VOCÊ PODE SER UM NOMOFÓBICO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Dr. Telmo Diniz

Já são mais de 100 milhões de usuários de whatsapp por todo o país. O aplicativo se tornou-se indispensável para quem quer se manter em contato com a família, amigos e trabalho. Como tudo na vida, a tecnologia vem acompanhada de coisas boas e ruins. Dentre elas está a dependência psicológica do aplicativo. Eu sou da época em que a gente se comunicava com telefone discado, ou seja, para os mais jovens saberem, trata-se de um telefone com um disco no meio para realizar as ligações. E a gente vivia bem sem essa tecnologia atual, mas que agora se torna cada vez mais útil. Entretanto, ela está cobrando seu preço em uma determinada parcela da população.

Você, caro leitor, já deu uma parada em um lugar público e correu o olho no entorno? Pois bem, deve ter visto um monte de pessoas checando o celular. É o mundo virtual superando o real. Em uma conversa normal, as pessoas falam de si mesmas, em média, durante 30% do tempo. Mas, nas redes sociais esse índice sobe para 90%. Ou seja, em sua maioria, elas compartilham e publicam coisas sobre elas mesmas, principalmente porque na internet o “feedback” é instantâneo. Alguém comenta, curte, elogia, etc. E, com isso, o usuário é recompensado, e daí pode surgir o vício para ocupar o espaço vazio na psique das pessoas.

Centros de pesquisas em dependência tecnológica no país já tratam há muito tempo casos de vício em computadores e “games”. Mas já começam a aparecer os casos relacionados ao whatsapp. O perfil da maioria das pessoas dependentes do aplicativo de conversas, segundo os psicólogos, é de jovens de 18 a 30 anos. Eles estão em época de estudos ou no ápice de suas carreiras profissionais e o vício no aplicativo pode comprometer seu desempenho.

“Nomofobia” é o nome do distúrbio. São pessoas viciadas em comunicadores de mensagens, como o whatsapp, mas também em internet, celular e redes sociais, como o Facebook e o Instagram. Se você passa o dia conectado, não se preocupe tanto. O que define essa dependência digital não é só o tempo que o usuário permanece online, mas principalmente se o mundo virtual passou a tomar conta da sua vida real, ou seja, quando as conexões atrapalham o dia a dia da pessoa.

Estudos têm revelado que, por trás do vício em tecnologia, estão fobias e transtornos psicológicos que devem ser tratados. Assim, como em outros vícios, a “nomofobia” também apresenta sintomas físicos, sendo que a perda de apetite e de sono, irritabilidade, depressão e ansiedade já são notadas em usuários que perdem acesso ao dispositivo ou ao celular. Também podem experimentar episódio de taquicardia, ansiedade, sudorese, etc., – até recuperar o aparelho. São sintomas típicos da perda de controle sobre si mesmo, muito semelhantes aos casos de síndrome do pânico.

Existem diversos tratamentos para a dependência digital, desde um simples “detox” digital, realizado em clínicas especializadas, ou até mesmo psicoterapia e/ou tratamento médico, a depender de cada caso. O objetivo do tratamento sempre está voltado para o uso racional do aplicativo. É preciso ficar de olho em nossos jovens e nos distúrbios que chegaram com o século XXI, no avançar da tecnologia.

Nota: “Nomofobia” segundo o dicionário Aurélio significa: Angústia ou medo mórbido de ficar sem contato, sem aparelho celular, laptop ou qualquer outro aparelho de comunicação móvel.

8 comentaram em “VOCÊ PODE SER UM NOMOFÓBICO

  1. Fátima Calcagno

    Nossa, adorei tudo! E principalmente saber que não estou só neste planeta de surfadores virtuais e nesta cultura do provisório blablablá! Hahahahhaah! Sou considerada chata pela maioria, mas se eu escrevesse bem como você, sem qualquer, teria muito muito a dizer sobre todo este universo… Obrigadíssima pela força! Sucesso!

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Fátima

      Tenho a certeza de que você tem muito a dizer e a ensinar. Deixe a timidez de lado e venha dividir suas ideias conosco. Precisamos contar com pessoas que também se sentem sufocadas com este universo virtual, em que a cultura é o endeusamento do próprio emissor, que somente fala de si. É preciso mostrar o outro lado da moeda. Quando quiser publicar algum texto, este espaço estará ao seu dispor.

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Mário Mendonça

    Prezada Lu Dias

    Quantas vezes ao dia tu pegas o celular para verificar alguma coisa? Ainda não me adaptei às novas tecnologias e quando pego trem ou metrô fico inconformado com o silêncio proporcionado pelo celular! Que mundo é esse em que estamos entrando? Será o fim das relações? Aterrorizante ou tranquilizador?

    Abração

    Mário Mendonça

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Mário

      A Fátima, no comentário acima, fez-me dar uma boa gargalhada, ao dizer que estamos caminhando para perder a língua no trato com a fala. E olhe que ela tem razão.

      Amigo, vou lhe contar uma verdade, eu tenho a maior preguiça de mexer com o celular. Sempre me esqueço de levá-lo quando saio. Não o consulto nem uma vez por dia. Muitas vezes meu marido olha e conta o número de chamadas não atentidas. O que me prende mesmo é o trabalho do meu site, no computador. Até mesmo o telefone fixo, eu raramente atendo, além de não fazer parte de redes sociais. Não gosto de nada que tome o lugar de minhas prioridades. As pessoas estão ficando cada vez mais unidas virtualmente e mais distanciadas fisicamente. É realmente um mundo aterrorizante!

      Abraços,

      Lu

      Responder
  3. Adevaldo Souza

    Lu
    O artigo do Dr. Telmo é bastante atual. Veja bem, dias atrás minha esposa convidou algumas amigas para bater um papo legal, segundo ela. Depois de pouco tempo foi aquele silêncio e, aí pensei que não existia visitas. Então cheguei à sala e deparei com uma cena interessante. Todas elas estavam com seus celulares navegando. Então brinquei: vocês combinaram para conversar ou para “whatsappisar”?

    Adevaldo

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Devas

      O problema está ficando realmente sério. Você chega a um consultório e encontra todos os pacientes no celular, mal respondendo a seu cumprimento. O pior de tudo é que o hábito de leitura de livros caiu drasticamente. Cada vez mais se lê menos.

      Abraços,

      Lu

      Responder
      1. Fatima Calcagno

        E quando rola o oposto?! E quando você vê o valor dessa ferramenta se tornar o próprio carrasco? E ninguém te escuta!? Houve tempo em que tínhamos rabo. Evoluímos. Agora o próximo passo para a evolução da humanidade vai ser atrofia da língua. Porque ninguém mais ‘fala’ com ninguém. Nossa… Sinistro! Estamos todos doentes.

        Responder
        1. LuDiasBH Autor do post

          Fátima

          Concordo plenamente com você. A sua alusão à língua foi sensacional… Dei uma boa gargalhada. Nunca havia pensado nisso. Mas a coisa está chegando a um exagero brutal. Eu me recuso a ser servil a esse tipo de tecnologia. Uso-a apenas em meu proveito. Acho que quando rola o oposto trata-se de uma pessoa equilibrada, que sabe ser sujeito e não objeto. Li recentemente que a febre do Face está acabando, com milhares de pessoas deixando-o todos os dias. Tudo que é usado em demasia acaba cansando, saturando. O mais triste é que a venda de livros caiu em todo o mundo. E não é que estejam lendo via “download”.

          Agradeço a sua visita e o seu comentário cheio de humor. Volte mais vezes, será sempre um prazer contar com sua presença.

          Abraços,

          Lu

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *