas.

Como primeiro passo, o grupo dos assexuados deixa bem claro que nada tem a ver com os celibatários. Enquanto os últimos possuem desejo sexual, mas o reprimem por motivos místicos, os primeiros não sentem vontade alguma de fazer sexo. Trocando em miúdos, eles não possuem tesão pelo corpo do outro, não são capazes de se envolver sexualmente. Também deixam claro que não são gays, pois gostam do sexo oposto, embora não sintam vontade de fazer sexo. Portanto, assexulidade nada tem a ver com homossexualidade.

O assexuado não é uma pessoa impotente, pois fica excitado e, para isso basta que se concentre. A ejaculação pra muitos deles não passa de uma forma de aliviar o estresse. Muitos se masturbam, mas não estabelecem nenhuma conotação entre a masturbação e o sexo. O que o assexuado não tem é desejo carnal pelo outro.  Em relação à libido, estudiosos no assunto afirmam que essa energia não se manifesta apenas nos órgãos sexuais, podendo ser dirigida para outras áreas, embora já se tenha a certeza de que o sexo melhora o humor, pois libera hormônios de ação antidepressiva. Mas a falta de sexo não chega a ser um problema de saúde, a menos que gere sofrimento para a pessoa.

No grupo dos assexuados também é possível encontrar algumas diferenças:

  • aqueles que são extremamente radicais, que não aceitam nenhuma forma de contato íntimo (beijos e carinhos), sentem nojo pelo sexo e nunca transaram;
  • os que fazem sexo por obrigação, com medo de perder o parceiro e, que não têm dificuldades em beijar e abraçar, e são capazes de fazer sexo para engravidar, mas sem qualquer apelo erótico;
  •  e muitos que só percebem que são assexuados muito tempo depois de entrarem numa relação, depois de passarem por vários médicos e tratamentos, cheios de sentimento de culpa.

Existem também os assexuados românticos e aqueles que não portam nenhuma forma de romantismo. Os românticos são capazes de se apaixonar, casar e ter filhos, mas desde que o sexo não esteja no centro da relação, por isso, a outra pessoa deve ser também assexuada, para que não haja cobranças e sofrimento entre o casal. Os não românticos não gostam de qualquer forma de contato físico amoroso e não se sentem com capacidade para a paixão.

A Aven (Asxual Visibility and Education Network) é uma rede que luta pela visibilidade do grupo, em todo o mundo e, para que ele seja reconhecido como uma quarta orientação sexual além dos héteros, homos e bissexuais.

Sabedores de que vivem num mundo extremamente voltado para o sexo, onde até propaganda de sabão possui apelo sexual, e onde sexo e orgasmo são partes determinantes da cultura, os assexuados sabem que possuem um longo caminho a percorrer para serem aceitos como não praticantes do sexo, sem carregar nenhuma conotação negativa. Eles têm todo o direito de buscar ser compreendidos, saindo de um casulo que os torna reféns de uma sociedade acostumada a rotular as pessoas, sem conhecer as reais causas de suas opções.

Quanto mais se conhecer sobre os assexuados, menos essas pessoas sofrerão na tentativa de conviver com uma sociedade totalmente direcionada para o sexo. É sabido que muitos deles passam, inclusive, por bullying na escola, ou são alijados dos grupos de amigos. Não resta dúvida de que o conhecimento liberta os indivíduos, que guardam tais segredos, com medo da reação das pessoas à sua volta. Conhecer sobre o tema é também preparar a sociedade para aceitá-los com o respeito que merecem.

Às pessoas, que se sentem incluídas nessa quarta categoria de orientação sexual, ou que se sentirem curiosas sobre o assunto, ficam aqui duas dicas para obterem mais detalhes:

  • Aven
  • O site Refúgio Assexual

Nota: Imagem copiada de http://num-papo-cabeca.blogspot.com.br

Fonte de Pesquisa
Revista Marie Claire / novembro de 2010

56 comentaram em “PELO DIREITO DE SER ASSEXUADO

  1. Melinha

    Olá, Lu!
    Eu me identifiquei com o texto. Tive um namorado na adolescência com quem tive muitas relações. Era AMOR! Só que ele faleceu aos 27 anos.
    Eu tinha a mesma idade. Depois disso, perdi completamente a vontade de ter relações e isso até acabou com meu casamento, porque ele queria ter relações todos os dias, e eu não tinha a menor vontade. Só que ele impunha sua “necessidade de sexo”, dizendo que eu tinha que cumprir com minhas obrigações matrimoniais. Preferi terminar o casamento e casei mais duas vezes, mas continuei sem vontade, e hoje, embora queira um relacionamento, só em pensar que terei que fazer sexo, já desisto.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Melinha

