A ARTE DO BARROCO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O estilo Barroco surgiu entre o começo do século XVII e o meio do século XVIII e, assim como o Renascimento, mostrava interesse pela Antiguidade clássica. Nascido em Roma, na Itália, espalhou-se por toda a Europa, principalmente pelos países católicos, tendo fortes laços com a Contrarreforma religiosa (resistência da Igreja Católica à disseminação da Reforma Protestante).

O termo “barroco” — palavra portuguesa que significa pérola imperfeita — era usado desde a Idade Média, com uma intenção ofensiva, ao referir-se a um raciocínio ilógico que confundia o falso com o verdadeiro, mas ao transferir-se para as artes, passou a ser usado para criticar os excessos de um estilo visto como uma degeneração dos princípios clássicos. Assim fizeram os classicista do século XVIII, ao mostrar seu desprezo ou o desafio das regras clássicas pelos pintores do século XVII, principalmente os escultores e arquitetos com suas obras excêntricas e extravagantes. Contudo, no século XIX, os estudiosos da arte alemães passaram a fazer um uso imparcial do termo “barroco” para descrever a arte do século XVII.

Os papas e os cardeais do século XVII foram os grandes mecenas de uma arte que objetivava expressar fervor religioso. Em razão disso, a glória do martírio, as visões e êxtases dos santos tornaram-se temas dominantes, principalmente na pintura e na escultura (ver ilustração acima: O Êxtase de Santa Tereza, 1652, escultura de Bernini). Essa intensa gama de emoções foi mostrada com todos os recursos de uma linguagem retórica de gestos e expressões. A Igreja Católica criou diretrizes para os artistas, impulsionando-os a criar obras realistas, capazes de tocar o sentimento das pessoas. No que diz respeito ao mundo secular, os monarcas, imbuídos da doutrina do direito divino dos reis, também abraçaram o novo estilo.

Ao deixar para trás a arte renascentista, os artistas barrocos passaram a mostrar o brilho mais radiante das cores, a usar uma pincelada mais livre e expressiva, criando mais riqueza de contrastes, texturas e a fazer um intenso uso de luzes e sombras. Além da temática religiosa, os retratos ganharam espaço nessa época, assim como a paisagem. Os temas alegóricos e mitológicos foram os mais buscados pelos mecenas mais sofisticados e a pintura de gênero ganhou vida, principalmente na Holanda.

O objetivo da escultura barroca era elevar os pensamentos dos fieis à glória do céu, como mostra o interior de uma igreja barroca com suas inúmeras esculturas, pinturas decorativas, o uso do dourado, do estuque e dos mármores de cores vistosas. O trabalho dos artistas barrocos era o de apelar pelas emoções do observador, o de convencê-lo em relação à fé. Por isso, as cenas eram representadas de maneira a capturar o momento mais importante da ação dramática que se destacava em razão de contrastes chamativos de luzes e sombras, o que tornava o efeito de uma obra barroca imediato e extasiante.

Os artistas barrocos criaram ousados efeitos assimétricos e movimentos diagonais. Na arquitetura barroca formas e espaços são organizados com maior força, tendendo a fluir e a fundir-se. Além disso, há a combinação de três artes — pintura, escultura e arquitetura — produzindo um efeito único, o que pode ser visto nas igrejas erguidas com tal estilo.

Embora o Barroco tenha se oposto ao Maneirismo do final do século XVI — quando os artistas preocupavam-se mais com o virtuosismo de que com os sentimentos — dele conservou certos elementos, como a intensa emoção e o senso de movimento, mesclando-os com mais dinamismo.

A arte barroca em sua forma mais pura apresentou-se apenas nos países católicos, principalmente na decoração das igrejas. Os principais países católicos em que este estilo floresceu foram: Itália, Espanha e as Flandres (que hoje são mais ou menos a atual Bélgica). Entre os países protestantes a Holanda e a Inglaterra tiveram um papel de destaque neste estilo, principalmente na pintura.

Roma foi a cidade italiana mais ligada ao Barroco, tendo se transformado num centro de produção e debate artísticos. Para lá convergiam artistas de toda a Europa, com a finalidade de estudar as antiguidades clássicas e a arte da Alta Renascença. Michelangelo Meresi da Caravaggio e Annibale Carraci — dois mestres italianos — foram os grandes responsáveis pelo início do período barraco. O mais influente pintor flamengo foi Peter Paul Rubens. O escultor, arquiteto, decorador, pintor e desenhista Gian Lorenzo Bernini foi um dos nomes de destaque da escultura barroca.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Caravaggio – A CONVERSÃO DE SÃO PAULO
Rubens – A DEPOSIÇÃO
Vermeer – MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA
Teste – A ARTE BARROCA>

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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