VÍCIOS E VIRTUDES ATRAVÉS DOS TEMPOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Transformar voracidade em poupança, violência em argumento, matança em litígio e suicídio em filosofia constitui uma das tarefas da civilização (Will Durant).

A História da humanidade constata que certos vícios, que ainda persistem até os dias de hoje, foram de fundamental importância na luta pela existência humana. Durante muitas e muitas gerações, a cobiça, a desonestidade, a crueldade, a gula e a violência foram impulsos de extrema importância para a sobrevivência da espécie humana. Eram encontradas e praticadas até nas próprias religiões.

A segurança econômica foi responsável por banir algumas dessas supostas “virtudes”, pois a fome está na origem primária de tudo. A linguagem do corpo faminto é a mais difícil de calar, pois sua ligação com a sobrevivência é inseparável. Sendo a dor causada pela fome a mais temida, pois não aguenta muito tempo de espera, por mais avançado que seja o código moral desta ou daquela sociedade. A desonestidade só não é tão antiga quanto a voracidade, porque a fome vem antes de o homem deixar de ser nômade e se fixar ao solo.

Alguns escritores dizem que a desonestidade cresceu com a civilização, porque nessa há mais coisas para “roubar” e a educação torna certos homens mais “hábeis” em tal tarefa, que para muitos não passa de “diplomacia”. A mentira e a corrupção entram em cena com os mais variados disfarces. Outro motivador do roubo é o consumismo desenfreado que tomou parte do planeta. Ninguém aceita ficar de fora. E muitos se sentem lesados por não poderem oferecer aos seus as benesses do mundo atual.

Os crimes violentos são tão velhos quanto a voracidade. Se colocarmos um farol em toda a História da humanidade, cairemos de costas com os dados que nos apresenta a permanência do homem na Terra até os dias atuais. Levando em conta o número de habitantes terrenos, a proporção em relação à violência, já foi muito maior. Lutava-se pelo alimento, por companheiras, por deuses, por religião, por terras, por clãs, e etc.

O homem primitivo era cruel, porque via a violência como algo natural, parte de sua sobrevivência. O mesmo não se pode falar do homem de hoje, que já possui meios para subjugar tais impulsos, se assim o quiser. A tortura primitiva acompanhada do prazer de ver o inimigo sofrer, ainda resiste ao tempo. A morte era o troféu da disputa nas sociedades primitivas, assim como nas muitas prisões em derredor do planeta. Em várias tribos, uma mulher jamais se casava com um homem que não houvesse matado pelo menos outro. Era a famosa “caça às cabeças”, troféus que lhes garantia grande trunfos na tribo.

Diz um velho ditado que “onde o alimento é insuficiente, a vida tem pouco valor.” E essa era uma justificativa para que os filhos dos esquimós matassem os pais, quando esses ficavam velhos e inúteis. E, se não o fizessem, eram criticados pela sociedade onde viviam, como falta de cumprimento do amor e do dever filial. Ou seja, o que vale para uma época, na maioria das vezes não vale para outra.

O haraquiri dos japoneses era outra dessas tradições que o mundo hoje considera selvagem: se um homem era ofendido por outro, devia-se matar ou mutilar o ofensor. Não o encontrando, a vingança era feita a alguém de sua família (irmão, pai, filho…). Caso não o fizesse, seria transformado num pária, expulso do grupo. Deveria ser usada a mesma técnica para com os participantes da “farra dos bois” e toureiros, pois a crueldade humana é a mãe de todos os vícios.

Nota: O Bacanal – Ticiano

2 comentaram em “VÍCIOS E VIRTUDES ATRAVÉS DOS TEMPOS

  1. Pedro Rui

    Noutras épocas da vivência humana matava-se por mulheres e outras coisas, hoje se mata por valore como o petróleo, ouro, dinheiro e por maldade. Agora não se mata os pais, mas acabam por os internar, desta forma é uma morte lenta e cruel.
    Abraços Lu,
    Rui Sofia

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Rui

      É verdade! Certas maldades só mudam de tempo e endereço. O grande mal de nosso tempo é a luta pelo poder e a sede de se ter mais e mais. O homem nem mais se dá contra de quão breve é a vida. Bicho besta!

      Abraços,

      Lu

      Responder

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