      Será que o seu problema não está ligado à perda de seu namorado? Pode ser apenas o resultado de um trauma. Por que não faz uma psicoterapia para tirar a dúvida? Se você se casou três vezes, significa que não é assexuada. Normalmente, os assexuados não buscam uniões fortes, a não ser com alguém do mesmo grupo de interesses. Veja o endereço no texto e entre contato com o grupo.

      Muito obrigada por sua visita e comentário. Volte sempre.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Eldes

    Eu me chamo Eldes e tenho 19 anos. Tenho atração por homens mais não curto sexo. Gostaria de trocar ideia com outros homens.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Eldes
      Caso alguém queira entrar em contato com você, deverá entrar em contato comigo, para que eu lhe repasse seu e-mail.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Claudia

    Olá, Lu!
    Que interessante, descobri que fiquei assexuada, estou com 51 anos, ainda sou uma mulher bonita, que desperta interesse, mas não tenho interesse em sexo. Pesquisei um pouco na net, e vi que realmente não existe muitas formas de entrar em contato com outras pessoas que sintam e pensam da mesma forma, reconheço que há um preconceito. Eu mesma evitei entrar em um grupo no facebook (aliás apenas um que achei) com receio que minhas amizades vissem… Alguém tem que levantar essa “bandeira” de forma mais abrangente, para termos mais chances de conhecer e oportunidades de nos relacionarmos.

    Sou do RJ e gostaria muito de conhecer um homem que tenha interesse em um relacionamento sério, que não seja baseado no sexo.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Claúdia

      Agradeço a sua visita e comentário. Seja bem-vinda a este blog.

      A queda da libido com a idade é muito normal, principalmente se a pessoa toma algum antidepressivo. Muitas daquelas que passam por traumas também tendem a ter a libido em baixa. Você já avaliou todos os pontos?

      É muito importante a pessoa ter certeza de que é assexuada e, que isso não constitui nenhuma anormalidade. Se as pessoas não tivessem medo do preconceito, teríamos um número incalculável prestando depoimentos sobre o assunto. Quanto ao grupo do Facebook, você poderá usar um pseudônimo, não precisa usar seu nome.

      Amiguinha, muitas pessoas aqui, neste espaço, buscam por novas relações (ver comentários), vou torcer para que encontre alguém bem especial. Se se interessar por alguém, contate-o através de um comentário.

      Beijos,

      Lu

      Responder
      1. Claudia

        Sim, Lu… Não tomo nenhum antidepressivo e nem passei por nenhum trauma. Tomara que meu simples depoimento me proporcione conhecer afins. obrigada.

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Claudia

          Procure também interagir com as pessoas que postaram comentários. É assim que começa um bom relacionamento.

          Beijos,

          Lu

  4. Geralda Ávila

    Lu, gostei demais do artigo, quebrando os tabus geral. Muito bom que possamos ter esses espaços para discutir toda essa diversidade que embora sempre tenha existido, ora está vindo à tona. Muito bons os depoimentos, imagino o quão angustiante é a vida de pessoas que não têm como se abrir e esclarecer reações físicas que elas próprias consideram regulares, mas por imposição da cultura sentem receio de revelar, correndo o risco de serem vistas como anormais. Parabéns!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Geralda

      Eu sempre fui uma defensora das ideias plurais, desde que essas não façam mal a ninguém, ou seja, não interfiram na vida de terceiros. Aceitar a diversidade é acreditar na democracia, onde as pessoas têm direito às escolhas que dizem respeito apenas a si mesmas.

