UM QUADRO DE FRANZ JOSEF WIDMAR

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Alfredo Domingos

dorothy123

Esta é uma obra especial para mim. Ela foi encomendada, por minha mãe, Maria José, diretamente ao artista, no final dos anos 1960. Concluindo a decoração da casa nova, ela contratou o artista plástico Franz Josef Widmar (1915-1995), de assinatura artística “Widmarfranz”, austríaco de nascimento, radicado no Rio de Janeiro, em pleno exercício das atividades profissionais.

O pintor foi um dos últimos remanescentes do chamado Círculo de Viena (movimento artístico que floresceu na capital austríaca no século passado). Aluno do mestre expressionista Oskar Kokoschka (1886-1980), na Academia de Belas Artes de Viena, e diplomado em filosofia pela Universidade de Innsbruck, Franz foi um dos últimos representantes do expressionismo romântico, do qual Kokoschka foi grande expoente.

A técnica do pintor era aproveitar placas de fibras de madeira e lançar a sua arte. Na época da encomenda, a sua grande inspiração eram os motivos brasileiros. E foi munido dessa paixão pelas terras de cá, que desenvolveu o projeto da obra. Apresentou alguns desenhos experimentais à minha mãe, que não se fez de rogada e, praticamente, ajudou na concepção. Presenciei, então, a gestação e o nascer deste quadro. O local para a sua permanência foi escolhido com todo o carinho. Ele foi posto bem no centro de uma parede revestida de madeira, reinando sobre um aparador, ornamentando a sala de jantar da família.

Há uma peculiaridade a revelar. Em função da sua localização privilegiada, quase todas as fotos tiradas na tal sala, durante décadas, têm a obra de Widmarfranz compondo o cenário. Ela se portou impávida, criativa e rigorosamente brasileira.

Tratemos, agora, da arte:

Foi feita em “Eucatex”, num tamanho portentoso, conforme consta da ficha técnica, e magnificamente colorida. O artista abusou propositalmente das cores, para bem representar o nosso país, de acordo com o seu próprio depoimento. Via um Brasil luminoso, exagerado nas cores. Nesse diapasão, colocou um radioso sol, um tanto avermelhado, de duas bordas, no centro da tela. Indo chocar-se com o sol, está o Pão de Açúcar, uno, poderoso, traçado para envolver os três vasos marajoaras.

No sopé do morro e em volta dos vasos, estão as frutas tropicais, imponentes, derramando beleza e grandeza. Observa-se, como exemplo, que o mamão, à esquerda, ocupa um espaço substancial, se comparado com o morro e os vasos. Parece, vale reparar, que tudo brota grandioso da terra, do solo brasileiro, não definido por uma única cor; que coisa, hein?!

Na base da tela, há a informação da presença das águas brasileiras, em diferentes tons de azul. Ao fundo, não sem importância, está o conjunto das nossas montanhas, confundindo-se com o céu, que não é tão azul nem tão uniforme.

É importante observar o transpasse, a sobreposição, das figuras, marcadas com fortes e leves contornos, ao mesmo tempo. Dá para pensar que Widmarfranz quis dar transparência, no meio de pesados e significativos elementos. As cores são múltiplas, mas não são fortes. Há um esmaecimento natural das cores, na técnica do artista. Nada é tão presente que não seja suave!

Este quadro, ao qual não foi dado nome, é admirável, e, ao ser analisado nos detalhes, oferecerá, a cada momento, uma novidade.

A maior e mais completa coleção do mundo de quadros do pintor Franz Josef Widmar (mais de quinhentas obras), que compõe o projeto “Museu Franz Josef Widmar”, pode ser admirada, em exposição permanente, na Fundação Brasilea. Essa iniciativa partiu de Walter Wüthrich, amigo e entusiasta do trabalho do pintor, que após a morte de Franz adquiriu o restante das obras da própria viúva.

Registra-se que o nome da Fundação combina “Brasil” com a “Basileia”, onde ela se encontra, à beira do rio Reno, no triângulo formado por Suíça, França e Alemanha. Ali, o coração tupiniquim pulsa intensamente.

