ÁFRICA – A ABLAÇÃO DA GENITÁLIA FEMININA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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 Na Somália, assim como em alguns outros países africanos e do Oriente Médio, as meninas são “purificadas” mediante uma prática considerada abominável no mundo civilizado: a ablação da genitália. Tal procedimento normalmente ocorre quando a garota completa quatro a cinco anos de idade. O clitóris e os pequenos lábios são cortados ou extraídos e toda a região é costurada, formando um cinto de castidade, mas de carne. Apenas um pequeno orifício permite a saída da urina. Ao se casar, tal costura é rasgada brutalmente para o coito, muitas vezes é cortada à faca pelo esposo.

A mutilação dos órgãos genitais da criança é anterior ao Islã, de modo que não são todos os muçulmanos que adotam tal procedimento. Assim como existem povos que o adotam, mas não são islâmicos. Na Somália, tal prática é muito usada, de modo que quase todas as meninas são submetidas à clitorectomia. A cultura do país usa o Islã como desculpa, mas, mesmo assim, os imames não desencorajavam tal prática ou a proíbem.

As garotas incircuncisas (que não foram infibuladas) são discriminadas e tidas como prostituas, possuídas pelo diabo. A maioria dos homens não se casa com garotas que não foram circuncidadas. Grande parte das moças solteiras que se engravidam, acabam se suicidando, por não aguentarem a humilhação e os castigos. Muitas se queimam vivas, antes que sejam mortas por pais ou irmãos. Uma criança, filha de mãe solteira, é tratada como pária. Sofre toda sorte de abusos e maus-tratos. É grande o número de crianças que morrem de dor e infecção, durante ou após a operação de clitorectomia. Outras complicações dolorosas acompanham as futuras mulheres pelo resto da vida, depois de serem expurgadas.

A clitorectomia é feita por pessoas comuns, sem nenhum conhecimento de medicina, tais como açougueiros, parteiras e avós. Não é usado nenhum tipo de anestésico ou antisséptico, e as crianças são instadas a não chorar, para não mancharem a honra da mãe. Até o sofrimento ali está ligado à maldita honra. Após a sutura das partes sangrando, a garota tem as pernas amarradas para facilitar a cicatrização, impedindo-a de andar. Urinar passa a ser outra tortura. As pernas são desamarradas e amarradas de novo, até que os pontos sejam tirados com a mesma brutalidade, muitas vezes com o tecido ainda inchado ou cheio de pus.

O objetivo da clitorectomia é impedir que as mulheres sintam desejos sexuais e se “transformem” em prostituas. Mas segundo informações de mulheres que já passaram por isso, e vivem agora no Ocidente, tal procedimento bestial e perverso não elimina o apetite sexual e nem a capacidade de ter prazer, como pensa a família da garota. Ou seja, não possui nenhuma outra eficácia que não seja a de mutilar fisicamente o corpo da mulher e levá-la a um sofrimento atroz, que a acompanha até a morte.

O que vemos na Somália é uma mentalidade feudal, alavancada por conceitos tribais de honra e vergonha, onde as mulheres são literalmente mutiladas, em nome da moral. Mesmo homens somalis, moradores em países liberais, voltam para a Somália para buscarem uma esposa sob a alegação de que as somalis de fora do país de origem são muito ocidentalizadas (vestem de modo indecente, desobedecem aos maridos e se misturam livremente com homens, em suma, não são baarris).

O mais triste é constatar que mesmo em países ocidentais, como na Holanda, França e o Reino Unido, as famílias de países em que se pratica a clitorectomia, ao se exilarem, levam consigo o mesmo costume perverso, praticando em solo estrangeiro a ablação da genitália feminina. Tais famílias precisam ser denunciadas e punidas severamente, de modo a proteger, principalmente, as crianças que não podem se rebelar contra a autoridade abusiva de seus pais. Nem mesmo as mães podem protegê-las contra a ignorância de uma cultura perversa, onde a “honra” justifica qualquer tipo de abuso cometido contra as mulheres, ainda que elas seja criancinhas inocentes e desamparadas, num mundo cão. Vejam também o artigo:

ÁFRICA – AS MULHERES NA CULTURA SOMALI

Nota: imagens copiadas de forum.outerspace.terra.com.br320 × 217  e
janeentrelinhas.blogspot.com

Fontes de Pesquisa:
Reconciliação (Benezir Bhuto)
Infiel (Ayaan Hirsi Ali)
Nove Partes do Desejo (Geraldine Brooks)

23 comentaram em “ÁFRICA – A ABLAÇÃO DA GENITÁLIA FEMININA

    1. Lu Dias Carvalho Autor do post

      Rosângela

      É tudo mesmo surreal, macabro. E pensar que estamos no século XXI, convivendo com práticas da Idade Média!

      Abraços,

      Lu

      Responder
  1. Rosa

    O país focado foi a Somália, mas isso acontece um muitos países, na Indonésia por exemplo é muito normal, elas só não são costuradas.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rosa

      Agradeço muitíssimo a sua visita e comentário. Será sempre um prazer tê-la conosco. Quanto ao procedimento é uma pena que essas crianças tenham que passar por tamanho sofrimento. E olhe que nos encontramos no século XXI.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Belle

    Só a educação salva!

    A maioria das mulheres somalis acreditam que esta prática deve ser realizada. E a maioria delas é analfabeta. Apenas quando possuem a oportunidade de ir para o Ocidente e se deparam com outra cultura, obtendo então conhecimento, percebem o quanto foram abusadas. Isso é devastador… A educação é a única arma contra a violência/ignorância.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Belle

      Tudo o que você disse é real. Trata-se de uma prática de barbárie em pleno século XXI. O nosso mundo é por demais complexo e bizarro. Também não vejo outro caminho senão a educação. E ainda existem políticos, em plena Idade Medieval, que pensam controlar o conhecimento, eliminando a diversidade na Escola. A Ablação da Genitália está ligada a preconceitos religiosos e políticos.

      Agradeço a sua visita e comentário. Volte mais vezes.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Alessandra

    Dizem que para isso mudar seria necessário dar educação, mas somente o amor e a misericórdia de Deus poderá mudar isso. Eu me sinto tão incapaz!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Alessandra

      Realmente é muito triste tamanha barbaridade. Podemos e devemos denunciá-la ao mundo, pois muito pouco podemos fazer.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  4. Patrícia

    Lu

    É abominável ver as fotos e ler sobre isto. Tamanha ignorância, brutalidade e tortura. As autoridade sabedoras deste “costume” deveriam proibir tal atitude. Será que não existe um ser humano com poder e dignidade para impedir ou punir tal atrocidade?
    Revoltante!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Rui

      Muitos aprendem com os próprios erros, mas outros acham tudo normal.
      E, por isso, continuam fazendo as mesmas coisas.
      Veja o horror que fazem com as criancinhas há centenas de anos…

      A miséria leva às superstições.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  5. Julmar M. Barbosa

    Não tenho palavras para expressar minha perplexidade.
    Sugiro que assistam o filme “FLOR DO DESERTO”. É a história de Waris Dirie uma garota que aos 13 anos, para fugir de um casamento arranjado, atravessou o deserto por dias até chegar em Mogadishu, capital da Somália. Seus parentes a enviaram para Londres, onde trabalhou como empregada na embaixada da Somália. Ela passa toda a adolescência sem ser alfabetizada. Quando vê a chance de retornar ao país, descobre que é ilegal na Somália e não tem mais para onde ir. Com a ajuda de Marylin , uma vendedora, Waris consegue um abrigo. Ela passa a trabalhar em um restaurante fast food, onde é descoberta pelo famoso fotógrafo Terry Donaldson (mundialmente famoso por fotografar celebridades). Através da ambiciosa Lucinda, uma agente de modelos, Waris torna-se modelo. Só que, apesar da vida de sucesso, ela ainda sofre com as lembranças de um segredo de infância.

    A verdadeira Waris Dirie esteve no Brasil para participar das pré-estreias de “FLOR DO DESERTO” no Rio de Janeiro e em São Paulo. Hoje ela é voluntária da ONU e luta contra a violência contra as mulheres, que ainda ocorre ao redor do mundo.Também sugiro que leiam a “A VIRGEM NA JAULA, UM APELO À RAZÃO” de autoria de Ayaan Hirsi Ali.
    Vocês ficarão perplexos !
    Um abraço! Fiquem em paz!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Ju

      O assunto mostrado no artigo é realmente lancinante.
      Eu não quis amainá-lo, justamente para que as pessoas pudessem sentir o drama.
      O mundo civilizado precisa voltar os olhos para os países miseráveis.
      Sem falar que devem muito à mãe África.

      Já assisti ao filme indicado por você.
      É muito bom tomar conhecimento de tais fatos.
      Quanto aos livros de Ayaan Hirsi Ali, eu já li todos.
      Gosto do modo como ela expõe o sofrimento das mulheres de seu país e das mulheres que vivem nos países islâmicos extremistas.
      Inclusive, este texto é também baseado em um dos livros dela (ver abaixo do texto)
      Ela chegou a ser deputada na Holanda.
      Hoje vive nos EUA, tendo sua pena de morte decretada por setores do Islã.

      As indicações que faz são excelentes.

      Grande abraço,

      Lu

      Responder
  6. Adevaldo Rodrigues

    Luz,

    É difícil acreditar que ainda existem tais procedimentos nos dias de hoje. Pior que na era medieval, onde as mulheres eram queimadas vivas pelo Estado, com o aval da igreja, taxadas como bruxas por protegerem seus filhos mutilados na guerra, tratando-os com remédios caseiros, pois mortos seriam mais barato para o país.

    Abraço,
    Devas

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Devas

      A miséria é a maior fonte de superstições e preconceitos.
      Enquanto os países civilizados não se preocuparem com os miseráveis, isso continuará a acontecer.
      E eles possuem uma dívida de gratidão com a África, em vários sentidos.

      Abraços,

      Lu

      Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Beatriz

      A miséria é mesmo a mãe de todas as atrocidades.
      Não é possível aceitarmos tamanha judiação com as crianças.
      Temos que denunciar ao mundo que coisas assim continuam acontecendo.

      Beijos,

      Lu

      Responder
  7. Moacyr Praxedes

    Lu, não dá nem para acreditar que coisas como essas ainda acontecem, como se ainda estivéssemos vivendo na Idade Média. Países como esses não deveriam receber nenhuma espécie de ajuda externa, até que abrissem mão de tais costumes bárbaros.

    Beijos

    Moacyr

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Moacyr

      Também concordo com você.
      É preciso haver algo que seja capaz de acabar com tal atrocidade.
      O mundo não pode fechar os olhos a isso.
      Os governantes dos países ricos deveriam impor condições para ajudar.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  8. Pedro Rui

    Só de ver as imagens fiquei horrorizado, fazem isto por honra; esta atitude é perversa. Eu fiquei sem palavras, realmente temos que denunciar essas situações, é horroroso ver isso e nada fazer.
    Abraços Lu
    Rui Sofia

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Pedro Rui

      Se as imagens são chocantes, imagine a dor por que passam essas garotinhas.
      É uma cultura bizarra e cruel, em que nem as mães são capazes de proteger suas filhinhas.
      Tudo em nome de uma “honra” embrutecida.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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