      Amiguinha, gosto muito da lucidez de seus comentários. Eles sempre enriquecem os textos escritos. É um prazer contar com sua presença neste blog.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  5. Viviane

    Muito legal a matéria, parabéns!
    Eu sou assexuada, mas foi difícil entender que isso não era um problema meu, algum distúrbio. Tive um namorado e gostava demais dele, mas não queria ter relações, com medo de falar até porque nem eu entendia o que se passava comigo. E sabendo que era uma coisa que mais cedo ou mais tarde aconteceria, eu nao queria. Acabei terminando, mesmo gostando muito dele.

    Depois tive outro namorado e ficamos juntos por quase 4 anos e tivemos um filho, mas eu não gostava de ter relações sexuais, mas tinha medo de falar e perdê-lo. Achando que o problema estava comigo fui arrastando essa situação. Quando nos separamos fiquei com um cara que já conhecia e tive outro filho, mas a sensação de não gostar e não querer fazer sexo não mudava.

    Depois cheguei a voltar com um -ex, que eu só ficava na época eu era virgem, e dessa vez que namoramos tivemos relações, mas mais uma vez eu não estava feliz com isso, e comecei a entender que é uma condição e não um problema, pois antes de voltar com ele eu estava há 3 anos sem sexo e estava bem, era normal pra mim. Agora faz um ano que estou sozinha de novo, e a ausência de sexo não me incomoda nem me faz mal, mas sinto falta de ter alguém, de ter um companheiro.

    Gostaria muito de conhecer outras pessoas como eu, conversar, trocar experiências, fazer amizades. E conhecer também algum homem que seja assim e que queira conhecer alguém para um relacionamento sério, baseado em sentimento, confiança, respeito, cumplicidade, carinho. Parece ser tão difícil que tenham homens assim! Hoje em dia só vemos homens que pensam em sexo.

    Eu tbm achava que estava sozinha nisso… kkkk. Mais uma vez obrigada pelo espaço para desabafar e ter oportunidade de conhecer pessoas que são como eu.

    Abraço a todos!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Viviane

      A natureza humana é bem complexa. Muitas vezes as pessoas sofrem por um longo tempo, por desconhecerem parte da própria fisiologia. Baseam-se no comportamento comum, e acham que são anormais. Têm medo de dizer o que “não sentem” e serem desrespeitadas em suas diferenças. E quando descobrem que são diferentes como tantas outras, sentem um grande alívio.

      Amiguinha, o número de pessoas assexuadas, tanto homens quanto mulheres, é muito grande. O mais triste é saber que muitas delas nem ao menos sabem que são normais apesar das diferenças, e, por isso, submetem-se a um sexo desprazeroso e muitas vezes aviltante, porque vai contra a própria escolha do corpo.

      Viviane, ao ler o seu comentário, senti o quanto sofreu nos seus muitos relacionamentos. É mais do que justo que agora procure encontrar alguém que se sinta como você. Juntos poderão compartilhar um mundo novo, sem juízos deturpados. Estarei torcendo por você. E continue conosco no blog. Há outros assuntos semelhantes.

      Um grande abraço,

      Lu

      Responder
      1. Viviane

        Verdade, Lu!
        Obrigada pelo apoio e entendimento! É mto importante! Vou continuar acompanhando o blog com certeza, pois vejo que você trata os assuntos com seriedade e respeito! Parabéns!
        Abraço!

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Viviane

          Será uma grande alegria ter uma leitora como você. Repasse também o endereço de nosso blog para seus contatos.

          Um grande abraço,

          Lu

  6. Santos

    Por ser assexuado, durante muitos anos pensei que era “peça rara” no mundo. Que alívio descobrir que não estou sozinho no mundo. As pessoas vem sexo em tudo. Acho que podemos conviver bem com a comunidade sem ficar com esse objetivo o tempo todo.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Santos
      Pode ficar aliviado mesmo, pois existem muitas pessoas assexuadas em todo o mundo. Também acho que está havendo uma desnecessária vulgarização do sexo.

      Muito obrigada por sua visita e comentário. Volte sempre.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  7. Romeu

    Bom dia

    Então quer dizer que uma garota assexuada nunca vai conseguir ter um relacionamento com um rapaz que adora sexo?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Romeu

      Uma mulher assexuada pode ter relações normalmente. A única diferença é que ela não sente prazer no ato sexual. E o que fazemos quando não gostamos de algo? Deixamos de fazê-lo, não é mesmo? Mas há casos em que a ida a um ginecologista pode resolver a situação. Por exemplo, uma mulher que sente dores ao ter relações acaba fugindo delas sem que seja assexuada. O médico, porém, poderá lhe receitar um remédio para resolver seu problema. Entendeu? Há também o caso de mulheres extremamente tímidas, etc.