Na paisagem portuária da Basileia, desde 2003, destaca-se uma edificação diferente, coberta de placas acrílicas verdes, acenando com uma Bandeira do Brasil, símbolo do que se realiza no interior do prédio: intercâmbio artístico e cultural entre o Brasil e a Suíça.

Ficha técnica
Ano: 1960
Dimensões: 70 x 80 cm
Técnica: óleo sobre madeira
Localização: acervo particular de Maria José de Faria Costa, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

34 comentaram em “UM QUADRO DE FRANZ JOSEF WIDMAR

    1. LuDiasBH Autor do post

      José

      Você poderá mandar pelo e-mail que se encontra na primeira página do blog. Se tiver alguma informação sobre as obras, envie para mim.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  1. Alfredo Domingos

    Flavio Vicente,
    É impressionante a coleção de Franz espalhada por aí. O seu acervo é grande e belo, com vários estilos e motivos. Ele era um artista eclético, que percorreu muitos caminhos a bordo da sua arte. Destaquei da galeria anexa os quadros de números 57, 59, 60, 81 e 85; sendo que este último é bem parecido com este aí de cima, do texto inicial, o qual a minha família é proprietária.
    Vamos continuar na obra de Franz, há muita coisa boa a vir.
    Abraço,

    Alfredo Domingos.

    Responder
    1. Flavio Vicente

      Alfredo, que bom que você gostou. Um dos quadros que você destacou, o 59, é o retrato do meu querido avô, foi um presente do Franz em nome da grande amizade que tiveram. Tenho orgulho de ter esse quadro pendurado na parede da minha sala.
      Abraço

      Flavio

      Responder
      1. Silvana Widmar

        Queridos

        Estou extremamente emocionada pelo carinho que sentem pelo meu pai. E parabéns, Lu pela iniciativa de montar um espaço que valorize a arte.

        A primeira exposição do papai (Widmar Franz), foi quando ele tinha apenas 4 anos. Sempre foi pintor. Como todos os artistas, tinha suas vicissitudes e uma delas era o desejo de se tornar conhecido apenas após sua morte. A ideia do Museu Franz Widmar e todo o capital destinado à manutenção do mesmo, teria tudo para dar certo, não fosse estar na mão de pessoas erradas. Das quase 600 obras que deveriam estar expostas no Museu Brasilea em rodízio, restaram apenas umas 5. As outras estão “guardadas”. Estarei registrando em breve a Fundação Widmar Franz com o objetivo de rever toda essa questão. Quem quiser participar é só entrar em contacto comigo silwidmar@yahoo.com.br. (Silvana)

        Lu, relendo o que escrevi, achei, em princípio inadequado abordar os problemas do museu. Mas como percebi que você é uma pessoa que realmente valoriza a arte, resolvi deixar o texto acima. Estou verdadeiramente revoltada com o que estão fazendo na Suíça. Ao invés da arte do papai ser divulgada, ela está sendo ocultada. Foi realmente um projeto ambicioso de um milionário amigo de meu pai, mas que foi à frente de fato. Como ele faleceu, os responsáveis resolveram utilizar o espaço (enorme, por sinal – 4 andares de um prédio imenso) à vontade deles.

        Montei a Fundação com o objetivo de conversar com o Embaixador do Brasil na Suíça e com os cônsules austríaco e suíço aqui no Rio. Mas tenho receio que isso não dê em nada. Você teria alguma ideia a me dar? Qualquer orientação sua, seria extremamente bem-vinda.
        Muito obrigada e desculpe eu utilizar seu tempo.

        Silvana

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Silvana

          Você tem aqui neste blog todo o espaço que quiser para dedicar a seu maravilhoso pai. Poderá usar páginas e páginas, sem nenhum ônus, pois o meu compromisso é com a difusão da arte. Vamos fazer justiça a esse fantástico artista que tanto amou o Brasil. Como tenho pouquíssimas informações sobre ele e seus quadros, tenho dificuldades em escrever sobre seus trabalhos. Já procurei em livrarias físicas e virtuais mas não encontrei nada. Nosso mercado é muito pobre no que se refere a artes. Assim sendo, ninguém melhor do que você para escrever sobre ele, quantas vezes quiser. A procura por ele, que tem até fã clube, tem sido muito grande.

