QUANDO A HUMANIDADE DEIXOU O CÉU

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Recontada por Lu Dias Carvalho

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Contam os índios mais velhos da Amazônia, que em tempos que ficaram bem distantes no passado, os homens, antes de povoarem a terra, moravam no céu. Ali viviam felizes, até o dia em que um caçador, perseguindo um tatu, notou que o bicho entrou num esconderijo dentro da terra, pois no céu também havia terra, água, bichos e árvores. Perseguindo sua caça, começou a cavar um buraco, trabalhando durante dias e noites. Quando estava prestes a botar a mão no animal, esse escorregou e caiu num grande vão. O homem dilatou mais ainda a cavidade, curioso para ver o que havia lá embaixo. E qual não foi a sua surpresa, ao deparar-se com um lugar cheio de florestas exuberantes, grandes rios e um sem conta de animais, tudo mais belo do que o que existia ali onde vivia.

A história do caçador alastrou-se pelos quatro cantos do céu. E foi combinado que um dos homens iria primeiro, para certificar-se de como eram mesmo aquelas terras desconhecidas. Foram trançados infinitos metros de cordas de cipó, juta e algodão, durante um tempo que não se pode precisar, de modo que o aventureiro desceu por elas. Extasiado diante de tanta beleza, voltou o mais rápido possível para o céu, onde contou a todos o que vira, deixando-os entusiasmados. Foi-lhe pedido que voltasse mais uma vez àquele lugar, para amarrar a corda no tronco de uma gigantesca e forte árvore. O aventureiro retornou à terra desconhecida, e amarrou a ponta da corda num baobá. A partir daí, só se via uma fileira, a perder de vista, das gentes descendo do céu. Mas também houve um pequeno grupo que teve medo de aventurar-se, resolvendo ali permanecer. A corda foi desamarrada e houve o desligamento entre o céu a terra.

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