      Obrigada por sua visita e comentário. Volte sempre.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  8. Tainara

    Lu
    Eu tenho 18 anos, mas aos 15 acabei ficando grávida. Perdi o bebê, mas continuo com meu namorado. Passei 7 meses sentindo vontade de ter relação, mais depois acabei odiando. Eu odiava o fato de ter relações, quando ele me pedia, e acabava sempre dando desculpas. Mas ele não queria saber, e isso me causava dor e infecção. Era desconfortável e não via a hora de acabar o ato sexual. Então terminei com meu namorado por causa disso e de outras coisas, mas o sexo foi o principal. Acabei ficando com alguém pra ver se conseguia ter vontade e tudo aconteceu do mesmo jeito chato e horrível. Fiquei com outra pessoa depois de um meses e foi horrível também. Já faz um ano que não faço sexo e me sinto feliz, mas sinto falta de um companheiro. É muito difícil ter alguém que não goste de sexo. Hoje estou solteira por causa disso, mas queria tanto ter um relacionamento em que não houvesse sexo, porque sou feliz sem. Aí fica minha pergunta: será que sou assexuada, ou não? Eu só sei que estou feliz e quero muito alguém que seja como eu.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Tainara

      Há mais pessoas que não gostam de sexo do que podemos imaginar. Poucas são as que têm coragem de exporem-se claramente, como você acaba de fazer. Parabéns por não aceitar a hipocrisia de um relacionamento que a machucaria e magoaria.

      Amiguinha, o ideal é que você busque ajuda médica para ver qual a causa de sua recusa em relação ao sexo. Como teve um aborto aos 15 anos, numa fase em que tudo é mais doído e as marcas são profundas, pois ainda falta a experiência de vida, pode ser que tenha ficado traumatizada com o problema, que acabou refletindo no seu relacionamento sexual com homens. Pode ser que, ainda que inconscientemente, o coito remeta-a a esse período de sua vida, e que ainda haja muito medo de passar por tudo aquilo outra vez. Portanto, para uma análise mais profunda, consulte um médico ginecologista que a encaminhará para uma pessoa especializada no assunto. Você também ainda é muito novinha, um bebê, e pode ser que se trate apenas de uma fase.

      E, caso seja uma pessoa assexuada, não se preocupe com isso. Existem muitas mulheres, e também homens, que, por não terem uma definição clara do que são ou sentem, acabam em relações frustradas, que só levam ao sofrimento. No texto que leu, abaixo, há dois endereços. Entre em contato com essas pessoas. Procure no Google.

      Tainara, após passar por uma consulta, volte para nos contar a que conclusão chegou. Certo?

      Obrigada por sua visita e comentário. Volte sempre!

      Um grande abraço,

      Lu

      Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Tainara

          Veja o e-mail que passei para você com o número do Marco Lopes.

          Abraços,

          Lu

  9. Ella

    Sou mulher e quero conhecer homens acima de 40 anos , para amizade ou futuro relacionamento. Pode ser assexuado ou ter disfunção eretil.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Ella

      Por motivo de sua segurança seu e-mail não foi repassado a público. Se alguém quiser, poderá entrar em contato comigo.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. ELLA

        LuDias, boa noite.
        Gostaria sim de conhecer o Santos. Pode repassar o meu e-mail. Vamos iniciar uma boa amizade e no futuro quem sabe algo mais…
        Obrigada mais uma vez.

        Responder
  10. Danilo Rangel

    Lu, te agradeço imensamente pela matéria mega esclarecedora que me tirou várias incertezas.
    Grande abraço!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Danilo

      Não há o que agradecer, meu amiguinho. Gosto muito de buscar assuntos sobre os quais pouco encontramos na mídia, mas que muitas pessoas possuem questões relativas a eles. O mal de nosso mundo é partir do pressuposto de que todos somos iguais, sem se preocupar com as diferenças.

      Volte sempre!