          Penso que o melhor caminho a seguir é o da mídia. Trazer a situação a público. Participe de programas televisivos, de revistas, jornais, internet. Bote a boca no trombone. Quanto mais pessoas tomarem conhecimento, maior será a pressão. Aliado a isso, busque o Ministério da Cultura, Secretárias de Cultura, pessoas públicas e políticos. Faça uma carta aberta a deputados, senadores, presidenta, etc. Peça a dois políticos para que a leia na tribuna (Câmara e Senado). Faça um vídeo para a internet, etc.
          Conte comigo!

          Abraços,

          Lu

          Desde já coloco o nosso blog como um front nesta batalha. Publique aqui tudo o quiser relativo ao assunto. Estamos presentes em mais de 160 países e em todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí.

        2. Flavio Vicente

          Olá Silvana

          Sou neto do Sr. Vicente, de Paty do Alferes. Eu estive há algum tempo atrás com seu irmão Eduardo, que também não teve uma boa impressão do museu Brasileia. Mas meu primo visitou o Brasileia no mês passado, disse que havia cerca de 50 quadros do Franz expostos, e mais uns 500 guardados. O responsável alega que o objetivo do museu é realizar a exposição permanente do Franz, e outras exposições transitórias de artistas brasileiros. Resta saber se era essa mesma a vontade do Walter Wüthrich, ou se ele deixou o museu para expor todas as obras do Franz.

          Acho que nesse caso, os filhos são as pessoas mais indicadas para tentar alguma providência. Provavelmente o Eduardo pode te dar alguma ideia, ou mesmo te ajudar.

        3. Klaus Zinema

          Silvana!
          Filha do primeiro casamento de Franz, né? Você não deve se lembrar de mim, mas eu me lembro de você. Seu pai tem um grande fã clube, a questão é como encontrar essas pessoas. “Achei” dois deles e pedi que escrevessem. Vamos ver no que dá.

          Fiquei sem entender direito a problemática do museu. Você disse estarem expostos apenas 5 quadros, mas o primo de Flávio disse ter visto uns 50 quadros. Você esteve lá depois dele? Tenho real interesse por esse caso, porque além de ficar satisfeito pelo Franz e família e amigos, confesso que ter um quadro de um pintor que tem um museu na Suíça, me deixa meio orgulhoso.Pode contar comigo.

          E você sabe sobre o acontecido a respeito da tentativa de roubo do quadro do seu pai? Tenho muita curiosidade sobre esse assunto.
          E você pintava com ele também? Continua pintando?

          Forte abraço,

          Klaus

        4. Silvana Eidmar

          Lu, Flávio e Klaus,

          Inicialmente gostaria de pedir desculpas por demorar a responder. Não tenho internet sempre e quando tenho, estou no consultório trabalhando e nem dá tempo.

          Estive no museu há menos de 1 ano atrás e o andar que deveria estar reservado para a exposição permanente do papai, estava entregue às moscas, com menos de 10 quadros expostos, juntos a outros quadros e inclusive com uma tábua de passar roupa, lá no meio de tudo. Como o primo de Flávio observou que existiam mais de 50 quadros, acho possível que após a visita (eu e meus irmãos), eles tenham remontado a exposição. Irei ate lá antes do final do ano, para me certificar e já sei que vou ter que arrumar uma forma de a exposição ficar sendo vigiada. Mas, de qualquer forma, não vejo nenhum tipo de divulgação da obra de papai.

          Escrevi uma carta, que segue abaixo, para o diretor da Basiléa e ele respondeu-me desejando “boa sorte à Fundação”. Vou deixar a situação em “stand by” e vou no momento, tão somente seguir os conselhos de Lu, procurando meios de divulgação.

          Todas as quintas ou sextas passo por Paty, Flávio. Talvez possamos nos encontrar. Meu irmão mora em Washington e, apesar de me dar apoio, não tem como ficar à frente dessa briga. De qualquer forma, eu sempre fui a mais próxima do papai em termos artísticos.

          Klaus, infelizmente não me lembro de você, pois o papai vivia recebendo visitas de artistas que estavam começando e que queriam aprender algo com ele. Eu pintava com ele (acho q eu era bem ruinzinha) e ainda pinto num atelier que tenho. Quando você pergunta sobre o roubo, me deixa curiosa também sobre o assunto. Tenho o jornal alemão que fez a cobertura do acontecimento, mas meu alemão só serviu para eu entender o básico. Tratava-se realmente de um ladrão internacional, procurado pela Interpol. Ele estava no Brasil com a intenção de roubar quadros do papai e levar para a Europa. Que coisa misteriosa, não é mesmo? Como é que o papai pode ser desconhecido e ao mesmo tempo um ladrão de quilate (procurado pela Interpol) quer roubar quadros dele? Saiu inclusive a fotografia do papai no jornal. Como assim?! Mistérios da vida.

          Bom, vou dar um jeito de mostrar para vocês os quadros que estão no museu.

          Segue abaixo minha carta para o tal diretor Faust e, para terminar, uma história do papai para vocês, q o conheceram, rirem um pouco:

          De certa feita travei contato com um senhor quw tinha um cargo altíssimo. Quando ele ficou sabendo que eu era filha do Franz, pediu que eu o levasse ao atelier, pois o seu grande sonho era ter aulas de pintura, com um pintor bom. Achei ótimo, porque o papai vivia sem dinheiro e naquele momento estava precisando muito, e essa seria uma saída para a situação. Assim que eu e o tal senhor chegamos, papai logo colocou uma folha enorme num cavalete enorme também, e pediu que ele desenhasse qualquer coisa. O senhor ficou sem saber o que desenhar, mas acabou fazendo um barquinho. Ele mesmo achou que seu desenho estava bom e eu já comecei a passar mal, porque sabia que o papai iria achar horrível. Papai olhou e olhou e depois com os olhos azuis dele, olhando bem no olhos do senhor disse assim mesmo “Senhor, se fosse em mi terra, cortasse-lhe as mãos” e dizendo isso fez um gesto de uma faca cortando fora a mão! O sujeito nunca mais voltou.

          A carta:

          Caro Faust,

          Há algum tempo não entro em contato pois, ser uma profissional reconhecida tem um preço, mas agora que me aposentei em um dos locais de trabalho, disponho do tempo, das ferramentas e de todo o apoio necessário para me dedicar àquilo que tem povoado, intensamente, minha mente e a de toda a minha família.

          A Fundação Widmar Franz foi finalmente oficializada no Brasil, com estatuto que poderemos disponibilizar para você e através da qual diversas ações virão a se efetivar. Além de estarmos começando a produzir um livro sobre as obras e vida de meu pai, estamos particularmente interessados no destino da coleção Walter Wutrich, principalmente após termos visitado a Brasilea e termos nos surpreendido com a interrupção de uma exposição que nasceu com a intenção de ser permanente.

          Analisado, o testamento do senhor Walter Wutrich, é explícito em seu desejo de criar um espaço com o objetivo de divulgar a obra de Franz Widmar. As demais atividades deste espaço, em seu entendimento inequívoco, existiriam apenas com o objetivo de sustentar permanentemente tal exposição, coadjuvantes com a finalidade de tornar o artista e sua obra conhecidos.

          Como a exposição foi interrompida, a família está marcando viagem ainda esse ano para podermos, em conjunto, traçar estratégias. A finalidade: evitar que a coleção e o desejo de Walter Wutrich deixem de ser o protagonista deste espaço, cuja finalidade é tão claramente específica, que não há lugar para dúvidas. Gostaríamos de encontrar a exposição funcionando devidamente, já no momento de nossa visita, que não se dará antes de meados de dezembro. Esteja seguro de que, com gente, ferramentas e apoio, todos nós, juntos, poderemos honrar não somente uma vontade, mas um testamento onde, legalmente, não há lugar para interpretações. Aguardo, com grande antecipação, suas ideias.

          Um abraço,

          Silvana Widmar

          ————————–
          Beijos a todos,
          Sil

        5. Flavio Vicente

          Klaus, meu primo esteve no museu em abril ou maio, se não me engano. O museu realmente possui cerca de 50 obras do Franz expostas, e mais umas 500 guardadas, e faz um “rodízio” dessas obras. Eles oferecem (ou vendem, não sei ao certo, pois o meu foi presente) aos visitantes, um livreto falando sobre a vida do artista. É muito bem feito, escrito em português, inglês e alemão, e possui em torno de 90 páginas.

          Quanto aos casamentos do Franz, ele não falava sobre o assunto, mas uma vez presenteou meu avô com um quadro de uma mulher amamentando, e disse que retratava sua primeira esposa e filha, que ficaram na Áustria. Em uma oportunidade, eu e meu avô estivemos com o a esposa do primeiro casamento do Franz no Brasil, e seu filho mais velho. Entre tantos assuntos, conversamos sobre o museu da Brasiléia, e esse quadro que retrataria um casamento na Áustria, mas eles não souberam confirmar, pois o Franz falava muito pouco sobre sua vida antes de chegar ao Brasil, e esse período é realmente um grande ponto de interrogação na história do artista. O quadro que me refiro é o de número 112 no link que postei, e podem observar que é o único que possui data (1936), nos remetendo a época em que o pintor ainda vivia na Europa. O detalhe é que esse quadro foi pintado aqui no Brasil, então Franz colocou a data propositalmente, para nos remeter a um período passado.

        6. Flavio Vicente

          Silvana

          Seria um grande prazer encontrá-la. Podemos combinar de tomar um café lá em Paty, tenho certeza que meu avô vai ficar muito contente em vê-la, e conversar sobre a arte do seu pai, esse é um dos assuntos que mais o agradam, e eu ficarei muito feliz em oferecer o café (ou lanche) lá em casa.

          Eu gostaria de pedir desculpas, pois no primeiro momento (quando respondi sua primeira postagem), eu te confundi e achei que você fosse sua irmã, Sisi (imaginei que Sisi fosse apelido para Silvana), mas agora percebi que não. Há alguns anos eu e meu avô estivemos no apartamento da sua mãe, para conversar com o Eduardo. Eu não sei se você se lembra do meu avô, mas ele foi amigo do Franz.

          A história que você contou, do executivo que queria ter aulas de pintura, lembra histórias que meu avô conta. Ele diz que seu pai dava quadros de presente, e vendia outros. Mas era ele mesmo quem escolhia os quadros que iria vender. Se meu avô gostasse de um quadro e quisesse comprá-lo, o Franz respondia que não venderia aquele quadro por dinheiro nenhum no mundo!

          Quanto ao café, eu trabalho no Rio, mas vou para Paty toda quinta-feira à noite ou sexta pela manhã, então podemos combinar qualquer sexta-feira, em que você tenha disponibilidade.

          Como você deixou seu e-mail, vou entrar em contato para conversarmos.

          Um abraço

          Flavio

        7. Klaus Zinema

          Obrigado, Flávio.

          Na verdade não sei nada sobre a vida de Franz, apenas que ele pintava desde sempre.
          Sil (posso chamar assim?) Eu também tenho um recorte da reportagem, mas não sei onde guardei. Sei que existe uma pessoa que frequentava o atelier, que começou a escrever um livro sobre Franz, e, que esse assunto foi abordado. Mas parece que o livro nunca foi publicado.

          Você disse ter as fotos do museu. Gostaria de vê-las. Como eu posso fazer…? Indo até lá, gostaria de comprar um livro dele (que o primo de Flávio ganhou).

          Sua carta para o diretor do museu está muito bem escrita. No que estou entendendo, todo um andar deveria ser de seu pai, certo? E ele não está cumprindo o que está no testamento? Acharia melhor você só tomar qualquer atitude se, de fato, os quadros não estiverem expostos.

          Boa sorte,

          Klaus

        8. Klaus Zinema

          Andei relendo tudo, e percebi que as postagem não estão em ordem de data. Sugiro que todos escrevam após a última data. Obrigado. Vou ver onde saiu esse post e volto a escrever ainda hoje.
          Forte abraço!

        9. LuDiasBH Autor do post

          Klaus

          Realmente acontece isso porque uma pessoa pode responder a outra, na sua postagem, até cinco vezes. Há também aqueles que não prestam atenção onde estão escrevendo. Outra coisa que tenho tentado é impedir o “internetês”. Perco um tempo danado escrevendo as palavras por inteiro.

