Pieter Bruegel, o Velho – PAISAGEM COM QUEDA DE ÍCARO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Paisagem com a Queda de Ícaro é uma obra mitológica do pintor Pieter Bruegel, o Velho, que faz uso de um tema muito conhecido em sua época: a queda de Ícaro, mostrando o momento exato em que o rapaz afunda no mar.

O artista dividiu sua pintura em três planos, assim organizados:

1º – um lavrado com seu arado lavra a terra para plantar;
2º – um pastor olha para os céus, de costas para o mar, enquanto suas ovelhas pastam;
3º – o imenso mar, embarcações, rochedos, uma cidade ao loge, e Ícaro.

Embora se encontre próximo a um barco a velas e a um homem pescando, ninguém testemunha a caída do pobre moço. Nem mesmo o pássaro, pousado no galho de uma pequena árvore, voa com o barulho produzido pela queda. É possível ver as pernas de Ícaro, na parte inferior da pintura, à direita, enquanto ele afunda. Tampouco foi notado pelo pastor de ovelhas e pelo camponês que faz sulcos na terra para o plantio. Nenhum ser vivo esboça qualquer movimento indicativo de que presencia o triste fim do jovem, que poderia ser salvo, já que caiu próximo àcosta.

O lavrador com seu arado, em primeiro plano, é quem se encontra mais distante de Ícaro e mais próximo do observador. Sua figura é a mais chamativa, em razão de sua camisa vermelha. Ele se encontra atento a seu trabalho. Por sua vez, o pastor está de costas para o mar, próximo a seu cachorro e rodeado por suas ovelhas. Ele observa algo no céu. O pescador, assentado no rochedo, com o corpo inclinado para baixo, observa atentamente o mexer de seu anzol.

Como era comum o fato de Bruegel repassar ensinamentos morais através de suas pinturas, muitos especulam sobre qual seriam os alusivos a esta. Alguns dizem que mostra o quanto é descabido ambicionar coisas inúteis, devendo cada um ficar satisfeito com o que tem. Outros já a interpretam como se mostrasse o quão certas pessoas podem ser indiferentes e cegas diante de novas ideias, ou ainda incapazes de prestar solidariedade a outrem.

Esta composição de Bruegel é tida como uma das mais belas já feitas. Ela nos passa a impressão de ter sido feita do alto, tendo o artista uma visão de cima para baixo, como se sobrevoasse o local. A enorme paisagem mostra-se tranquila.

Segundo o poeta romano Ovídio, em seu livro denominado “Metamorfoses”, Dédalo, um habilidoso inventor, achou ter descoberto uma maneira de voar, como as aves, através da construção de asas feitas de ceras e penas. E foi assim que pai e filho puseram-se aos céus. Ícaro, porém, não ouviu os conselhos do pai, que o advertira sobre o perigo de voar muito perto do sol, pois a cera derreteria. Dito e feito, o calor derreteu as asas do coitado, que acabou caindo no mar. Ao pai só restou gritar por ele, sem saber onde se encontrava.

Ficha técnica
Ano: 1558
Técnica: óleo sobre madeira transferido para tela
Dimensões: 74 x 112 cm
Localização: Musée Rouaux des Beaux-Arts, Bruxelas, Bélgica

Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
Bruegel/ Editora Cosac e Naify

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