      Abraços,

      Lu

      Responder
  11. Deise

    Olá!

    Meu nome é Deise, tenho 48 anos e nunca gostei de sexo, apesar de ter sido casada durante 23 anos e ter três filhos. Sempre foi um inferno para mim durante o ato sexual. Detestava essa que é uma “obrigação matrimonial”. Depois que separei, tive alguns relacionamentos amorosos, mas todos me causavam angústia, porque os parceiros não entendiam o porquê da minha fuga. Nunca queria sexo! Por isso mesmo aconteceram algumas coisas terríveis, como ser violentada. Então resolvi procurar ajuda de uma profissional. Na última sessão, depois de discutirmos esse assunto, a psicóloga que também é sexóloga, disse que eu não queria ser ajudada, que eu estava sempre com argumentos que impediam de ter um bom relacionamento com alguém.

    Oras, eu gosto de ser amada, de fazer carinho, de cuidar, mas sexo? Eu não gosto de verdade! O problema é que ela queria que eu mantivesse algum tipo de relacionamento, e, que me masturbasse algumas vezes na semana. No final da conversa disse a ela: Penso que me encaixo em um grupo que vi certa vez na televisão. Ela deu um sorriso, então vá procurá-los! Então estou aqui! Penso que me encaixo, e ficaria muito feliz se tivesse um grupo em Brasília para eu trocar ideias.

    Obrigada pela atenção.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Deise

      Mais uma vez, obrigada pela sua visita. Será sempre um prazer contar com a sua presença.

      Em relação ao assunto abordado no texto e reafirmado por você, penso que nós ocidentais temos uma ideia muito arcaica sobre sexo, ao concentrar toda a carga sexual no coito. Todo o nosso corpo adora receber carinho e carícias. Sempre digo que nossa pele é o nosso maior órgão sexual. Penso que tal visão deve-se ao machismo milenar, que ainda vê, na introdução do pênis na vagina, a submissão da fêmea ao macho.

      Espantou-me a postura de sua psicóloga, que se mostrou bem desinformada sobre o assunto, hoje tão conhecido em todo o mundo. Só vejo a rejeição ao sexo como problema, quando esse advém de um trauma ou está tornando a pessoa infeliz. Fora disso é completamente normal. E nem sei ao certo por que você procurou uma profissional no assunto, se isso não a incomoda.

      Deise, você poderá encontrar esses grupos através da internet. Talvez haja um site de pessoas aí em Brasília. É muito boa essa troca de ideias entre pessoas que se sentem parecidas. Outra coisa, jamais se violente, para dar uma resposta à sociedade. Seja você, sempre!

      Tenho no blog assuntos muito interessantes. Venha sempre nos visitar.

      Beijo no coração,

      Lu

      Responder
  12. Silvia Cabreira

    Oi gostaria de encontrar alguém que fosse também assexuado, para que pudéssemos trocar experiências, conversar, enfim se identificar. Um grupo no Rio Grande do Sul.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Sílvia

      Eu não conheço nenhum grupo. Mas seu comentário irá ficar aqui, e pode ser que alguém comente sobre ele.
      Abraços,

      Lu

      Responder
    2. Danilo Rangel

      Oi Silvia, como vai? Sou jovem e recentemente estou me vendo como assexuado. Vamos trocar figurinhas? A Lu irá passar para você o meu e-mail. Sou do extremo Sul.

      Abraços

      Abraços,

      Lu

      Responder
    3. Rômulo

      Silvia

      Eu também sou assexuado e gostaria de conhecer pessoas para trocar ideias e experiências sobre o assunto. Gostaria de te conhecer, quem sabe trocar contatos para conversar sobre nossas experiências. Eu também sou do Rio Grande do Sul, moro perto da capital.

      Responder
  13. Bruna

    Obrigada. Realmente pode ser que seja algo no meu subconsciente, porque realmente nunca sofri nenhum trauma, nenhum abuso, NADA. Mas eu sempre fui tímida. Só que o meu caso deve ser mais do que timidez, pois não consigo sentir atração sexual por ninguém. Ótimo o blog!