          Abraços,

          Lu

        10. Silvana Widmar

          É Klaus, reparei isso també! Temos que escrever sempre, como resposta ao meu post em 17.8, para continuar nessa ordem.
          Flávio, as histórias do papai são hilárias. Só para complementar o que você disse e colocando a forma dele falar, ele diria “senhor, se quêria comprar esse quadro eu não vendesse jamais, por nenhum dinheiro do mundo”. E quando alguém queria comprar um quadro e ele falava: “senhor, o senhor não entende de arte. A priori a arte é emoção e o senhor não sente nada, entende-me?”

          Quanto ao nosso encontro, vamos combinar tão logo eu termine uma obra que estou fazendo.

          Beijos,

          Sil

        11. Silvana Widmar

          Oi, todos!

          Ando meio ausente por conta de inúmeros compromissos. Já pedi aos meus familiares que escrevessem algo, mas parece que o mundo inteiro está sem tempo. Com certeza esse fato deve-se à internet. Fazer o quê?

          Beijos,

          Sil

        12. Klaus Zinema

          O que tem acontecido com todos?
          Sil? Já esteve no museu?
          Por favor atualize-nos.
          Não vamos deixar essa onda passar.
          Temos que ir em frente.

          Forte abraço,

          Klaus

        13. LuDiasBH Autor do post

          Klaus

          A Sil ficou de ir à Suíça agora em novembro. Também estou aguardando.

          Abraços,

          Lu

  2. Alfredo Domingos

    Klaus, seja bem-vindo ao blog.

    Agradeço a sua participação neste texto que trata de um dos trabalhos de Widmarfranz. A obra em questão, conforme coloquei, foi uma encomenda de minha mãe, que sofreu várias alterações conforme ia tomando forma. E Franz teve o mérito de aceitar as interferências dela. Entendo que o resultado ficou excelente.

    Incluo algumas outras informações sobre o artista: foi casado com Lenita Widmar e Mércia Ferreira Widmar, esta 34 anos mais jovem do que ele. Do segundo casamento, teve uma filha, de nome Sissi. Faleceu aos 80 anos, em 1995, no Rio de Janeiro.

    Pelas minhas pesquisas, pude observar que Franz era um tanto irreverente, descontraído, e adquiriu rapidamente o espírito brasileiro de ser. Apaixonou-se pelo Brasil. O seu estilo na arte variava muito, não seguindo perfeitamente alguma escola tradicional de artistas plásticos. Disso, podemos inferi, porque ele não ficou famoso e festejado pela crítica.

    Envio o meu abraço a você e aos seus amigos apreciadores do legado de Widmarfranz.

    Alfredo Domingos

    Responder
    1. Klaus Zinema

      Caro Alfredo

      Muito obrigado pela sua resposta. Ainda não tive oportunidade de encontrar meus antigos colegas (que tenho certeza, vão querer escrever algo). Concordo com você sobre a irreverência do Franz. E sobre seu amor pela paisagem e arquitetura brasileiras. Ele pintava muito favelas com cores exuberantes. Aliás, em termos de domínio de cores, ele era especial. o colorido dele era fascinante. Sem querer discordar de você, até porque as pessoas interpretam atitudes de forma diferente, a sensação que eu tinha é que ele, apesar de gostar do povo brasileiro, nunca conseguiu se encaixar totalmente aqui. Sempre criticou muito posturas morais e achava que brasileiro “não gostava de trabalhar” (também pudera: ele pintava todos os dias de sua vida, inclusive aos fins desemana).

      Com essa coisa de criticar-nos, acabou afastando pessoas que poderiam fazer com que ele se tornasse famoso. Quer dizer, esse foi um dos motivos. Concordo que o principal motivo dele não se tornar conhecido, foi justamente o que nós achávamos de mais surpreendente nele: não ter estilo definido, e sim pintar de forma tão diferente, e de ter tantos estilos, que tornava praticamente impossível alguém reconhecer sua arte através de seu estilo ou de suas pinceladas. Não sei se me fiz entender.

      Uma analogia: imagine um ator que faz maravilhosamente bem 500 papéis diferentes. Imagine um outro ator que é maravilhoso num determinado papel. Ambos são maravilhosos, mas você há de convir que o primeiro é umas 500 vezes mais criativo que o segundo..

