Pintores Brasileiros – RODOLPHO AMOEDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Talvez seja o artista mais injustiçado da história da pintura brasileira. […] Apesar de sua longevidade e da inegável qualidade de seu trabalho, Amoedo continua a ocupar um espaço relativamente acanhado na memória artística nacional. […] Não teve ainda sua reputação devidamente reabilitada pela historiografia posterior. (Rafael Cardoso)

O pintor brasileiro Rodolpho Amoedo (1875-1941) nasceu em Salvador. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios, onde teve como mestres Victor Meirelles e Antonio de Souza Lobo. No ano seguinte foi para a Academia Imperial de Belas-Artes, onde estudou com Agostinho Motta,  Victor Meirelles, Zeferino da Costa e Chaves Pinheiro.

Amoedo exerceu a sua arte por cerca de 60 anos e, consequentemente, deixou um grande legado à arte brasileira: mais de 400 pinturas sobre cavalete e diversas pinturas decorativas para edifícios públicos. Também foi muito importante para o ensino da arte no país, tendo passado por ele duas importantes gerações de artistas, como João Baptista da  Costa, Raphael Frederico, Lucílio de Albuquerque, Eugênio Latour e Cândido Portinari. Ajudou transformar a antiga Academia em Escola de Belas-Artes, nos primeiros anos de república, sendo, inclusive, seu vice-diretor. Foi responsável por grandes mudanças no ensino artístico no país.

O artista ganhou o prêmio da Academia, que era uma viagem ao exterior, vencendo Henrique Bernadelli, até então favorito. Mas houve controvérsias em relação à justeza do concurso, o que trouxe para Amoedo muitos problemas de relacionamento, inclusive com a crítica. Em Paris, ele estudou com o mestre Alexandre Cabanel e Puvis de Chavannes.

O ostracismo, em que caiu Amoedo, pode estar ligado a seu gênio difícil, o que o levava a estar metido em altercações e brigas pessoais. A dificulade, em relacionar-se com ele, levava as pessoas a manterem-se distantes. Além disso, quando o modernismo chegou ao Brasil, ele, que era um pintor acadêmico e ainda exercia sua arte, passou a ser visto como antiquado e retógrado pelos novos artistas.

Amoedo também viveu um momento difícil para o tipo de arte que produzia. Após a proclamação da República, a arte estava mais voltada para “explorar questões ligadas ao espaço público e à identidade coletiva: fosse por meio de exaltação dos valores cívicos do novo regime […], do estudo de tipos nacionais ou regionais […], ou da boa e velha pintura histórica.”, explica Rafael Cardoso em seu livro “A Arte brasileira em 25 quadros”. Entretanto, a pintura de Amoedo não tinha a ver com nada disso, uma vez que sua arte era “interiorizada, intimista e psicológica”. Ele não aderiu, portanto, à nova tenência que havia no país. Gostava, sobretudo, de figuras femininas e passagens da vida urbana. Fez inúmeros retratos. Dentre os seus quadros famosos estão “Marabá”, “Estudo de Mulher”, “Dorso de Mulher”, “No Ateliê” e “O Último Tamoio”.

Na sua velhice, o artista viveu muito solitário, morrendo aos 66 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro. Após sua morte, parte de sua obra foi doada ao Museu Nacional de Belas-Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.

Nota: autorretrato do pintor.

Fontes de Pesquisa
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21342/rodolfo-amoedo

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