    Responder
  14. LuDiasBH Autor do post

    Bruna

    Embora o Viagra já esteja há quase 20 anos no mercado, ainda não foi criado um remédio que atenda à mulher, no que diz respeito à sua falta de desejo sexual. Alguns já foram testados, mas não conseguiram passar pelo FDA, órgão que regulamenta o uso de remédios nos EUA.
    Há até uma queixa contra o órgão, dizendo que ele é machista e que não se preocupa com as mulheres, enquanto o Viagra foi aprovado em seis meses. Outros remédios encontram-se em estudo.

    Se você se sente bem como é, isso não tem a menor importância. O problema reside quando a mulher sente-se chateada com a falta de tesão. Então deve procurar primeiro um médico ginecologista que lhe recomendará um especialista específico, provavelmente um terapeuta. Você pode estar travada em razão de algo do qual nem se dá conta, esquecido lá no subconsciente. Se for o seu desejo de ter desperta tal atração, saiba que há cura, sim.

    Amiga, sinto-me muito feliz com a sua presença neste blog e participação. Venha sempre nos visitar e contar como andam as coisas consigo.

    Abraços,

    Lu

    Responder
  15. Bruna

    Olá! Eu não tomo nenhum remédio antidepressivo NADA. Nunca sofri nenhum trauma.Tive uma infância maravilhosa. Tenho 35 anos sou uma pessoa feliz. Até romântica, mas não consigo sentir tesão, atração física ou sexual nem por homens e muito menos por mulheres. Mas consigo me excitar com cenas eróticas e até ter orgasmos facilmente. Existe remédio cura terapia algo para isso?

    Responder
  16. Bruna

    Não sinto atração física nem por homem nem por mulher e não acho que sexo seja a melhor coisa do mundo, e consigo ficar anos sem ter. Sou assexuada?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Bruna

      Você aponta características de uma pessoa assexuada. Mas é preciso saber se não toma algum antidepressivo, se sempre foi assim, se nunca passou por um trauma…

      O Viagra já foi lançado e aprovado para ajudar o homem nas suas relações sexuais, mas ainda não foi aprovado um remédio para ajudar a mulher, embora muitos já estejam em teste.

      Quanto a ser assexuada, não vejo problema nenhum nisso. O importante é que você esteja bem consigo. Só vira problema quando a pessoa não se aceita assim e quer ter prazer, mas não consegue. Fora disso, toque sua vida tranquilamente.

      Bruna, é um grande prazer recebê-la aqui no blog. Volte sempre e traga seus amigos. Tentei contato com você, para avisá-la sobre a resposta, mas seu e-mail está voltando.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  17. Cristina Souza

    Olá. Meu nome é Cristina,tenho 44 anos e só tive uma relação sexual em toda minha vida, mas não gostei, senti muita dor e nas outra vezes que tentei fazer de novo, não consegui, a dor era tão forte que eu travava e meu parceiro não conseguia a penetração, e isso aconteceu várias vezes, até que desisti de tentar novamente, pois até fazer exames ginecológicos, para mim é muito complicado devido à dor que sinto.Será que sou assexuada, porque tenho certeza que não sou homossexual, embora não tenha nada contra, mas deixei de gostar de sexo.
    Obrigada.

    Cristina

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Cris

      Em primeiro lugar agradeço-lhe a sua visita.
      A casa é sua!

      Pelo que você expõe, entendo que você não é assexuada, pois presumo que ao aceitar fazer sexo, havia desejo de sua parte, fato que só não foi concretizado pela dor que sentiu. A dor nos tira qualquer prazer, a menos que a pessoa seja masoquista.

      O assexuado não sente desejo de fazer sexo. Ele não tem prazer. E isso não está correlacionado com a dor.

      O ideal é que você consulte um especialista na área e exponha o que sente. Existem casos em que o hímen é muito resistente, chamado de “hímen complacente”, e não se rompe com o pênis, causando muita dor. Seu ginecologista nunca disse nada a respeito? Ou você jamais se abriu sobre o assunto?

      Cris, não sei se a falta de sexo tem algum peso em sua vida, mas, de qualquer forma, procure um especialista e se abra. Há alguma coisa errada em relação à dor, que deve ser esclarecida.

      Beijo no coração,

      Lu

      Responder
  18. Triste melodia

    Olá!
    Eu tinha desejos sexuais e heterossexuais e me considerava normal, mas quando eu tive um relacionamento que durou cerca de onze anos com um homem, descobri, embora tardiamente, que os impulsos sexuais fortes dele, desejando transar 3 vezes por dia, era uma doença chamada PRIAPISMO, embora ele não admitisse. Eu dizia a ele que precisava se tratar, pois, por causa do problema dele, eu vivia constantemente com infecções urinárias devido às fricções constantes em meu útero.O relacionamento terminou por causa disso e há cerca de oito anos após o término, eu não consigo mais ter desejos sexuais e nem vontade de transar, mesmo eu estando ainda na faixa dos 40 anos. Devo então, me considerar assexuada devido ao que passei ou um assexuado já nasce assim?

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Melodia

      O priaprismo é realmente uma doença.
      O pênis fica ereto por muito tempo, causando uma dor insuportável.
      O machismo não permite a certos homens admitirem seus pontos fracos, quando ligados ao sexo.
      Imagino o que você deve ter passado nesse relacionamento tão conturbado, uma vez que o sexo deve ser prazeroso e não motivo para dor.
      Penso que também é normal, a sua atitude hoje em relação ao sexo, depois de ter passado por um trauma tão grande.
      O ideal é que buscasse ajuda médica, pois ainda é muito jovem.
      Também imagino, uma vez que não tenho formação médica, que o assexuado já nasce assim.
      E que a sua falta de vontade em relação ao sexo nasceu de seu relacionamento com o marido.
      Você não é assexuada, está apenas traumatizada.
      Busque ajuda médica.

      Melodia, foi um prazer tê-la aqui no blog.
      Volte sempre.

      Grande abraço,

      Lu

      Responder
    2. Luís

      Cristina Souza

      Acho que eu era normal, mas depois de várias decepções também fiquei assim. Será que podemos falar sobre o assunto?

      Responder
      1. LuDiasBH Autor do post

        Luís

        Não posso expor o e-mail de ninguém no blog. Se a Cristina disser que quer entrar em contato com você, eu lhe enviarei o seu e-mail. Fique tranquilo. E não permita que as decepções atinjam o seu âmago, pois tudo na vida passa.

        Obrigada pela sua visita. Volte sempre!

        Abraços,

        Lu

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  19. Carlos A. Pimentel

    Lu,

    O seu texto, alem de intrigante, levanta um tema fundamental: a complexidade da sexualidade humana. Um ponto que me chamou a atenção foi a questão entre o celibato, uma opção de natureza mística e um quarto grupo (assexuados), ou seja pessoas que simplesmente não querem praticar o sexo e conseguem viver indiferentes à força desse instinto básico e natural. Neste ponto, acredito que entre os clérigos existam os que realmente pertencem ao grupo de assexuados e aqueles que são obrigados ao celibato, mas que em algumas situações pecam, perdendo o controle sobre o corpo e mente (afinal, eles seriam depois perdoados!). Talvez esse fato explique os inúmeros casos de pedofilia e homossexualidade entre os membros da igreja globalizada. Reprimir um instinto tão básico e forte, responsável pela sobrevivência da espécie humana – uma das mais frágeis da Natureza, encontra-se acima da capacidade do ser humano, a não ser que seja dessa categoria de assexuados . Não seria essa uma conclusão lógica que o seu brilhante texto nos induz a pensar? Pois bem, esperemos o parecer dos especialistas no tema sobre sexualidade humana. Por outro lado, complemento a sua frase “conhecimento liberta os indivíduos” com a seguinte: mas também pode acarretar mais sofrimento em função dos novos dilemas apresentados.

    Abraços,

    Beto

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Beto

      Os dilemas sempre existiram, só que a tecnologia dos dias de hoje trazem-nos à tona com mais facilidade.
      Não penso que os assexuados apareceram de uma hora para outra.
      Eles sempre existiram, só que nunca vieram a público.
      Não se pensava que todo aquele que tinha uma doença mental era um louco?
      Foi o estudo da mente que convenceu as pessoas de que a mente também adoece e também pode ser tratada.

      A natureza humana é muito complexa.
      Os assexuados são o outro lado dos compulsivos por sexo.
      Os dois lados da moeda são bastante estranhos.

      O melhor da vida continua sendo o equilíbrio.

      Abraços,

      Lu

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