Ambrogio Lorenzetti – MADONA E O MENINO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Madona e o Menino é uma obra do pintor italiano Ambrogio Lorenzetti (c.1285– 1348?). Ele foi um dos mais importantes artistas do gótico de Siena, cidade onde nasceu. É provável que tenha estudado com seu irmão Pietro Lorenzetti, vindo a trabalhar na sua cidade de origem. Em Florença, tornou-se membro da guilda dos médicos e dos boticários. Sua obra traz elementos da arte florentina e das tradições da cidade de Siena, tendo se aprofundado nos temas tradicionais e métodos estilísticos dos pintores Giotto e Simone Martini. As características de suas primeiras obras são as formas claras e sólidas, com um colorido forte, sendo os objetos postados fora do espaço de pintura. Contudo, posteriormente, o artista evidencia em seus trabalhos um conceito complexo do espaço, numa representação conscientemente sem perspectiva. Assim como seu irmão Pietro, Ambrogio recebeu influências do trabalho de Duccio, Nicola e Giovanni Pizano, fundamentais na educação de ambos os irmãos Lorenzetti.

 Na composição em destaque, o artista demonstra um sutil efeito psicológico, ao evidenciar a troca de olhares entre a Virgem Maria e seu Menino Jesus, ambos postados de perfil. Ele deixa visível a delicadeza com que Maria segura Jesus nos braços, embora, se a cena fosse real, seria impossível à mãe manter seu filho em tal posição, uma vez que o apoio seria muito frágil. Na pintura, o artista desconsidera o peso da criança, que se parece tão leve como uma pluma. Chamam a atenção os seus pezinhos saindo dos panos (faixas) que circundam seu corpo, mostrando que os membros inferiores estão muito alongados, e que não são representados realisticamente, parecendo-se com um casulo.

 Presume-se que o painel Madona e o Menino tinha como objetivo atender a um pedido para devoção particular. Mostra o gosto refinado do artista e a habilidade de sua técnica. Em seu fundo dourado é possível divisar duas grandes auréolas, a da Virgem e a de seu Menino. Um arco trançado e as flores que se encontram acima dele, nos cantos superiores, quebram a rigidez do painel retangular. O rosto e as mãos de longos e delgados dedos de Maria não apresentam uma ruga sequer, como se não fossem providos de estrutura óssea.

 Ficha técnica
Ano: c. 1340/45
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 85 x 57 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Edit. Könemann

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