      Não posso continuar a escrever agora, mas você sabe algo sobre um ladrão que veio ao Brasil com a intenção de levar quadros do Franz e que foi preso pela Interpol? Tenho uma matéria sobre o fato, mas depois que me mudei, não encontrei o recorte de jornal. História esquisita essa, não é não?

      Um forte abraço
      Klaus.

      Responder
      1. Alfredo Domingos

        Klaus,
        A arte tem atrativos por vários motivos, um deles é que cabe a cada um dar a sua interpretação.

        Não conheço o assunto do ladrão das obras do Franz. Caso você possa, revele para nós o ocorrido. Agradeço, desde já. Abraço,

        Alfredo Domingos.

        Responder
        1. Patrícia Velasquez

          Eu poderia escrever quase um livro, pois sou verdadeira amante da genialidade de Franz. Para mim, ele era tudo. Excelente em qualquer estilo. “Brincava” com estilos de diversos artistas. Pintava com uma rapidez incrível, num colorido que a gente apostava que não ia dar certo e que resultava em mais uma obra surpreendente. Suas pinceladas eram firmes e finais (não consertava nada). Como era possível a combinação de cores e formas, gerar tal complexidade e abundância de detalhes? E as paisagens diversas que saiam de sua cabeça? Quantos quadros completamente diferentes ele era capaz de pintar num único dia? Era tudo muito mágico!

        2. LuDiasBH Autor do post

          Pat

          Aguardamos com ansiedade o seu texto sobre Franz e novos quadros do artista.

          Um abraço bem forte,

          Lu

      2. Flavio Vicente

        Klaus, Lu e Alfredo

        Eu prometi algum material sobre o Franz, e acabei não enviando. Mas os vários comentários aqui no site estão me animando, e em breve vou compartilhar um quadro muito importante do Franz, que retrata um pouquinho do mistério de sua vida antes de chegar ao Brasil.

        Enquanto não termino de escrever sobre o quadro, vou compartilhar as obras que nossa família possui, de autoria do Franz. São pouco mais de cem quadros, espalhados entre meu avô, suas filhas e seus netos. Tenho o orgulho de poder dizer que meu avô é provavelmente a pessoa viva que mais conviveu com o Franz, logicamente excluindo sua família.

        Uma boa parte dessa centena de quadros foi presente do próprio Franz ao meu avô. As fotografias e armazenamento na nuvem foi feita por meu primo, a pedido do responsável pelo museu na Suíça, que possui mais obras do Franz. Espero que apreciem:

        https://www.dropbox.com/sh/a9vrc59d5sf3wwf/AACwsDK7vm-Lp1-lrbRbXKLBa?dl=0

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Flávio

          Maravilha! Será uma grande honra para o blog, o fato de você postar aqui material tão importante. Tenho certeza de que os fãs de Franz irão gostar muito.

          Sua família possui muitas obras sobre o artista. Portanto, pode nos brindar com muitos textos sobre o pintor. Estou aguardando.

          Abraços,

          Lu

      3. Flavio Vicente

        Klaus

        Comentei com meu avô sobre esse assunto do ladrão, e ele se lembra do caso. Parece que era um vigarista (vocabulário do meu avô), que procurou o Franz com a intenção de promover sua arte na Europa, e para isso precisaria levar diversos quadros. Mas Franz e sua esposa Mércia ficaram desconfiados e não permitiram que o homem levasse os quadros. Mais tarde, descobriram que era um estelionatário procurado na Europa. A história não está rica em detalhes, pois meu avô já tem 90 anos e sua memória é falha.

        Responder
        1. Klaus Zinema

          Caro Flávio,

          Tenho o recorte. Parece que guardei muito bem, por isso não encontro. Assim que achar, traduzo e mando o texto.
          Forte abraço!

