Calisto deu seu amor virginal a Ártemis,
a deusa sagrada, responsável pela caça,
que jurou não dar seu amor a um macho,
fosse ele humano, deus, fauno ou sátiro.
Zeus avistou Calisto e por ela se quedou,
forçando-a ao gozo de uma união sexual.
E implantou no seu ventre, belo e virgem,
a sua indesculpável herança seminal.
Estava ela na fonte, no seu banho trivial,
quando Ártemis percebeu certo inchaço
presente no ventre de sua meiga amante,
e baniu a inocente do séquito celestial.
Como se não já lhe bastasse a triste sina,
Calisto teve de enfrentar a iracunda Hera,
que desceu, arrogante, do Monte Olimpo,
para transformar sua rival numa fera.
A vingativa esposa do majestático Zeus,
transformou Calisto numa ursa medrosa
que, por 15 anos, coitada, foi perseguida
por caçadores e suas matilhas raivosas.
Zeus condoeu-se da vítima de seu ardor,
transportando Calisto e seu filho Árcade
pro céu; e os transformou em duas belas
constelações: Ursa Menor e Ursa Maior.
Hera tomou tal medida como afronta, ao
ver a escolhida no seu brilho fulgurante,
e ordenou, por vingança, a constância de
Ursa Maior sempre acima do horizonte.
E, desde então, confirmam ao mundo
as sábias fontes dos 4 cantos da Terra,
que no belo céu do Hemisfério Norte,
Ursa Maior o seu lugar jamais erra.
A vingança, sempre alicerçada no ódio, nunca triunfará. Pode até gerar certos efeitos, mas, ao final, a justiça é feita pelos céus.
Lindos versos.
Ed
A mitologia traz-nos muitos ensinamentos.
A vingança faz-se presente em todos os tempos.
Abraços,
Lu