Autoria de LuDiasBH
Nunca vi um amor tão mágico,
separado por uma tênue fenda,
incapaz de impedir o contato
dessas duas filhas de Lesbos,
afilhadas da poetisa Safo.
Uma pele acetinada as envolve,
como uma fina manta de cetim,
abrigando-as das intempéries,
de modo a não afetar o toque,
do suave atrito gerado entre si.
Movem-se no mesmo compasso,
as duas cálidas irmãs siamesas.
Ameam sempre o mesmo regaço,
quer nos grandes amores, quer
nas mais humanas fraquezas.
Rolam as divas no mesmo leito,
sorvem do mesmíssimo cálice,
e se oferecem inteiras ao amor,
que o desejo frêmito sacode, e
nos cetinosos corpos despeja.
Elas aceitam qualquer posição,
e por coisa nenhuma anseiam,
desde que estejam juntinhas
as amadas, amantes e eternas
fontes de desejos em meios.
E neste desbunde desmedido,
por mais crua que seja a plaga,
ali se situam elas, inseparáveis
amásias e amigas generosas:
sempre juntas – as nádegas.
Nota: As Grandes Banhistas – Renoir