POR QUE LITERATURA DE CORDEL?

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Autoria de Lu Dias Carvalho

CORDEL 6

Os poetas ou os vendedores de folhetos, ainda na Europa, precisavam viajar muito para venderem suas mercadorias. Assim, saiam de feira em feira à cata de quem as comprasse. Logo que chegavam a uma cidade ou vilarejo, escolhiam um bom local para expor as folhas volantes, normalmente na praça. É bom que não nos esqueçamos de que carregavam, junto com os folhetos, rolos de barbante, também conhecidos por cordel ou cordão, que tinham a finalidade de expor os artigos à venda, uma vez que seria muito oneroso carregar prateleiras ou qualquer outro tipo de móvel. Os cordéiss eram esticados de um ponto a outro, normalmente entre duas árvores ou postes, e neles eram dependuradas as folhas soltas ou os livretos abertos ao meio, comumente presos com pregadores de roupa.  Portanto, o nome “cordel” está ligado à forma de como eram comercializados em Portugal.

No Brasil, os poetas ou os vendedores preferiam carregar seus folhetos em malas de papelão ou couro, postando-as em cavaletes, durante a venda dos artigos, que aqui eram chamados de “folhetos de feira” ou simplesmente de “folhetos”. Somente quando ganharam os meios acadêmicos é que os folhetos receberam o nome de Literatura de Cordel e assim passando a ser conhecidos em todo o país.

O livrinho com Literatura de Cordel traz a história em versos, impressa em papel barato, normalmente de cor amarelada, e, geralmente possui entre 8 e 24 páginas. O desenho da capa é feito, na maioria das vezes, em xilogravura (Trata-se de uma antiga técnica que tem sua origem na China. O desenho é entalhado na madeira, deixando em relevo a parte que será reproduzida. A seguir, o xilogravurista, ou xilógrafo, passa tinta na parte em relevo e depois usa um tipo de prensa para exercer pressão sobre a madeira no papel, revelando a imagem. Como o desenho sai ao contrário do que foi talhado, o xilógrafo terá que ter muita atenção.). A modernidade já vem fazendo com que a xilogravura seja substituída pelos recursos gráficos do computador.

O uso do “acróstico” é outra característica da literatura de cordel. É colocado nos últimos versos do texto. É a forma como o autor assina seu nome: cada letra inicia um verso.

A riqueza dos temas encontrados na Literatura de Cordel é imensa, pois, como gosto não se discute, o melhor é tentar abranger o maior número de assuntos possível: episódios históricos, lendas, romance, ficção, humor sarcástico, temas religiosos, profanos e políticos. Os temas também navegam ao sabor do momento vivido, pegando carona nos assuntos em voga, como notícias regionais ou nacionais. Quem nunca ouviu contar, através do cordel, as histórias de Lampião e seu bando ou sobre o suicídio do presidente Getúlio Vargas? Estes dois assuntos são campeões de vendagem dos livretos no passado.

Nota: Imagem copiada de clubedahistoria.com.br

Fontes de pesquisa:
Cordel e Viola/ Fábio Sombra
http://www.suapesquisa.com/cordel/

Um comentário em “POR QUE LITERATURA DE CORDEL?

  1. Alfredo Domingos

    Lu,
    Seu texto sobre o Cordel está ótimo, dando uma boa ideia do gênero.
    Parabéns!
    Lembro que “Patativa do Assaré” é figura de proa do Cordel, inclusive como repentista, sendo reconhecido autor no Brasil e fora. Outro personagem notável na Literatura de Cordel é o “Seu Lunga”, assíduo de muitas páginas da espécie, cujas histórias, normalmente, são cômicas.
    Abraço, Alfredo Domingos.

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