A ARTE DO FUTURISMO, ORFISMO E RAIONISMO (I)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                                    

Após a Primeira Guerra Mundial o mundo passou por mudanças dramáticas no que diz respeito às noções de distância e tempo, com a chegada do aeroplano, dos automóveis e das comunicações sem fio. Nesse período apareceram inúmeros movimentos de arte inter-relacionados que objetivavam revelar o dinamismo da tecnologia e suas consequências para a sociedade. O Futurismo, movimento sociopolítico italiano de vanguarda, que englobou todas as artes de origem, aconteceu numa época em que a mecanização tornava tudo mais veloz, o que fez com que os artistas também quisessem acompanhar as mudanças provocadas pelos novos tempos.

O Manifesto Futurista de 1909 que tinha grande ligação com a literatura, de autoria do poeta e escritor Filippo Tommaso Marinetti, inaugurou o novo estilo que apregoava a liberdade das palavras, levando em conta o design tipográfico. Já o manifesto, criado em 1910 em Milão, era mais dirigido às artes plásticas, tendo sido assinado por artistas plásticos como Umberto Boccioni e Giacomo Balla. Visava representar o movimento e defender o uso de cores e de formas de modo não realista, sempre se associando à velocidade. Pedia que a Itália deixasse seu passado artístico para trás e abraçasse a vida moderna, criando uma cultura que mostrasse sua nova industrialização.

Os futuristas italianos, vivendo no país tido como símbolo das tradições artísticas, mostraram-se ainda mais comprometidos a deixar de lado o passado clássico do que as vanguardas de outros países. Os manifestos futuristas cantavam a glória e as maravilhas do dinamismo, da juventude, da velocidade, da originalidade, do perigo, da energia e dos efêmeros objetos modernos. Chegavam a pedir destruição de museus, bibliotecas e academias, assim como dos sonhos, das tradições e da moral, sendo atendidos por artistas dos mais diversos campos, principalmente no que dizia respeito ao amor pela velocidade e pela mecanização. O movimento futurista da Itália moderna tinha como centro a cidade de Milão. A princípio foi abraçado jubilosamente pelos partidários da Primeira Guerra Mundial que viam nele uma fonte purificadora da sociedade, contudo, ao apoiar o Partido Fascista italiano por volta de 1909, caiu em descrédito. No que diz respeito às artes visuais o Futurismo teve o seu ápice de 1912 a1915.

O movimento futurista apresentou em 1910 dois manifestos assinadas pelos artistas Umberto Boccioni, Giacomo Balla, Carlo Carrá, Luigi Russolo e Gino Severini, cujas obras apresentavam tendências artísticas predominantes na época da Arte Nova (Art Nouveau), Simbolismo e Pós-Impressionismo. O escultor Medardo Rosso é tido como o único artista italiano desse movimento a colaborar de forma significativa com a arte europeia, sendo sua obra amplamente elogiada. O Futurismo, com sua filosofia voltada para a velocidade no ritmo acelerado da vida contemporânea, espalhou-se rapidamente pela Europa, impelindo a vanguarda artística de Moscou a Nova York.

As obras vistas na exposição de pintura futurista de Milão, acontecida em 1911 mostrava imagens das grandes metrópoles modernas: clubes noturnos, solares e multidões inquietas. Os artistas empregavam técnicas levemente impressionistas (pinceladas curtas e nervosas para retratar as chispas luminosas e o dinamismo e a efervescência da vida urbana) ou sugeriam o Simbolismo ou o arabesco sensual da Arte Nova (Art Nouveau). A paleta usada pelos futuristas, embora viva se comparada à dos cubistas, era limitada e menos exata. Eles possuíam um estilo mais abstrato, angular e esquemático. Em 1911/1912 a pintura futurista amadureceu sob a ingerência do Cubismo analítico.

Umberto Boccioni publicou em 1912 um manifesto sobre a escultura futurista que tinha como pontos principais: o fim das estátuas “fechadas”, a expressão do movimento e da atmosfera e a utilização de todos os materiais de que se podia dispor, formando todas as associações possíveis. Antonio Sant’Elia publicou um manifesto em 1914 sobre arquitetura futurista em que eram destacadas todas as necessidades da vida nas cidades modernas: o funcionalismo e a efemeridade dos edifícios.

Nota: 1. A ilustração à direita é uma obra de Giacomo Balla, de 1909, intitulada Lâpada em Arco, inspirada nas primeiras lâmpadas elétricas de rua, mostrando a influência de Georges Seurat e de Paul Signac. 2. A ilustração à esquerda é uma escultura de Umberto Boccioni, intitulada Formas Únicas de Continuidade no Espaço, 1913.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO FUTURISMO, ORFISMO E RAIONISMO (II)
Boccioni – DINAMISMO DE UM CICLISTA
Teste – A ARTE DO FUTURISMO, ORFISMO E RAIONISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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