Autoria de LuDiasBH
Quanta agonia, meu Senhor!
Guerras cruéis e inclementes,
a terra como tição em brasa,
tudo vira um inferno em vida,
no martírio de muitas almas.
Multidão de seres famélicos,
cardume de cativos dormentes,
criaturas deserdadas da terra,
excrementos da própria pátria,
vagando por vias incertas.
Seres esfarrapados e imundos,
submersos nos seus desatinos;
rebentos ressequidos e fétidos,
engolindo a imundície da terra,
seres infectos e moribundos.
Corpos pela fome disformes,
caídos às margens dos riachos,
poluídos e mortos, que ainda
servem de leito para os ossos
desses miseráveis esquecidos.
A guerra é a navalha no peito
da mãe África ensanguentada.
E o mundo atapulha seus olhos,
enquanto a agonia dizima tudo,
até a bondade tão esperada.