  3. Flavio Vicente

    Prezados Alfredo e Lu,
    eu possuo dezenas de quadros do “Seu Franz”, como nós o chamávamos. Ele foi muito amigo do meu avô, e através dessa amizade, adquirimos muitos quadros maravilhosos. Eu gostaria de saber se o site teria interesse em publicar alguma matéria sobre esse grande pintor e sua maravilhosa arte, eu posso contribuir com fotos das obras. Não sei se vocês sabem, mas o Franz tinha um amigo do Rio de Janeiro, muito rico, que adquiriu centenas de suas obras, e ao falecer, deixou as obras e uma grande quantia em dinheiro destinadas para um museu na Suíça, em homenagem ao Franz. O museu chama-se Brasilea.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Flávio

      Que maravilha!
      Teremos imenso prazer em publicar tanto matérias quanto imagens de quadros do autor.
      Você viu que artigo fantástico o Alfredo fez sobre o quadro acima!
      Ele ficará muito feliz ao conhecer outras obras do pintor, pois a que sua mãe comprou lhe é muito especial.

      Vou repassar seu comentário e endereço de e-mail para o Alfredo, a fim de que se comunique com você.
      Então você lhe passará tudo o que tem, para que ele possa fazer os artigos.
      Fiquei muito feliz com a sua visita e a sua generosidade em contribuir com o nosso blog.

      Grande abraço,

      Lu

      Responder
      1. Alfredo Domingos

        Lu e Flávio,
        É prazeroso saber que o nosso texto trouxe o amigo Flávio ao Vírus da Arte & Cia., ainda mais comentando sobre o Grande Franz e sua obra. No meu texto original faço referência ao Museu da Basileia, fruto da amizade de um rico amante da arte de Franz, o que é citado agora pelo Flávio.
        O que vier de material do artista será bem recebido e, com a parceria da Lu, poderemos fazer textos a respeito.
        Agradeço ao amigo a participação. Estamos à disposição.
        (Agradeço a Lu pela intermediação)

        Abraços
        Alfredo Domingos.

        Responder
        1. Klaus Zinema

          Um colega meu encontrou este site com referências ao pintor Franz Widmar. Tenho apenas 1 quadro dele (infelizmente), mas faço parte do fã clube do Franz, com vários outros colegas que, além de admiradores, possuem algumas obras. De vez em quando encontro com pessoas que visitavam o atelier do Franz e se deleitavam em vê-lo criar suas obras. Nunca entendemos porque o Franz não se tornou um pintor conhecido, ou melhor, entendemos completamente: ele nunca teve interesse em se promover em vida. Ele queria se eternizar através de sua arte, que, após a morte dele, seria exposta em museu na Suíça.

          Vou pedir para colegas darem seus relatos e escreverem algo sobre o Franz. Vai ser bom, porque quem sabe se mais alguém se anima em escrever também e começamos dessa forma um bom bate-papo artístico??!
          A propósito, gostaria de ter mais notícias sobre o museu dele.

          Abraços,
          Klaus

        2. LuDiasBH Autor do post

          Caro Klaus

          É um grande prazer recebê-lo aqui neste espaço, onde nos comprometemos a difundir a arte e a cultura. Fico imensamente feliz ao saber que você e seus amigos encontraram algo de grande interesse: uma obra de Franz Widmar.

          Este artigo foi postado por Alfredo Domingos, um dos colaboradores do blog. Vou lhe pedir que também responda a seu comentário. Assim que tivermos acesso a algum trabalho do pintor, será publicado aqui. Quero também oferecer um espaço no blog, caso você ou um do fã clube do Franz queira publicar algo sobre o artista.

          Abraços,

          Lu

  4. Alfredo Domingos

    Lu,
    Colaborar com o Vírus da Arte & Cia. é uma grande satisfação para mim. Agradeço o espaço.
    Você tem razão; a obra tem significado especial para a família. Maria José participou ativamente da concepção, o que dá peso ao resultado final. Registro, a bem da verdade, a generosidade do artista em concordar com as sugestões.
    Abração,
    Alfredo Domingos.

    Responder
  5. LuDiasBH Autor do post

    Alf

    O quadro é belíssimo. Uma obra prima, sem falar no valor afetivo.
    E você o descreveu maravilhosamente, usando uma linguagem bem poética, mostrando o quanto ele representa para sua família.
    Quadro e texto são brilhantes.
    Parabéns!

    Abraços,

    Lu

    Responder

Deixe um comentário para José Geraldo Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *